segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Recepção de boas vindas (parte 1)

Catarina fora uma rapariga que sempre se habituara a ter tudo o que desejava. Filha de pais bem na vida e que nunca lhe negaram qualquer um dos seus caprichos, ela havia atravessado a adolescência e chegado à idade adulta sempre armada em diva, com toda a gente a fazer-lhe as vontades. Todavia, a vida encarregou-se de a colocar no seu lugar – com dois pontapés. O primeiro deu-se quando, após um curso de turismo numa escola profissional, o único trabalho que lhe surgiu foi numa companhia aérea, como hospedeira de bordo. Aí, e pela primeira vez na vida, Catarina teve de fazer as vontades das outras pessoas e engolir, pela primeira vez, o seu orgulho e as suas atitudes de diva sob pena de ser posta na rua e não ter meios de subsistência – depois de mais um desentendimento com os pais, estes haviam cortado toda e qualquer ideia de lhe continuarem a sustentar o seu estilo de vida folgado. Mas ainda assim aquela menina loira continuava com uma opinião muito inflacionada dela própria.