sexta-feira, 31 de julho de 2015

Um conto diferente: Vingança póstuma

[Inaugura-se aqui uma rubrica destinada a contos onde o erotismo não é a prioridade. São histórias de temáticas genéricas, digamos assim.]

Carla acordou, sentindo a sua cabeça ainda azamboada. Era noite cerrada e aquela zona devia ser afastada da cidade, já que não se viam luzes para além da iluminação proveniente da Lua Cheia, que brilhava num céu totalmente descoberto, e de esse luar revelar que a rapariga estava no meio de uma plantação de pés de milho, com um carreiro estreito a atravessá-lo onde o seu corpo havia sido deixado. Carla não fazia ideia do sítio onde se encontrava e não se conseguia recordar do que acontecera antes de ficar inconsciente. Os seus ouvidos captaram o som de grilos, do piar de uma coruja de vez em quando…

quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Pleasuretrix

(história anterior)

Na minha primeira passagem pelo Desportivo de Seixal, os estágios de pré-época do clube eram sempre em Castro Verde, num centro de estágios que havia sido construído para esse efeito. Com o meu regresso ao clube, esse hábito, entretanto abandonado, voltou a acontecer. O plano era passar duas semanas numa área com temperaturas acima dos 30 °C, a puxar pelo físico dos meus jogadores. Os que já me conheciam sabiam do que a casa gastava, mas os novos acabavam por não levar a coisa muito bem às primeiras, mas as coisas depois lá acabavam por correr sobre rodas.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Cuidar da Dona

(história anterior)

A minha Dona aleijou-Se. Num dia em que fomos à Sua praia preferida com amigos, após o piquenique do almoço, numa brincadeira, Ela acabou por ficar com uma dor nas costelas. Depois de alguns exames nos dias seguintes, a minha Dona ficou a saber que não era nada de mais mas a dor continuava. Por isso, tomei a decisão de fazer os possíveis por ajudá-l’A a recuperar, por muito pouco que eu entendesse de saúde, devo admitir. Mas, mais não fosse, podia sempre distraí-l’A…

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O rapto da larva

(história anterior)

O estrondo apanha-nos a todas de surpresa. É quase como que uma explosão, que abala toda a zona da área dos casulos, onde eu e as minhas irmãs nos encontramos. Tento pedir ajuda mental à minha Rainha e Ela transmite-me que as soldadas já estão a acorrer ao local onde houve aquele estrondo para ver o que se passa. Naquele momento, a minha barriga começa a doer: sinto necessidade de pôr mais um ovo. Deito-me de costas no chão e abro as pernas, por forma a permitir que o ovo saia de mim sem dor.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

O salvamento

 (história anterior)

Desliguei o telemóvel e entrei no carro. A morada que me haviam dado era relativamente perto da nossa casa, mas de carro a viagem fazia-se em menos tempo – para além de não ter de ir a coxear com dores todo o caminho.
Menos de cinco minutos depois, parei o carro no exterior de uma pequena vivenda – se compararmos com o tamanho normal das casas da Verdizela. Saí da minha viatura, puxei um molho de chaves do bolso e fui coxeando até ao portão de entrada, sempre agarrado à minha bengala; abri-o e, mais uns passos depois, cheguei à porta principal daquela casa. Escolhi outra chave, meti-a naquela fechadura e abri mais aquela barreira.