terça-feira, 26 de abril de 2016

Vibrações musicais

(história anterior)

A mudança na meteorologia foi uma bênção: estava a ficar farta e enjoada de tanto tempo com nada mais que chuva e frio. Havia coisas que eu gostava de poder fazer, mas que, enquanto o Sol não aparecesse e viesse acompanhado de alguma dose de calor, teriam de ficar na gaveta. Naquele dia, todavia, era o primeiro em que os termómetros chegariam aos 20 °C, acompanhando um Sol radioso; e, como forma de celebrar, o meu Dono havia caprichado, em relação ao meu look para o dia: estava totalmente coberta por borracha. Tinha um catsuit amarelo, em que apenas tinha a cara descoberta – mas em que Ele me havia colocado um hood transparente a envolver-me a cabeça, apenas deixando os meus olhos, narinas e boca descobertos. Ele havia-me vestido umas cuecas de látex pretas com uns suspensórios, de forma a mantê-las bem apertadinhas na zona do baixo-ventre, para além de luvas compridas e meias, tudo em látex preto. Finalmente, tinha nos pés sandálias de salto alto pretas.

Naquele preciso momento, estava presa a uma cadeira de ginecologista colocada no meu quarto, com tiras de cabedal apertadas a manterem-me imóvel, e na boca Ele havia-me colocado uma mordaça. O meu Dono ainda andava de roda de mim, a acabar de me preparar para o dia.
- Ainda não sei bem o que te hei-de fazer, Isabel. – disse Ele, andando à volta do meu corpo imóvel – Se te meto a apanhar Sol lá fora, se te ponho a trabalhar cá em casa assim vestida… Só tenho ideias, enfim.
Gemi de prazer porque, sempre que Ele falava de “ideias”, tinha logo curiosidade em saber quais seriam elas. A Sua mão apalpou-me o meu peito, apertando a minha mama direita com força. Voltei a gemer, enquanto Ele fazia o mesmo à minha mama esquerda.
- Já sei. – declarou Ele então, afastando-Se de mim parecendo andar à procura de algo.
Quando o meu Dono regressou à minha beira, tinha nas Suas mãos um vibrador branco. Senti-me pouco impressionada: Ele normalmente colocava-me coisas maiores…
Vi-O ligar uns headphones a um buraquinho na base do vibrador e aproximar-Se de mim, pronto a colocar-me aquilo. Não ofereci resistência (pudera, estando presa!) e, depois de alguma luta d’Ele com os fechos do látex que me cobria, aquele dildo entrou na minha ratinha. Vibrava a um ritmo estranho… Colocou-me os headphones ao pescoço (eram daqueles grandes, que tapavam as orelhas por completo) e começou a soltar-me da cadeira.
- Agora, Isabel, vais tratar da lida da casa, OK? Vou-te colocar música nos ouvidos para não te sentires tão só, pois tenho de ir trabalhar…
Assim que a minha boca ficou livre, reclamei:
- Tem mesmo de ir, Senhor? Ahhh… – soltei um gemido quando o vibrador vibrou de forma mais rápida. O meu Dono sorriu.
- Tenho, infelizmente, tenho uma reunião com o resto da administração para avaliarmos o último trimestre. Por isso ficas por tua conta. Mas quando chegares quero ver esta casa num brinquinho. Ouviste, boneca?
- Sim, meu Senhor.
Ele aproximou-Se de mim e beijou-me nos lábios, apaixonadamente, depois colocou-me os phones nos ouvidos e retirou-Se.
Ouvi a música que ia invadindo os meus ouvidos: tratava-se de uma colectânea de Trance, estilo musical predilecto do meu Senhor. Demorei algum tempo a perceber que o dildo que tinha dentro de mim tremia consoante a batida da música! Levei as mãos ao baixo-ventre, tentando controlar o que se passava ali em baixo – e senti ali algo a mais. Olhei para baixo e vi que o meu Dono havia colocado um cadeado a prender os fechos do meu catsuit
- Oh, meu Deus! – exclamei, tentando perceber como iria conseguir tratar da casa tendo um vibrador a tremer dentro de mim. Subitamente, a batida tornou-se mais forte: caí de joelhos a tentar não ter um orgasmo. Em vão.
Aquela foi a constante do dia. Enfiei-me na cozinha a tentar meter a loiça do almoço na máquina de lavar tentando não atirar os pratos ao chão com as batidas da música na minha ratinha, o que acabei por conseguir entre dois orgasmos; pensei em preparar o jantar mas tive de desistir quando o tacho com o arroz caiu no chão após mais uma tentativa falhada para conter o clímax; e por duas vezes as minhas tentativas para limpar o arroz do chão da cozinha saíram goradas quando orgasmos me fizeram atirar a pá ao chão (voltando a derramar o que eu havia varrido). Quis tentar arranjar uma solução para eu conseguir cumprir a ordem do meu Senhor de tratar da casa mas, para não variar, aquela vibração infernal afectou-me o pensamento de tal forma que não conseguia raciocinar com clareza. Acabei por desistir e ceder aos meus instintos: deitei-me no chão de costas e comecei a passar as mãos pelo meu corpo coberto de borracha, tocando principalmente nos meus seios e no clitóris. E a partir daí não me lembro de mais nada, só dos orgasmos sucessivos.
Voltei à realidade ao sentir um toque na perna. Abri os olhos e vi o meu Dono, olhando para mim com as mãos nos quadris e um sorriso de indulgência estampado. Enquanto eu corava, Ele agachou-Se e tirou-me os phones dos ouvidos.
- É isto que chamas de “tratar da casa”? – murmurou Ele.
- Eu… eu… mil perdões, Senhor, mas… hmmm… o Senhor torturou-me… enfiou-me… hmm… isto dentro de mim… ahhh… e não con-consegui fazer muito… hmm…
Ele riu-Se e deu-me a mão para me levantar; assim que fiquei em pé, voltei a escorregar para o chão sob o efeito de mais um orgasmo.
- Vá ver, Isabel, e essa tua resistência, hein? Pensava que aguentavas um vibradorzito dentro de ti sem problemas! – comentou, assim que me acalmei.
- Peço des-desculpa, meu Senhor, mas estou muito sensível… aiii… – voltei a erguer-me, desta vez sem ajuda.
- Pois, está visto que sim. – suspirou, aparentemente com desilusão no olhar – Está visto que tens de ir ao castigo. Não queria, mas vai ter de ser.
- Senhor, por favor… não seja mau para mim… mais… ahhhh… – tentei mais uma vez controlar a minha ratinha, uma luta que eu já sabia que ia perder.
- Adoro ver-te assim, Minha Isabel, toda desesperada. Nem imaginas o quanto! Mas sabes como são as coisas, um castigo é um castigo. Desobedeceste à Minha ordem, e sabes que Eu gosto que Me obedeças. Falhaste, portanto…
- Por favor, Senhor, mil perdões, eu… hmmm… – tentei explicar-me, mas em simultâneo com mais um orgasmo, o meu Dono agarrou-me pelo pescoço e fez-me andar à Sua frente. Fiquei sem força nas pernas mas mesmo assim fui andando (que remédio…), sendo guiada rumo ao meu quarto.
Nunca vos falei do meu quarto, que acaba por ser o local da casa onde nós mais “brincávamos”, pois era lá que estava grande parte das coisas utilizadas. As paredes do quarto estavam cheias de fotografias minhas, fotografias que Ele me havia tirado. Havia imagens de mim com a cara cheia do Seu sémen, nas mais variadas posições, a sofrer as mais diversas punições. A um dos cantos do quarto estava um banco comprido e almofadado, mesmo bom para eu me deitar ao comprido em cima dele. E foi isso que o meu Dono me disse para fazer, com Ele a prender-me os pulsos e os tornozelos às algemas que pendiam das pontas e a apertar-me uma tira de cabedal à volta da cintura que me mantinha presa contra o banco e sempre na mesma posição. Fiquei esticada em cima do banco com o meu traseiro totalmente vulnerável e sentindo mais um orgasmo a preparar-se… e quando Ele Se aproximou de mim com uma mordaça nas mãos, abri a boca para facilitar a inserção da bola de borracha. A Sua mão forte apalpou-me uma nádega e eu soltei um gemido.
- Como tu estás, Minha cabeça de caralho… Uma pessoa toca-te e tu desatas a gemer.
Soltei mais um gemido, que se prolongou quando a Sua mão me começou a tocar no baixo-ventre.
- Lá está, mais Me ajudas… pareces uma sereia dos bombeiros. Isto tem de acabar.
Ele voltou a colocar-me os phones nos ouvidos e afastou-Se de mim enquanto eu continuava a tentar controlar-me. Não consegui ver para onde fora… mas percebi que fora buscar mais coisas quando reapareceu à minha frente com uma venda de cabedal nas mãos, com a qual prontamente me deixou incapaz de ver o que quer que fosse.
Subitamente, algo me bateu nas nádegas, com força, apanhando-me completamente de surpresa. Só à segunda ou terceira pancada é que percebi que o meu Senhor me estava a dar com a Sua paddle mais pesada! Se bem me lembrava e se o meu palpite estivesse certo, aquele utensílio de tortura era quase semelhante a uma tábua de cortar pão, com espessura do meu polegar e comprimento de dois palmos. Para piorar a situação, o meu Dono estava a administrar-me aquela punição com toda a Sua força destrutiva, no dia seguinte eu seria incapaz de me sentar… senti-me algo injustiçada por aquilo: Ele havia-me colocado um vibrador que tremia consoante a música e esperava que eu conseguisse tratar da lida da casa assim? Não era mesmo nada justo… e foi mais por isso do que pela acção da paddle (OK, a paddle também teve uma grande influência) que senti os olhos a humedecerem-se. Todavia, aquele espancamento não durou muito tempo, acabando antes de eu ficar com dores insuportáveis.
Pude senti-l’O a mexer e a retirar-me o cadeado que impossibilitava a abertura do fecho do meu catsuit; pouco depois tinha a minha vulva e o meu cuzinho à mostra. As Suas mãos entraram-me delicadamente na ratinha e retiraram-me o vibrador, que mesmo assim continuou a dar-me música e me impossibilitou de ouvir o que o meu Dono estaria a planear.
Tive de esperar algum tempo até o saber, pois Ele pareceu afastar-Se de mim durante longos instantes. As Suas mãos, envoltas em látex e impregnadas de lubrificante, foram-me massajando o cuzinho, humedecendo-o, preparando-o para brincadeiras anais – só podia ser isso. Os Seus dedos também me tocaram na ratinha, que estava extremamente sensível depois dos orgasmos da tarde: qualquer toque ali fazia-me gemer.
Quando as mãos do meu Dono me largaram, algo me foi encostado às nádegas e que me trouxe logo à ideia um dildo; e assim que a cabeça penetrou o meu cuzinho, apercebi-me que estava certa. O problema era que aquele dildo era comprido e grande e começou a entrar e sair de dentro de mim de forma ritmada, a foder-me… tinha de ser a fucking machine d’Ele que me estava a meter aquela pila em mim! Para piorar ainda mais as coisas, o vibrador musical voltou a ser-me colocado na minha ratinha. O meu Dono parecia querer acabar comigo! Uma mão agarrou nos phones e levantou um deles, o tempo suficiente para ouvir a Sua voz:
- Já que te queres tanto vir, o teu castigo vai ser ficares aí o resto do dia com o vibrador e a seres enrabada como se não houvesse amanhã, a ver se perdes a vontade de o fazer! – e voltou a ajeitar os headphones, impedindo-me de O ouvir mais.
Senti as Suas mãos agarrarem e retirarem-me a mordaça; todavia, antes que pudesse dizer um ‘ai’ que fosse, a Sua pila invadiu-me a boca, agarrando-me com força na cabeça para a empurrar o mais fundo possível em mim; sem qualquer outra opção, comecei a chupá-l’O, tentando dar-Lhe o máximo de prazer possível. Como tinha os olhos e os ouvidos inutilizados, não me podia guiar pelos Seus gemidos ou reacções para saber se Ele estaria a gostar de mim, mas pela força com que Ele me fazia engoli-l’O, presumi que estivesse a portar-me bem, ao mesmo tempo que tentava continuar a ignorar a destruição (o termo certo era esse mesmo) das minhas partes baixas à medida que o vibrador continuava a estimular-me a ratinha até ao infinito e o dildo da fucking machine a dar cabo do meu cuzinho, mas estava muito difícil…
O meu Senhor não demorou muito a vir-Se, enchendo-me a boca com o Seu leite e quase fazendo-me engasgar – como sempre, aliás. Assim que Ele Se acalmou, todavia, retirou-me o Seu membro de forma abrupta da boca e voltou a amordaçar-me, deixando-me ainda com os lábios cheios dos Seus fluidos. E, a partir desse momento, deixei de saber d’Ele.

Que posso eu dizer do tempo em que estive presa ao banco até ser libertada? Não demorou muito até as lágrimas começarem a brotar-me nos olhos, pois a pila artificial da fucking machine não parou na sua tarefa impiedosa de me rebentar o cuzinho, nem tão-pouco o vibrador de me levar à loucura uma e outra vez, sem parar. Toda eu já tremia e gemia e suplicava para que o meu Dono desse por terminada a Sua punição ou me sujeitasse a outra coisa nem que fosse ainda mais extrema! A dor que eu sentia no meu rabo estava cada vez mais insuportável e isso, só por si, contribuía enormemente para o meu mal-estar…
Quando a fucking machine foi desligada e o seu dildo retirado do meu cuzinho, deixei-me cair como morta no banco, chorando copiosamente, não reagindo quando o vibrador também me foi tirado. Senti a Sua mão a tocar-me gentilmente na cabeça, seguida de um beijinho na testa coberta de látex, o que me fez sentir um tudo-nada melhor. Mas a “assadura” que afectava o meu cuzinho não havia meio de desaparecer. Ele soltou-me do banco, retirou-me a venda dos olhos e a mordaça da boca e ajudou-me a levantar; depois, sem uma palavra, abraçou-me com quanta força tinha, à medida que as lágrimas iam escorregando pelo látex que envolvia a minha cara.
- Como estás, Isabel? – perguntou Ele, num murmúrio.
A princípio não consegui responder, tinham um enorme nó na garganta: o facto de ter tido um número recorde de orgasmos e de estar cheia de dores havia-me deixado com as emoções completamente desreguladas. Depois, lá consegui sussurrar um:
- Com dores…
- Pois, abusei em demasia de ti, não foi? – suspirou fundo – Desculpa-Me, Meu amor.
“Meu amor”. O meu Dono adorava-me imenso, eu sabia-o; todavia, em todo o tempo que eu fora Sua escrava, pela primeira vez Ele havia-me apelidado de “amor”. Talvez seja estúpido, mas deixei de me importar com o rabo, com a hipersensibilidade da minha ratinha: aquela expressão fez-me sentir um júbilo inenarrável.
- Senhor… de verdade que eu sou o Seu amor? – perguntei num fio de voz.
Ele olhou-me fixamente nos olhos antes de responder:
- Tu és Minha propriedade, custaste-Me bom dinheiro. És Minha empregada da casa e Minha escrava sexual, Minha puta, és o que Eu quiser. E… és o Meu amor, sim. Já não consigo imaginar a Minha vida sem ti. Desculpa-Me se não tenho vontade de andar aqui com lamechices, mas o principal é que te adoro. Minha cabeça de caralho… – e sorriu, passando-me a mão pela cabeça lisa à laia de festas, para depois me deitar na minha cama e deitar-Se a meu lado, voltando a abraçar-me e ficando agarrado a mim sem me largar uma única vez.
Não pude dizer nada, o nó que tinha na garganta era enorme. Deixei-me ficar em Seus braços, imóvel, ouvindo a Sua respiração e sentindo o Seu peito a encher e esvaziar o ar, gozando aquele momento que, apesar de não ter qualquer espécie de estímulo sexual, foi tremendamente forte para mim.

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