segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Puta

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Pela centésima vez agitei-me na cama, tentando ver se as minhas amarras cediam, pela centésima vez percebi que os meus movimentos eram inúteis: a minha Dona havia-me amarrado bem. Apenas desejava que Ela não demorasse muito a regressar, pois já havia saído havia algum tempo e estar deitado numa cama envergando apenas uma camisinha de noite transparente, uma tanguinha, cinto de ligas, meias de nylon e sapatos de salto alto não fazia com que eu me sentisse muito quente…

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Prenda de Natal

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Bom, comecemos por onde costumo começar: pelas novidades da nossa cada vez maior irmandade, aquela parte enfadonha que ninguém gosta de ler mas que eu gosto de contar. A primeira prende-se com o mais recente casal (que já existia há algum tempo mas que só nos últimos meses se oficializou): Andreia e Helena andam numa espécie de “guerra” para decidirem quem vai “usar as calças” na relação, especialmente desde que a minha irmã reavivou o lado dominante da hermafrodita. Não tem havido discussões nem nada do género, mas tem sido uma “guerra” muito erótica, que se calhar até valia a pena ser relatada – tenho de desafiar uma delas para falar disso, sei que vocês deliram com essas coisas.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

No meio de nenhures

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- Márcia, ainda aqui está?
- Sim, Sr. Monteiro, estou a ver se despacho este projecto. Calhava entregá-lo quanto antes, os clientes estão algo chatos…
- Ah, percebo. – uma pausa – Que é feito da Andrea?
- Já saiu, disse-lhe para ir para casa, isto não é nada com que ela me possa ajudar de qualquer maneira…
- Ah, OK. Tente não queimar muitas pestanas, sim, Márcia? Não queira ter uma vida como a minha, cheia de úlceras e divórcios… nenhum trabalho é mais importante que a nossa vida.
Márcia riu-se.
- Não se preocupe, Sr. Monteiro, daqui a bocadinho já me vou embora.
- OK, OK. Bom fim-de-semana, Márcia.
- Bom fim-de-semana, senhor.
Ouviu-se uma porta a bater; após uns segundos de espera, Márcia baixou a cabeça e olhou para os pés da secretária.
- Pronto, querida, estamos a sós.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Peddy-paper

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A empresa de confecção de que o meu Dono era o director passou por um mau bocado por causa da crise. Durante esses longos meses, Ele chegava a casa distante e preocupado, com pouco tempo para mim e, enquanto eu tratava da lida da casa ou da loiça, fechava-Se muitas vezes no escritório fazendo contas à vida e tentando descobrir uma forma de manter a empresa aberta sem despedir ninguém mas ao mesmo tempo fazendo face às despesas e à falta de encomendas. Apesar da Sua falta de tempo para mim, todas as noites eu me entregava a Ele numa tentativa de O animar, para O relaxar, para Ele aliviar a Sua tensão e os Seus problemas em mim; e, modéstia à parte, parecia-me que Ele Se deixava dormir todas as noites um bocadinho mais animado por minha causa.