quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Como morto

(história anterior)

O Dia das Bruxas passou-se e, contra todas as minhas expectativas, Ana não preparou nada de especial. Normalmente por esses dias ela dá asas à imaginação e, sozinha ou acompanhada de Andreia, faz qualquer coisa de picante vestida de vampira, ou bruxa, ou algo do estilo. Todavia neste ano a minha esposa não teve ideia nenhuma. Era um facto que ela agora passava mais tempo no papel de mãe, querendo dar toda a atenção e tempo disponíveis aos nossos filhos. Eu percebia que o facto de Ana ter perdido os pais muito cedo teria um enorme peso nesse seu comportamento, por isso nunca a julguei nem me aproveitei disso: os meus tempos livres extra-futebol eram passados ao lado dela, com os nossos meninos, em casa ou passeando, ou visitando os nossos familiares. Obviamente ainda tínhamos sexo mas não tanto como dantes, e com menos aspectos kinky.

Dois dias depois do Halloween, e já com qualquer ideia de festividade apagada da cabeça, cheguei a casa depois de mais um dia no centro de estágio do clube a preparar o clássico que íamos ter dali a uns dias. Obviamente estava cansado e com vontade de repousar um bocado, mas ao mesmo tempo queria abraçar a minha esposa durante imenso tempo – uma cena minha, pronto. Estranhei a casa estar toda às escuras, mas acabei por encolher os ombros, deduzindo que ela tivesse saído, ido às compras ou assim. Só que, quando cheguei ao nosso quarto e acendi a luz, quase tive um ataque de coração. Em cima da cama estava um caixão!
Depois de meio-minuto a tentar acalmar o coração e a hiperventilar, fui avançando na direcção da cama – e daquilo. Era um caixão de pinho com pegas douradas, envernizado e com aparência de ser novinho em folha e nunca utilizado. Circulei em volta da cama, olhando para ele e em volta, tentando descobrir uma pista para o significado daquilo, bati na tampa, tentando obter uma reacção, e agitei-o, verificando que estava ocupado. Respirei fundo, preparei-me para o pior e lá abri as duas tampas do caixão.
Lá dentro, como eu esperava, estava Ana, aparentemente a dormir. Ela estava toda de preto, com um catsuit aparentemente de licra a cobrir-lhe o corpo todo, com três peças de cabedal: um underbust que lhe apertava a barriga para ficar mais estreita do que já costuma ser, um par de luvas compridas e um par de botas de salto alto pelo meio da perna. Olhei para o seu rosto: os seus lábios estavam pintados de carmim, o seu rosto estava irrepreensivelmente maquilhado, com os olhos debruados a negro e tudo – e reparei que as suas sobrancelhas haviam sido reduzidas a um mero traço arqueado. Ana parecia de facto estar a dormir, tendo o seu rosto uma expressão serena; mas se de facto assim era, porque parecia não estar a respirar…?
Subitamente os seus olhos abriram-se e Ana ergueu o torso, ficando sentada no caixão. Durante uns momentos, pareceu alheada da minha presença e ignorou os meus chamamentos, ficando a olhar para o infinito; depois o seu rosto contorceu-se num esgar de fúria, onde pude ver os seus dentes, de caninos aguçados. “Olá…” pensei. Mas essa fase também não durou muito tempo, pois o rosto de Ana mudou, abrindo-se e ficando mais amigável.
- Não me queres ajudar, meu Adónis? – pediu, de voz voluptuosa, enquanto estendia a mão.
Sorri e agarrei-lhe na mão enluvada enquanto ela se levantava, só então reparando nas unhas metálicas que aquelas luvas tinham. Assim que a minha esposa ficou em pé, encostou-se a mim e abraçou-me, beijando-me nos lábios imediata e apaixonadamente. Como é lógico, eu abracei-a também e devolvi-lhe o beijo com a mesma paixão e o mesmo fulgor, sentindo o seu perfume a morangos e saboreando o seu baton.
Assim que os nossos lábios se separaram vi que ela ficou a olhar para mim na expectativa, com um sorrisinho na cara. E não demorou tempo nenhum até eu começar a sentir um torpor espalhar-se pelo meu corpo e ficar com a impressão de que os meus braços pesavam toneladas. Tentei abrir a boca para perguntar que raio se passava ali mas os meus músculos já não me estavam a obedecer… e dali até cair na cama foi um passinho.
Todavia não perdi a consciência. Fiquei tombado sobre a cama, não muito longe do caixão, absolutamente incapaz de mover um músculo – apenas conseguia virar os olhos e mexer as pálpebras, se bem que a custo. Senti Ana agarrar-me nos pés e empurrar-me até ficar com o corpo todo em cima do colchão, para depois me começar a despir. Devo admitir que aquela situação era algo confrangedora: eu sentia tudo o que Ana fazia, senti as roupas serem despidas do meu corpo, sem ser capaz de me mexer. Assim que eu fiquei nu, Ana soltou uma gargalhada.
- Tão murchinho que ficaste, meu amor… vamos lá ver se consigo fazer algo por isso.
Ana ajoelhou-se em cima de mim, de frente para os meus genitais, olhou de forma maquiavélica para mim e começou a lamber-me o órgão. Senti a sua língua a tocar-me no pénis e esperei que algo acontecesse, calculando que, se eu estava completamente paralisado, aquela zona também não iria ter reacção. Mas enganei-me ao sentir um espasmo na pila com esta a começar a ficar erecta!
- Boa, meu Adónis, vês como te consigo meter direito de qualquer maneira? Até mesmo quando estás feito estátua…
Todavia Ana largou a minha pila imediatamente, olhando para mim com aquele sorriso maquiavélico e mostrando os dentes aguçados.
- Há algo que eu sempre quis saber sobre ti, meu Adónis. Será que o teu desejo por mim é tão grande que até quando estás limitado te consigo fazer vir?
“Limitado?” Fiquei a pensar naquela expressão, pensando que ela se referia ao meu estado de paralisia muscular. Só quando a minha esposa começou a tirar utensílios de dentro do caixão e a colocá-los ao pé de mim é que percebi que ela tinha outras ideias! Ana tratou de me meter um cinto de castidade metálico e frio, que me fez logo perder a erecção que tinha; de seguida agarrou na sua magic wand e ligou-a à tomada mais próxima.
- Pois é, meu marido adorado, – comentou Ana, ligando o aparelho – vamos ver se, apesar de estares imóvel e de pilinha enclausurada, te consigo fazer vir, com ajuda da minha varinha de condão…
Assim que a cabeça daquele aparelho me foi encostada aos testículos, voltei a sentir a erecção – e como estava com o órgão enfiado dentro daquela maldita armação metálica, senti-o logo ficar apertadíssimo. Ana viu e riu-se, dando um beijinho na cabeça e passando logo de seguida um dos seus dentes aguçados pela pele delicada.
- Não precisas de ficar já assim, todo durinho… temos muito tempo.
Enquanto Ana ia-me massajando os testículos com aquele aparelho, ela abocanhou o meu órgão e, indiferente ao cinto de castidade, tratou de me chupar a pila. Os seus olhos nem por um segundo se desviaram dos meus – como sempre. Depois de algum tempo naquilo, dizer que eu me sentia excitado era um eufemismo… e nem o cinto de castidade limitava isso. Ela fez a ponta da sua língua demorar-se imenso tempo na uretra, fazendo círculos em seu redor e lambendo-a quase como se quisesse penetrá-la. Nem consigo descrever como me sentia… e foi então que as suas unhas (ou garras?) voltaram a esfaquear-me, desta feita nas ancas, enquanto Ana me fazia sair da sua boca mas sempre de olhos fixos em mim – e sempre com a sua magic wand a excitar-me os testículos.
Comecei a sentir o clímax a aproximar-se: esperei por ele, calculando que Ana não mo fosse dar assim tão facilmente… e de facto ela imediatamente retirou o aparelho dos meus genitais e continuou a arranhar-me com mais força. Escusado será dizer que não me consegui vir.
- Paciência, meu Adónis… para te vires vais ter de o merecer! E para isso, ainda tens de sofrer um bocadinho…
Assim que Ana julgou que já tudo havia acalmado, ela voltou a colocar o aparelho a massajar-me os testículos. Tenho de confessar que, se não fosse a jaula em que ela me havia enfiado a pila, aquilo até era uma sensação agradável – isto se ignorássemos a questão de estar completamente imobilizado. Todavia, involuntariamente comecei a sentir o mindinho a tremer, seguido do anelar, o que indicava que eu estaria prestes a recuperar o controlo do meu corpo! Tentei ocultá-lo de Ana… até que ela largou a wand e se levantou, saindo fora do meu raio de visão e ausentando-se por breves instantes, durante os quais fui tentando exercitar os músculos e tentar ver se passava o efeito daquela coisa que me havia adormecido. Então Ana atirou-se para cima do meu corpo.
- Hmm, meu Adónis, tenho tantos beijos para te dar… tanta vida para te sugar… – e os seus lábios encostaram-se aos meus.
A minha esposa beijou-me apaixonada e ardentemente, como é normal nela, e à medida que aquele beijo se prolongava, os meus dedos voltaram a adormecer e a ficar imóveis apesar das minhas tentativas para os mexer. Como é que Ana conseguia fazer aquilo?!
Assim que as nossas bocas se separaram, Ana agarrou-me na cobertura metálica que cobria a minha pila e retirou-a com brusquidão, para logo a seguir voltar a agarrar na wand e passar-ma pelo órgão; ao mesmo tempo, ela ia passando a ponta da língua pela sua cabeça, como se a estivesse a provocar. Com tudo aquilo, era impossível eu não me excitar ao ponto de me querer vir… mas como eu, de certo modo, já esperava, Ana parou tudo o que estava a fazer e não me deixou saborear o clímax.
- Ainda não, ainda não acumulaste energia suficiente para eu te deixar vir… aguenta, meu bombom!
Uma das suas unhas passou pelo freio do meu órgão, com alguma delicadeza para não causar ferida, visto aquelas garras estarem afiadas. Ao mesmo tempo, ela levantou a outra mão, mostrando um dedo despojado da respectiva unha.
- Altura de ver o teu cu, querido…
Se eu tivesse o controlo do meu corpo, teria impedido a minha esposa; assim, nada pude fazer à medida que o seu dedo me entrou no rabo e foi avançando pelo meu ânus dentro. Ana voltou a abocanhar-me a pila e a chupá-la com sofreguidão, ao mesmo ritmo com que me penetrava o posterior. E não é que, apesar de estar com um dedo no cu a entrar e sair furiosamente, voltei a sentir vontade de me vir? Mas claro que aquela vampira apercebeu-se disso (como, se eu estava autenticamente comatoso?) e parou mais uma vez todos os seus estímulos.
- Sabes o que eu podia fazer, meu Adónis? – murmurou ela a olhar-me fixamente nos olhos – Fazer-te vir sem prazer, arruinar-te o orgasmo… mas sei perfeitamente que irias retaliar de uma forma ainda mais terrível e não estou para aí virada. Acho que te vou excitar apenas até te vires, depois chupo-te a vida pela tua palhinha. – sorriu e voltou a enfiar o meu órgão na boca e a meter-me o dedo no cu.
Ao mesmo tempo que Ana me ia excitando e provocando, com a sua mão livre ela não parou de me arranhar a perna, a coxa, as costelas, soltando alguns gemidos de prazer enquanto o fazia. Era como se ela me quisesse levar ao limite mas ao mesmo tempo magoar para me manter controlado. E apesar dos seus dentes alongados, nem por uma vez ela me arranhou o pénis com eles. Logicamente não demorou até eu voltar a sentir o clímax a aproximar-se, mas desta vez Ana não parou de me estimular… e no momento seguinte senti-me explodir, quando a minha pila começava a cuspir sémen para dentro da boca de Ana. Ela não parou o que estava a fazer, não parou de me chupar o órgão nem de me enfiar o dedo no rabo, e tudo sempre com a mesma sofreguidão, sempre gemendo como se estivesse a retirar daquilo o seu próprio deleite – e sabendo que a minha esposa adora sexo oral…
Assim que Ana se sentiu satisfeita, tirou-me o dedo do cu e levantou-se, lambendo os lábios de algumas gotas de esperma.
- Que pena estares paralisado, meu Adónis… adorava sentir a tua língua no meu clitóris neste momento. Mas não te preocupes pois a noite ainda é uma criança…
À medida que ela ia falando, agarrou-me numa mão e arrastou-me na direcção do caixão, tratando de me enfiar lá dentro, ficando deitado de barriga para cima. Só naquele momento reparei que aquela urna era mais larga e espaçosa que o normal. E então foi a vez de Ana se deitar sobre mim, fechando as tampas do caixão e fazendo-nos ficar às escuras – e eu debaixo daquela morena armada em vampira.
- Meu Adónis… – sussurrou ela ao meu ouvido – vamo-nos divertir tanto aqui…
Os seus braços rodearam-me em jeito de abraço e senti as pontas das suas garras a espetarem-se-me nas nádegas. E nada mais pude fazer assim que senti uns dentes cravarem-se no meu pescoço.

(história seguinte)

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