quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Escravas em celas (parte 1)

(história anterior)

- Glasgow, hein? – perguntou Andreia.
- Sim… o Desportivo vai lá jogar amanhã para a Liga dos Campeões. – respondi, colocando mais roupa dentro a mala de viagem.
Como de costume, quando a equipa de Carlos ia jogar fora de casa, eu acompanhava-o, na condição de “mulher de futebolista” – políticas do clube (mesmo sendo o meu homem o treinador da equipa); a única altura que as mulheres e namoradas não podiam acompanhar os seus respectivos era durante o estágio de pré-temporada. E como, tal como dissera à minha irmã, íamos até à Escócia para defrontar o Glasgow Rangers, era perfeitamente lógico que eu também os acompanhasse. E, para além disso, Tommy – a minha agente – não entrava em contacto comigo a respeito de novos trabalhos havia meses, portanto eu tinha imenso tempo livre…

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O antídoto

Joana fora uma mulher que praticamente teve o mundo a seus pés. Uma designer de roupa de renome, que trabalhava com diversas casas de moda, estava também de casamento marcado com um rapaz deslumbrante, modelo de um dos seus empregadores. Todavia, desde aquele malfadado dia em que fora raptada, a sua vida nunca mais fora a mesma. Ela deu por si enfiada numa cela exígua de paredes nuas de cimento, obrigada a dormir num enxergão de palha fedorento e a suportar as torturas mais humilhantes às mãos de uma mulher impiedosa; o seu amor-próprio, existente até em demasia, não demorou a desaparecer, sendo substituído por um sentimento de impotência, de desânimo. Passaram-se meses até ela ser transferida para outra área daquela prisão, mas nem mesmo aí as coisas melhoraram. Ela passou a ter de vestir uma farda de látex de empregada e a responder por “Empregada Dezasseis”, uma criada no meio de um staff (ou seria mais harém?) de pessoas que estavam sob o comando de Lady Jewel, a megera que a havia raptado, passando a ser obrigada a desempenhar tarefas domésticas (algo de novo para ela, sempre habituada a ter ela própria empregados) e a ser envolvida nas suas fantasias sexuais sempre que a dona da casa o exigisse. Mas o pior era os fins-de-semana, quando Lady Jewel convidava amigos para casa e estes utilizavam as criadas em jogos sexuais. Incontáveis vezes ela fora abusada e violada, tivera de dar prazer sexual a homens e mulheres ao mesmo tempo; à noite, por mais que ela lavasse a boca ou bochechasse com elixir, o sabor a sexo e a fluidos não desaparecia. As noites eram passadas acorrentada à cama, num pranto incessante de quem perdeu a esperança de voltar a ser livre. Com o tempo, a sua anterior vida passou a ser uma memória distante, até que essas mesmas memórias se acabaram por desvanecer.

domingo, 17 de agosto de 2014

O touro

(história anterior)

Depois de tantos meses em que, praticamente, Lady Katarinne não me deixou sair da cama, a minha Dona começou a soltar-me mais vezes. Aceitei o meu lugar enquanto serva e puta da Senhora mais linda e mais perfeita do Mundo, e não posso sentir-me arrependida da minha escolha. Até já interiorizei dentro de mim mesma que deixei de ser homem, abraçando o estatuto de uma mulher – mas uma mulher de calibre muito inferior que o da minha Dona.
Como já disse, a minha Senhora solta-me mais vezes para que eu possa tratar da lida da casa. E se, às primeiras vezes, tive algumas dificuldades em fazer as coisas como deve ser – o que causou, não poucas vezes, a ira de Lady Katarinne – hoje em dia creio não ser uma má criada. Já tive direito a um uniforme, que agora uso com orgulho – especialmente por me ter sido vestido por Ela: uma farda de empregada, preta e branca, bem justinha ao corpo, umas luvas de cabedal, curtas, brancas, um cinto de ligas também preto, rendado, que segurava as minhas meias de rede escuras, com um par de sapatos pretos de salto-agulha, extremamente altos; no cabelo (que, ultimamente, por vontade dela, era cor-de-rosa, assim como as sobrancelhas, pestanas e pelos púbicos), tinha uma bandolete. E depois, claro, tinha a coleira à volta do pescoço, as tiras de cabedal à volta dos pulsos e dos tornozelos, a mordaça na boca (que, por vezes, me é retirada) e os sempre presentes cinto de castidade no meu clitóris e plug no meu rabinho. Acabei por me acostumar a toda esta parafernália de objectos controladores, esperando que, um dia, Ela veja que Lhe obedeço inquestionavelmente e com prazer. Por falar em prazer, continuo com a regra dos cinquenta orgasmos – no momento em que escrevo estas linhas, falta-me provocar quinze à Senhora para ter direito ao meu orgasmo.
Ela continuava a ter os Seus encontros sexuais, com Ela a prender-me à cama depois dos mesmos, para me contar as Suas aventuras, para me provocar e para que eu A limpe do sémen dos homens com quem Ela faz amor – e, também, para que eu A faça atingir mais um orgasmo. Só muito recentemente é que a Senhora me envolveu neles...

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Punição com as próprias ferramentas

 
Abanei a cabeça. As pestanas estavam a ficar cada vez mais pesadas. Já passava bastante das 23h mas queria ver se conseguia acabar aquele chicote antes de me ir deitar. Reprimindo mais um bocejo, acabei por ir buscar mais uma tira de cabedal.
Para todos aqueles que não saibam, construo utensílios para práticas BDSM. Numa altura em que não era fácil arranjar-se utensílios para as práticas de que gostava, comecei eu mesma a fazê-los. E o que é certo é que, melhor ou pior, comecei a ser conhecida pelas coisas que fazia, pelas chibatas, chicotes, paddles, cordas, jaulas e o mais. Com o tempo, passei a dedicar-me à revenda de artigos de BDSM, não só daquilo que fazia. Vibradores, dildos, mordaças, algemas, correntes, cintos de castidade, vestidos provocantes… todavia, apesar disso, continuava a fazer as minhas coisas, a criar artigos mais fora do vulgar – a última ideia que eu havia acabado havia sido uma paddle a imitar a sola de uma bota. E recebia encomendas de outras pessoas para qualquer espécie de artigos. Por isso é que eu ainda estava a pé àquela hora: tinha recebido uma encomenda para um bullwhip personalizado e eu estava um bocadinho atrasada.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

O casal submisso

O meu nome é Pedro. Durante anos, tive a ambição de ser submisso de uma Dominadora 24/7, de viver com Ela, ser o Seu submisso, a Sua puta e de sentir os Seus carinhos se os viesse a merecer. Todavia, consoante os anos se foram passando, fui apanhando desilusão após desilusão, pois não consegui encontrar uma Dona que fosse a adequada para mim – ou ao contrário. Todavia, comecei a namorar com uma rapariga, de seu nome Sandra, e acabámos por gostar muito um do outro, de tal forma que acabámos por nos casar. Só que a vida tem destas coisas: quando lhe falei de BDSM e dos meus desejos, ela ficou com ar desalentado e confessou-me que tinha o mesmo sonho… estando ela no papel de submissa. Ainda tentámos ver se um de nós se conseguiria adaptar aos desejos do outro, mas pura e simplesmente não funcionava. Só que ambos nos amávamos imenso, não queríamos perder isso… Depois de algum tempo e algumas conversas, acabámos por nos decidir a procurar uma Dominadora que aceitasse um casal de submissos. Um dia, encontrámos Lady Styx, uma Domme que, à primeira vista, parecia ter perfil para que tanto eu como Sandra A servíssemos. Depois de um café, apresentámo-nos e descrevemo-nos, enquanto Lady Styx nos ia avaliando; depois, Ela também falou e disse-nos o que esperava dos Seus submissos. Acabámos por combinar uma sessão para o fim-de-semana seguinte, para ver como as coisas corriam. Eu e Sandra ficámos surpresos quando descobrimos que Lady Styx era uma shemale, mas as coisas acabaram por correr bastante bem naquele fim-de-semana. No fim-de-semana seguinte recebemos as nossas coleiras – e os nossos cintos de castidade.