quinta-feira, 25 de junho de 2015

Distracções

Nunca fui muito fã de fazer análises ao sangue. Sempre que o médico me diz que está na altura do ano para as fazer, fico logo a engolir em seco. Não tenho nada contra fazê-las, atenção… o meu problema é com as agulhas. Sempre que penso na ideia de me deitar na marquesa e entregar o meu braço ao enfermeiro ou à enfermeira para me espetarem a agulha da seringa e me tirarem um bocadinho de sangue, sinto-me logo com tonturas; e na altura em que realmente tenho de o fazer, fico da cor da parede… e se só acontecer isso, já é bastante bom: houve alturas em que desmaiei, tendo voltado a mim de pernas para cima.

 
Naquela manhã, saí da cama enervado com a perspectiva de ter uma agulha a ser-me espetada no braço. Fui à casa de banho mijar para uma pipeta para a análise à urina, depois mudei de roupa e, de credencial e urina num saco, saí de casa, engolindo em seco.
Depois de uma curta caminhada, cheguei às portas do posto de saúde onde costumava fazer análises; depois de uns momentos de hesitação, lá avancei em direcção à porta espelhada, que se abriu automaticamente. De frente para a porta estava o balcão da recepção, onde a enfermeira que lá estava sorriu ao ver-me aproximar. Obviamente que, com todas as minhas dificuldades com agulhas, não havia ali enfermeira nenhuma que não me conhecesse.
Depois de termos trocado dois dedos de conversa, entreguei-lhe a credencial e a pipeta que continha a minha urina e a enfermeira comunicou-me que podia já entrar para o gabinete ao lado, que uma sua colega já iria ter comigo para tratar da recolha de sangue. Como um condenado à morte, lá fui eu para o tal recanto.
Aquele espaço, iluminado por um par de lâmpadas fluorescentes já algo foscas, não era muito grande: tinha espaço para a cadeira da recolha, para uma bancada onde se encontrava a máquina de acondicionar colheitas (ou lá como se chamava aquilo) e restantes utensílios, seringas e sei lá o quê mais. Sempre em passo lento, fui-me aproximando da cadeira e sentei-me (ou deitei-me, que aquele assento tinha mais jeito de marquesa que de outra coisa). Assim que o fiz, comecei a engolir em seco e a sentir-me derreter em suor, pois a partir de agora não havia volta a dar…
Todavia, o meu coração quase me caiu aos pés quando a porta se abriu e a enfermeira encarregue das colheitas entrou na sala. Ainda achei que estivesse a alucinar…
A enfermeira que entrou era giríssima, tinha cabelo castanho, uma cara redonda com dois olhos intensos, um nariz arrebitado e lábios doces, maquilhada discretamente. Trazia uma farda preta e encarnada, curta, com um avental encarnado com uma cruz branca desenhada e um chapéu do mesmo estilo na cabeça; ao pescoço tinha uma espécie de gargantilha, as suas mãos e braços estavam cobertas por luvas de borracha encarnadas, as suas pernas por meias de rede e nos pés trazia umas sandálias de salto altíssimo (e uma compensação jeitosa) pretas. Quedei-me embasbacado a olhar para aquela rapariga: desde quando é que nos postos de saúde as enfermeiras já apareciam assim trajadas?!
Ela aproximou-se de mim em passadas lentas, circundando-me como um tubarão faz antes de atacar a sua presa. Ela foi buscar a típica correia para apertar o braço e retornou com algo semelhante mas mais longo, que ela passou por cima do meu peito e braços e apertou atrás da cadeira. Todo eu me sentia ainda arrebatado pela presença daquela rapariga (nem sei que idade teria, talvez uns 20-e-poucos?), de tal forma que nem consegui reagir. Comigo firmemente preso, a enfermeira regressou ao meu ângulo de visão e aproximou-se de mim: as suas mãos atiraram-se logo ao cinto das minhas calças, desapertando-mo e abrindo-me os botões das calças, puxando-mas para baixo, para de seguida fazer o mesmo aos meus boxers.
Assim que a minha pila apareceu, já algo “inchada”, senti-me corar; todavia, a enfermeira não parou por ali. Ela cuspiu para a sua mão direita e agarrou-me no órgão, começando a masturbar-me. Não consegui conter um gemido abafado, de prazer, assim que ela começou naquilo. Mas que estava ela a fazer? Quem era ela? E porque estava ela a fazer aquilo quando apenas uma mera porta (que até me parecia estar entreaberta) nos separava das suas colegas de trabalho e restantes utentes?
Deixei de conseguir raciocinar quando a sua mão acelerou os movimentos, excitando-me ainda mais. Ela voltou a cuspir, desta feita para cima do meu órgão, lubrificando-o, e continuou a massajar-me o órgão sexual. Durante aqueles momentos, ela teve sempre o seu olhar fixo em mim, com um leve sorriso estampado na cara.
Então, ela parou com os seus estímulos manuais, puxou um banquinho na sua direcção e sentou-se a meu lado. Perguntei-me que iria ela fazer… mas não tive de esperar muito, ao ver a sua mão regressar à minha pila. A diferença, desta vez, é que a sua cabeça foi atrás: assim que senti os seus lábios a beijá-la, soltei mais um gemido e encostei a cabeça à cadeira. Arregalei os olhos quando os seus lábios se começaram a mover, beijando-me desde o baixo-ventre à cabeça da pila e começando a chupar-ma. Ela parecia ter larga experiência naquilo, pois parecia-me que nenhuma mulher alguma vez me dera prazer oral daquela forma… Ela fez-me entrar e sair da sua boca, lambendo-me o prepúcio, a glande, beijando-me o órgão por completo e cobrindo-o de beijinhos e lambidelas. E, sempre que ela me fazia entrar por completo, eu sentia-me ainda mais excitado, a gemer cada vez mais, quase a enlouquecer…
A enfermeira voltou a levantar-se e o momento quebrou-se. Olhei para a rapariga, desiludido, mas ela devolveu-me aquele olhar sacana com que ela me olhara desde que entrara ali. Voltou a andar à minha volta, de braços cruzados, lambendo os lábios, quase como se se estivesse a preparar para comer alguma iguaria deliciosa…
Ela deteve-se mesmo de frente para mim, olhando-me como se eu fosse a última Coca-Cola do deserto, e descruzou os braços. Então começou a gatinhar pela cadeira acima, como uma pantera. Ainda me deu uma lambidela e um beijinho ao de leve na ponta da gaita, mas continuou a gatinhar até se sentar ao meu colo. O calor que provinha da sua zona íntima Faz-me perceber que ela não tinha cuecas… e, para comprovar isso, ela levantou a farda e mostrou-me a sua zona púbica, bem depiladinha e apenas com uma tira de pêlos, quase como uma seta a apontar para a sua ratinha…
Sempre a sorrir, aquela enfermeira perversa começou a roçar a sua vulva pela minha pila, excitando-me ainda mais. A sua mão enluvada puxou o decote da farda para baixo, revelando os seus seios redondos e arrebitados. As suas mãos começaram a friccionar os mamilos ao mesmo tempo que simulava fazer amor comigo, quase saltando em cima do meu colo, aproximando e afastando a sua rata da minha pila, como que a provocar-me. A sua língua ia lambendo os lábios à medida que se ia excitando.
Quando, momentos mais tarde, ela se fartou de me provocar, uma das suas mãos desceu até ao baixo-ventre, agarrou-me na pila e, após uma ligeira provocação, fez-me entrar na sua rata encharcada e apertada, arrancando de mim mais um gemido gutural. Aquela enfermeira começou por se mover lentamente, fazendo-me entrar e sair dela como se houvesse todo o tempo do mundo. Então, ela começou a agitar as ancas, “montando-me” com movimentos rotativos. Assim que ela acelerou os seus movimentos, ela aproximou o seu rosto do meu e cravou-me um beijo intenso nos lábios, um beijo cheio de desejo, de sofreguidão. Quando os nossos lábios se separaram, ela colocou-me os seios à frente da boca, como que pedindo para eu os beijar e chupar… e eu fi-lo. Atirei-me aqueles peitos redondinhos, colocando um mamilo na boca e lambendo-o ao mesmo tempo que o chupava. O seu rosto sorridente alterou-se, com ela a morder o lábio e a inclinar a cabeça para trás à medida que a minha língua lhe ia humedecendo aquela sua zona erógena. Talvez por isso a sua “cavalgada” também aumentasse o ritmo, com ela a saltar sobre o meu colo ainda mais depressa que antes. Pelo seu rosto, não duvidava que ela estivesse perto de se vir – da mesma forma que eu me sentia cada vez mais perto do meu próprio clímax. Passei a ocupar-me do seu outro seio, dando-lhe carinhos tal como fizera com o outro, e ela inclinou a cabeça para trás, fechando os olhos e soltando um gemido abafado. Ela acelerou ainda mais os seus movimentos, fazendo-me aproximar ainda mais do meu orgasmo, até que senti que não podia aguentar mais…
- Ahhhhh!

- Ahhhhh!
- Então, Sr. André? – ouvi uma voz – Aguentou-se tão bem até agora… não me vai deixar ficar mal, pois não?
Pisquei os olhos uma vez, duas, cinco, dez vezes e abanei a cabeça: o cenário havia-se alterado drasticamente. A rapariga que estivera sentada em cima de mim, fazendo amor comigo, havia desaparecido, assim como a correia que me prendia à cadeira. Olhei para o lado direito e vi uma enfermeira agarrada ao meu braço, desapertando uma correia normalíssima com uma mão e com a outra a segurar numa seringa cheia com o meu sangue. Desviei rapidamente o olhar dali, rezando para ter sido lesto o suficiente para o meu cérebro não começar a entrar em paranóia com o sangue e a agulha, olhando para a enfermeira, vestida normalmente com uma daquelas fardas sem graça, largas e de cor verde-marinho… e tive um choque: era a mesma rapariga que havia feito amor comigo!
Ou será que não?
Olhei para baixo, para a zona do meu baixo-ventre, e vi-me de “tenda armada” e pulsante, com um grande alto na zona da braguilha das calças, como se algo me tivesse excitado bastante, e senti uma humidade desconfortável a alastrar-me pelos boxers; corei até à raiz dos cabelos… mas o que significava aquilo? Será que eu havia imaginado tudo aquilo? Poderia eu ter feito aquele filme todo na minha cabeça enquanto aquela rapariga entrava e me preparava o braço? E… que havia eu feito então durante todo aquele tempo?
- Segure aqui. – ouvi a rapariga dizer.
Sempre sem olhar e ainda algo acabrunhado com tudo aquilo, agarrei o pedaço de algodão que a enfermeira colocara sobre a zona espetada, com ela a retirar a agulha da seringa e a dirigir-se para a bancada. Pouco depois, ela tirou-me o algodão, meteu-me um penso e disse-me eu estava despachado. Tentando disfarçar a enorme erecção que eu tinha (apesar de já estar a diminuir) e os boxers ensopados em sémen, levantei-me dali e fui andando, algo titubeante, rumo à porta de saída.
Afinal… que raio se havia passado?

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