quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Pleasuretrix

(história anterior)

Na minha primeira passagem pelo Desportivo de Seixal, os estágios de pré-época do clube eram sempre em Castro Verde, num centro de estágios que havia sido construído para esse efeito. Com o meu regresso ao clube, esse hábito, entretanto abandonado, voltou a acontecer. O plano era passar duas semanas numa área com temperaturas acima dos 30 °C, a puxar pelo físico dos meus jogadores. Os que já me conheciam sabiam do que a casa gastava, mas os novos acabavam por não levar a coisa muito bem às primeiras, mas as coisas depois lá acabavam por correr sobre rodas.


Uma das poucas regras que eu havia implementado era que, durante aquelas duas semanas, as namoradas/esposas da rapaziada não poderiam acompanhá-los ou estar alojadas perto daquela área – o que também incluía a equipa técnica: não somos mais que os jogadores, afinal de contas… o que significava eu ter de passar duas semanas longe da minha mulher e filho, o que sempre me custava. Mas regras são regras, mesmo se feitas por mim próprio. Por isso, a custo, lá deixei Ana com o nosso Miguel nos braços, meti-me no autocarro do clube e abalámos rumo ao calor alentejano, esperando que aquelas duas semanas passassem depressa. Apesar de eu achar que Ana iria arranjar maneira de se entreter com as irmãs durante a minha ausência…



Passou-se uma semana e, como de costume quando se realizavam aqueles estágios, eu estava a morrer de saudades de Ana. Claro que falávamos todos os dias, ela contara-me que havia sido encarregue da despedida de solteira da futura cunhada Ellen, em vésperas do seu casamento com Andreia, tendo sido convidada para madrinha. Sempre que eu desligava o telemóvel, ficava sempre algo melancólico e a pensar no que aquelas miúdas estariam a fazer.
Depois de jantar, alguma da malta foi para os quartos, outros ficaram a relaxar no salão de jogos, ou a ver TV, o que quisessem. Eu fui um dos que subiu para o quarto, pensando no que iria fazer no dia seguinte. Havia um jogo particular marcado para meio da semana seguinte e, apesar de ser com uma equipa secundária espanhola, queríamos estar em forma. Sentei-me à secretária do meu quarto, tratando do planeamento dos treinos.
Então, soaram umas pancadas na porta.
- Sim? – gritei. Era bom que não me fizessem levantar da cadeira…
Ninguém respondeu, portanto ignorei. Se quisessem alguma coisa de mim, que dessem vaia…
Voltaram a ouvir-se pancadas na porta, desta vez com mais força. Soltei um grunhido, agarrei na minha bengala e ergui-me a custo da cadeira. Quem estivesse à porta ia ter de levar com o meu mau-génio…
Abri a porta e comecei a gritar:
- Que querem, cara…
Fui interrompido quando uma mão empurrou-me com força para trás, fazendo-me levantar os pés do chão e cair em cima da cama, que estava um bom par de metros distante dali! Enquanto caía, pude ouvir a porta a fechar-se.
- Hey! Que merda é esta?!
Não pude ir mais além quando uma mão me foi colocada por cima da boca.
- Cala-te. – ouvi.
Aquela voz deixou-me de sobreaviso: era a de Ana! Um pouco impessoal, é certo, mas era a voz dela! Tentei olhar para a pessoa que me atacara… e vi uma morena de cabelo encaracolado e óculos escuros a colocar-me um joelho em cima do peito, impedindo-me de me levantar. Ela vestia um catsuit de vinil preto e encarnado sem mangas, com luvas pretas do mesmo material e botas de salto alto (ou botins, visto os mesmos estarem calçados por baixo do catsuit). Como já se esperava, a cara era a de Ana.
- Não faças barulho. – continuou ela naquele tom indiferente, tirando-me a mão da boca – O futuro da Humanidade depende disso.
Fiz uma cara de caso. O que estava a minha mulher a inventar? Que raio de desculpa havia ela inventado para me ver?
- Carlos Lourenço, sou uma Pleasuretrix vinda do futuro. A Humanidade está em perigo e tu és a sua única salvação.
Soltei uma gargalhada.
- A sério, Ana? Não arranjaste…
A sua mão voltou a tapar-me a boca.
- Por favor, não desperdices tempo. A Humanidade está em perigo e tu és a sua única salvação.
 Levantei os braços, em sinal de rendição, e resolvi deixá-la falar.
- A Humanidade está doente. – continuou Ana – A radiação na atmosfera resultante da última Guerra Mundial está a matar a população mundial numa escala de milhões. A única salvação possível é regressar atrás no tempo e encontrar um espécime humano com o nível de proteínas certo para conseguir suportar os níveis de radiação. E tu tens o nível de proteínas exigido para isso.
Sorri. Como desculpa para me saltar para cima, até era uma bastante elaborada.
- Para obter as tuas proteínas no seu estado mais puro e utilizável para os cientistas da organização que me enviou, vou ter de te estimular sexualmente até obter a tua ejaculação. Guardá-las-ei dentro de mim e regressarei ao futuro com as proteínas necessárias para salvar a Humanidade.
Sem hesitar, as mãos de Ana agarraram-se às minhas calças e, com uma mestria ímpar, desapertaram-mas e removeram-mas; e logo a seguir foram os boxers. Confesso que me admirei um bocado com os seus modos: ela havia sido tão brusca a despir-me… mas assumi que estivesse a desempenhar o seu papel.
- E… quem és tu? – perguntei, alinhando na coisa – Porque foste encarregue disso?
- Eu sou uma Pleasuretrix modelo AK-1981. – respondeu ela, sempre com aquele tom de voz monocórdico, ao mesmo tempo que me começava a masturbar com a sua mão – Fui escolhida por ter faces transmutáveis, podendo por isso mesmo assumir os mais diversos aspectos, tendo-me sido colocada a cara da tua mulher.
- E… hmmm… o que é uma… uma Pleasuretrix…? ai… – comecei a sentir o efeito daquela mão.
- Uma Pleasuretrix é um cyborg feito com objectivos de proporcionar prazer a espécimes humanos do sexo masculino. Como a proteína necessária a salvar a Humanidade é obtida através de contacto sexual, os cientistas optaram para enviar para o passado uma Pleasuretrix.
Naquela altura, eu confesso que já não estava a prestar muita atenção ao que ela estava a dizer… o efeito daquela mão estava a deixar-me louco. A cadência com que Ana me estava a masturbar era suficiente para me deixar de pau feito, e ela depois sabia massajar-me a glande com o seu polegar… por mais de uma vez ela, sempre em movimentos automáticos, debruçou-se sobre o meu baixo-ventre e cuspiu sobre a minha pila, para a mão deslizar melhor. Então, a minha esposa deteve-se e olhou para o meu órgão.
- Erecção suficiente para colheita de proteína. – declarou ela; logo a seguir, sem hesitar, abriu a boca e debruçou-se mais uma vez…
Assim que a cabeça da minha pila lhe passou pelos lábios, eu deixei cair a cabeça na cama e soltei um enorme gemido. Quando Ana se lembrava de me fazer sexo oral, eu ia às nuvens com uma rapidez estonteante: se houvesse alguma competição envolvendo mamadas, a minha esposa ganharia de certeza; e apesar de a conhecer havia anos, não conhecia o seu segredo, ou como se tornara tão boa naquilo… De qualquer forma, não foi preciso muito tempo para eu sentir vontade de me vir; tentei lutar contra ela, mas era inútil… por muito que eu me aguentasse, que eu pensasse em merdas pouco excitantes ou mesmo nojentas, quando a ponta da sua língua passou mais uma vez pela cabecinha da minha pila, não pude suster o meu clímax e comecei a encher-lhe a boca com sémen. Mas lá por isso Ana não se deteve, continuando a chupar-me o órgão: afinal de contas, se a sua “missão” era “obter a minha proteína”, era natural que ela me quisesse deixar de tintins vazios…
Ana continuou com a minha pila entre os seus lábios muito depois do meu orgasmo ter cessado, se calhar uns cinco minutos; depois disso, ela ergueu-se e ficou parada uns instantes.
- Nível de proteína recolhida insuficiente. Necessário efectuar segunda recolha. – e fez uma pausa – Cavidade bocal preenchida. Necessário utilizar cavidade vaginal.
Então ela ajoelhou-se comigo entre as suas pernas, abriu o fecho do catsuit, que lhe passava por cima do baixo-ventre, e revelou-me a sua ratinha. Reparei logo que Ana havia tingido os seus pêlos púbicos de cinzento-metálico. Com a mão, a “Pleasuretrix” recomeçou a masturbar-me, visto a minha pila já estar a ficar algo flácida… mas, graças ao seu toque, ficou logo rija. Pouco depois, ela parou e fez-me entrar na sua ratinha, colocando as mãos no meu peito, como que a segurar-se, começando a mover-se com movimentos rotativos.
Soltei logo um gemido e fixei o olhar na cara de Ana. De maneira nenhuma, fazendo amor comigo, ela conseguiria manter o rosto fechado como fizera até então! E, no entanto… não só ela continuava de óculos escuros, como a sua cara parecia de granito, não traindo qualquer emoção. Dava ideia que ela não estava a sentir nada! E nem sequer soltava nenhum gemido nem suspiro… Comecei a estranhar que algo não estava bem com aquele quadro – mas aquela sensação não durou muito, pois a sua rata começou a afectar a minha cabeça e a deixar-me excitado novamente. Ana parecia de facto um autómato, saltando sobre o meu colo sempre com a mesma cadência, intercalando os seus movimentos rotativos sempre nas mesmas alturas… bom, ela podia não estar a sentir nada, mas eu já me sentia extremamente duro e com vontade de acabar com aquilo, encostá-la à parede e rebentar-lhe com o cu! Mas tive de me “contentar” apenas com a sua ratinha que, apesar da sua indiferença, estava encharcadíssima…
Agarrei-a por debaixo dos braços e fi-la deitar-se sobre mim, abraçando-a logo de seguida e apertando-a contra mim à medida que lhe ia devorando a ratinha. Procurei os seus lábios e beijei-os, sentindo um sabor a plástico… e, ao mesmo tempo, Ana não reagiu, nem devolveu o beijo, apenas ficou com aquela mesma expressão impessoal; todavia, por muito estranho que tudo aquilo fosse, não me deteve: queria vir-me dentro dela, mesmo que tivesse uma camada de plástico a embrulhá-la! Pouco depois, finalmente, o clímax: urrei enquanto sentia mais uma quantidade de sémen passar pela cabecinha da minha pila e entrar na vulva da minha esposa; apertei-a ainda mais contra mim e beijei-a, mesmo não obtendo resposta: ela apenas continuou a mexer-se com a finalidade de me prolongar o orgasmo.
Minutos largos depois de eu ter deixado de me vir, Ana levantou-se, sempre olhando em frente, e fechou a abertura do seu catsuit no baixo-ventre.
- Nível de proteína acumulada recolhida suficiente. – declarou, indiferente à minha presença.
- Vê lá, Ana… desculpa, “Pleasuretrix AK-1981”. – sorri – Vê lá se não precisas de uma terceira amostra na tua cavidade anal, nunca fiando…
- Nível de proteína acumulada recolhida suficiente. – repetiu Ana, sem olhar para mim – Terceira amostra não necessária.
Aquilo fez-me franzir o cenho. Por norma, Ana nunca perdia oportunidade de fazer sexo anal, ou de andar com coisas enfiadas no cu…
- Obrigado pela tua dádiva, Carlos Lourenço. – continuou ela, encarando-me – Graças à tua disponibilidade, a Humanidade terá futuro.
Dito isto, ela virou-se, abriu a porta e saiu do meu quarto.

Confesso que fiquei um par de minutos especado. Claro que era impossível uma espécie de robot sexual vir do futuro dar uma voltinha comigo por causa do meu esperma e salvar a Humanidade, disso eu não tinha a mais pequena dúvida. Todavia, também era impossível a minha esposa ser tão fria e distante durante o acto sexual – para além de se ter recusado a levar no cu, algo que ela simplesmente adora! Os lábios de plástico até eram o menos, tendo ela já admitido que por vezes ela e as irmãs usam máscaras para ficarem iguais umas às outras… Será que eu tinha uma mulher que deveria antes estar em Hollywood, disfarçando até os seus próprios desejos?
Ergui-me na cama, apoiei-me no cotovelo direito e agarrei no meu telemóvel, ligando para nossa casa.
- Sim? – ouvi do outro lado.
- Hmm… Ana?
- Carlos? – era efectivamente a voz da minha mulher, com o seu tom jovial de voz – Porque ligaste para aqui? O meu telemóvel está ligado…
Hesitei uns segundos.
- Como é que fizeste isso? Estares aí e aqui?
- O que queres dizer?
- Tu não acabaste de sair do meu quarto do centro de estágio?
- Erm, não… se estou aqui em casa, logicamente que não estou aí… tenho imensas saudades tuas mas não ia quebrar as tuas regras…
- Bom, OK, OK…
- Que se passa?
- Nada, deixa lá. Depois conto-te.
Desliguei o telemóvel e fiquei imóvel durante uma quantidade de tempo indeterminado.
O que raio se tinha passado ali?

Desligou o telemóvel e continuou em passo acelerado até ao carro. Fora uma boa ideia ter arranjar forma de receber chamadas para o telefone de casa no telemóvel; só que, naquela altura, ela estava à pressa, não aguentava muito mais tempo. Começou então a correr, sempre abrigada das luzes do centro de estágio, agachou-se pelo mesmo buraco da rede onde havia entrado e deu mais uma corridinha até ao carro que estava mesmo ali ao pé. Abriu a porta da viatura, meteu-se lá dentro e imediatamente lutou para tirar peruca e a máscara que havia colocado a envolver-lhe a cabeça, conseguindo remover ambas após um par de minutos. Finalmente livre daqueles apertos, Ana abriu o fecho do catsuit de cima a baixo, num ápice, começou a masturbar-se, acariciando o clitóris com uma mão e penetrando a vulva com a outra.
- Foda-se!!! – gritou, olhando para o ar – Nunca mais volto a fazer uma destas!!
Fora uma autêntica tortura aguentar todo aquele tempo junto de Carlos sem gemer, sem gritar… mas sobretudo sem se vir. Por isso colocara a máscara, para evitar que qualquer possível contracção do seu rosto durante o sexo pudesse ser vista, desmascarando-a. Ana precisara de toda a sua concentração para conseguir fazer amor com o marido como um autómato; todavia, fora por um triz que não atingira o clímax quando montara Carlos… e a vontade não desaparecera. Por isso foi-se embora sem levar no rabo por saber que, se o marido a comesse por trás, ela não se aguentaria sem começar a gritar; mas aguentara tempo demais: Ana precisava de se vir!
Assim, sentada no banco de condutor do seu Audi TT, de pernas abertas ao máximo e saltos dos botins cravados no tablier e no volante, Ana enfiou a mão toda na sua ratinha, acariciando o clitóris e os lábios com a outra mão. “Da próxima vez que me der saudades dele e quiser fazer algo deste género, tenho de arranjar outra personagem…” pensou.
E foi então que Ana se veio, berrando tudo o que não berrara antes, gemendo alto e bom som, enchendo de fluidos a sua mão enluvada que depois esfregou pela cara, boca e peito.

(história seguinte)

1 comentário:

  1. Karabastos no seu melhor sempre...Apesar de... Continua <3

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