sábado, 21 de junho de 2014

As férias do Senhor

(história anterior)

Ouvi algo a ser aberto por cima de mim, e a súbita explosão de luz cegou-me durante alguns instantes.
- Chegámos, querida.
Pisquei os olhos, tentando ajustá-los à claridade, e fui olhando para o meu Senhor, enquanto esfregava a minha face na mão que tinha poisada no meu ombro, soltando gemidos suaves; de seguida, Ele ajudou-me a sair de dentro da mala. O meu corpo doía-me de tantas cãibras, depois de ter estado dentro de um sítio tão exíguo durante horas a fio, nem sabia quantas – desde que havíamos saído de casa – e depois de ter viajado na bagageira do Seu jipe, dentro daquela mala, juntamente com a Sua bagagem. Quando me consegui esticar o melhor possível – apesar das amarras que ainda prendiam o meu corpo, o meu Dono começou a massajar-me os músculos, dando-lhes de quando em vez um ligeiro beijinho. Chupei um pouco de água pelo tubo que tinha na minha mordaça, depois olhei para Ele, apaixonadamente, enquanto Ele me massajava as pernas, abrindo as algemas que tinha nos tornozelos.


- Estás tão tensa, Isabel… desculpa-Me pelas condições de viagem, mas a Minha secretária apenas reservou um quarto para um.
Assenti, como que dizendo que estava tudo bem: para ser honesta, eu havia adorado, apesar das dores e do desconforto. E eu sabia que Ele o sabia também. Provavelmente a questão da secretária era só uma desculpa… e, por causa disso, antes de termos saído de casa, prendeu as algemas que eu tinha nos pulsos e as dos tornozelos juntas, fechou-me as mãos com fita-cola de forma que eu ficasse com uma espécie de cotos, amordaçou-me – colocando na mordaça um tubo ligado a uma garrafa cheia de água – algaliou-me para quando eu tivesse de me aliviar, enfiou-me um dildo no rabinho, preso à minha cintura com umas fivelas de cabedal, e colocou-me uma intravenosa ligada a qualquer coisa, para que eu não tivesse fome durante a viagem; depois Ele colocou-me dentro da Sua maior mala, preparou-a de modo a que eu não tivesse falta de ar… e, algumas horas depois, estávamos ali.
O meu Dono abriu-me as algemas dos pulsos, retirando também a fita-cola que me inibia de mexer os dedos, e passou a massajar-me os membros até então imóveis, fazendo reactivar a minha circulação sanguínea. Eu soltava curtos gemidos de prazer, sentindo as Suas mãos grandes e fortes no meu corpo tocando cada parte dele. Ele retirou a intravenosa do meu braço e colocou-me um penso sobre o local onde a agulha havia estado espetada, continuando a massajar-me.
Quando eu me senti melhor, voltei a abrir os olhos e olhei para o meu Senhor. Eu nunca me cansava de olhar para Ele, para os pequenos detalhes da Sua cara, para a Sua expressão…
- Bom, já não precisamos mais disto. – declarou Ele, agarrando nas fivelas que seguravam o dildo que tinha no ânus, desapertando-as para depois retirar-me o falo de plástico lenta e gentilmente; de seguida a Sua mão poisou na algália que tinha dentro de mim e retirou-ma do mesmo jeito. Quando o tubo saiu por completo, a ponta do Seu dedo tocou-me no clitóris. Soube tão bem…
Então Ele afastou-se de mim, agarrando noutra mala: abrindo-a, Ele tirou de lá novelos de corda. Sorri para mim mesma e depois abri as minhas pernas o mais que pude, desejando que Ele me amarrasse à cama e me comesse, e vendo o alto no meio do Seu baixo-ventre, calculei que haveria uma enorme oportunidade de isso acontecer. Ele começou a despir-Se, lentamente, até ficar nu à minha frente; amarrou-me os pulsos pela frente e deitou-se sobre mim, entre as minhas pernas abertas… e entrou em mim cheio de desejo.
- Foda-se, Isabel, porque é que és tão apetitosa?! – disse Ele, de voz embargada pelo desejo.
Coloquei-O entre os meus braços amarrados, gemendo sempre que sentia o Seu largo órgão entrando na minha ratinha. As minhas pernas fecharam-se em redor do Seu corpo, enquanto Ele me abraçava também, beijando a minha mordaça, lambendo a baba que me escorria pela cara abaixo.
As minhas mãos atadas agarraram o rabo do meu Senhor, apalpando-O o máximo que conseguia, enquanto Ele me penetrava com toda a Sua paixão, fazendo-me gemer incessantemente. Sentia-me tão puta… subitamente, o meu Senhor murmurou para Si próprio, depois olhou para mim.
- Vamos… vamos fazer algo diferente, minha querida. – e, dito aquilo, Ele saiu de dentro de mim, colocando-Se de pé logo ao, pé da cama. Olhei para ele, confusa, enquanto Ele me virava na cama, deitando-me de barriga para baixo, enquanto a Sua mão passeava pela Sua própria cara e os Seus olhos olhavam para… nada, aparentemente. Então Ele pareceu acordar, dirigiu-Se para uma outra mala, abriu-a e retirou de lá uma chibata.
- Sabes… às vezes acho que sou demasiado bom para ti. E… a verdade é que já há muito tempo que não te mostro a Minha chibata. Para além disso, preciso de… libertar-me de algum stress. Portanto, tu és Minha, certo?
Assenti, um pouco a medo.
- Minha para usar de qualquer forma que Eu deseje, certo?
Acenei novamente.
- Sendo assim… posso usar-te para aliviar o meu stress. – e Ele levantou a Sua chibata.
Não me consigo recordar da última vez que o meu Senhor me havia chicoteado, mas pareceu-me que ele estava a fazê-lo com mais força do que ele alguma vez me batera. Não demorou muito tempo até sentir as lágrimas invadirem-me os olhos. Bolas… teria Ele assim tanto stress para descarregar, tanta vontade de me bater?
Quando Ele finalmente parou, os lençóis perto da minha cabeça estavam algo húmidos das minhas lágrimas – realmente dava toda a impressão de o meu Dono precisar de descarregar muito. Ele pareceu dirigir-Se a outra mala – ou à mesma, nem reparei – voltando com algo comprido na Sua mão; no momento seguinte, senti algo a ser-me envolvido à volta dos pés e das pernas, o que me fez olhar para baixo. Ele estava a envolver-me com película aderente!
- Acho que te vou deixar aqui um bocado, quietinha, enquanto Eu vou ver as vistas e dar um passeio… – declarou, enquanto acabava de enrolar a película à volta da minha cabeça, apenas deixando dois furinhos na zona das narinas. Estava tão mumificada que nem conseguia mexer as pálpebras e olhar para Ele, enquanto saía do quarto.
Remexi o meu corpo, tentando libertar-me, mas, obviamente, era inútil. Acabei por decidir espera pelo Seu regresso, esperando que o Seu passeio não fosse muito longo…

Eventualmente acabei por me deixar adormecer; seria acordada mais tarde por um par de lábios encostados aos meus e uma língua a aventurar-se na minha boca. Abri os olhos, vendo o meu Dono olhando-me nos olhos.
- Toca a acordar, Bela Adormecida. – disse Ele quando os nossos lábios se separaram.
Esfreguei os olhos, só então reparando que tinha as mãos livres, assim como os tornozelos. Na realidade, sem ser pela coleira, eu não tinha nada no meu corpo.
- Senhor, o que tem planeado para hoje? – perguntei.
- Bom… tendo em conta que está um belíssimo dia lá fora, que dizes a irmos dar um passeio pela rua?
Suspirei.
- Uhm… levar-me à rua, senhor? Ao exterior?
- O quê, pensavas mesmo que Eu te iria deixar aqui, o tempo inteiro, fechada no quarto? O que pensas, Isabel, que eu sou um sádico? – e riu-Se.
- Não, Senhor, mas… – baixei o meu olhar – Peço desculpa.
- Oh, está tudo bem, boneca. Vai-te vestir rapidinho, quero disfrutar deste primeiro dia ao máximo. – e Ele abriu uma das malas, que estava cheia com roupas para mim. Olhei para Ele, cheia de vontade de O abraçar; e, como se me tivesse lido os pensamentos, Ele voltou a falar – De nada, Isabel. Agora despacha-te.
Sob a Sua supervisão, e ainda algo dorida depois do espancamento de algumas horas antes, escolhi um soutien branco com tanga a condizer, vestindo-os; de seguida, um top encarnado e uns calções brancos, um pouco largos – naquela altura ainda não conseguia ter nada encostado às nádegas – e acabei por calçar um par de sandálias de salto não muito alto. Quando acabei de me vestir, olhei para Ele, sentindo-me bem ao ver o Seu sorriso.
- Magnífico, Isabel, magnífico.
- Obrigado, Senhor. – fiz uma vénia. Então, lembrei-me da coleira que tinha ao pescoço – Mas… e a minha coleira, Senhor? Vou sair com ela?
Ainda a sorrir, Ele foi à minha mala e retirou de lá um lenço colorido, atando-mo em redor do pescoço e ombros – mas sem apertar.
- Pronto, minha cara, já estás camuflada. – agarrou-me na mão e trouxe-me gentilmente em direcção da porta do quarto – Vamos?
Naquele momento, quase desatei a chorar. Desde a minha captura e treino, largo tempo antes, e desde que havia sido adquirida por aquele Senhor, nunca havia colocado um pé na rua, nunca tinha apanhado um raio de Sol, nunca tinha saído de casa… e agora Ele estava a dar-me essa possibilidade. Ele estava a confiar em mim, estava a confiar que eu não iria fugir d'Ele assim que me visse na rua! A minha mão agarrou na Sua com força, para depois eu a levar à minha boca e beijá-la.
- Ah, Isabel, deixa de ser tão lamechas… temos sítios a ver! – e, com isso, saímos de casa.

Saímos do hotel onde estávamos e, ao chegarmos à rua, reparei que estávamos em Portimão. A tarde estava clara, com um céu limpo e Sol forte, com algum calor à mistura. Havia imensas pessoas na rua, turistas de diversas proveniências, falando línguas diferentes, sendo tão díspares entre si… não sei porquê, fiquei maravilhada por ver tamanha diversidade de pessoas, enquanto o meu Senhor me levava pelo passeio e nos misturávamos na multidão.
Não vos vou aborrecer com os detalhes do nosso passeio: afinal de contas passámos horas na rua. Fomos a algumas esplanadas, vimos artistas de rua, passámos por uma das praias, vendo gente a apanhar banhos de Sol, a nadar – enquanto lá estivemos, olhei para o meu Dono, mas Ele pareceu ler-me a mente: levantando uma mão, Ele disse que tínhamos tempo para isso – e acabámos a jantar de um restaurante perto do hotel. E, durante todo o dia, o meu Senhor esteve sempre de mãos dadas comigo; das duas, uma: ou porque Ele gostava da minha companhia e gostava de me ter a Seu lado, ou porque Ele tinha medo que eu fugisse. Honestamente, queria pensar que se tratava da primeira opção.
Voltámos ao quarto do meu Dono depois das 23h. Atirámo-nos ambos para cima da cama estreita – afinal de contas, a Sua secretária havia reservado quarto para uma pessoa, por isso apenas havia uma cama de solteiro – cansados depois de um dia tão agradável… As nossas mãos ainda estavam entrelaçadas.
- Senhor, onde vou dormir? – perguntei, depois de algum tempo.
- Diz-me tu.
Levantei-me da cama e olhei em redor. Havia uma chaise-longue no canto do quarto, com algumas almofadas em cima.
- Bom, posso passar ali a…
- Oh, cala-te. – protestou Ele, enquanto também Se levantava da cama – Achavas mesmo que te ia trazer comigo para te deixar a dormir numa cadeira enquanto Eu estou confortável na cama? – e abanou a cabeça, desapontado.
- Peço desculpa, Senhor, mas a cama não é muito larga, não queria que o Senhor Se sentisse desconfortável…
Ele cruzou os braços, com cara séria.
- Despe-te e mete-te na cama.
Após alguma hesitação, comecei a tirar a roupa, ficando nua; finalmente deitei-me debaixo dos lençóis, sob a Sua supervisão.
- E agora, Senhor?
Ele começou a despir-Se, também, tirando a Sua t-shirt vermelha, calções de ganga e ténis brancos. Retirou os lençóis da minha mão, destapando-me; então deitou-Se na cama, encostadinho a mim.
- Bom, talvez tenhas razão, Isabel, a cama é demasiado estreita. – declarou Ele – Acho que vais ter de dormir em cima de Mim.
- Em cima de… oh. – demorou algum tempo a conseguir perceber o que queria Ele dizer. Tratava-se apenas de uma desculpa para fazermos amor… mas havia sido apanhada desprevenida por não haver algemas, cordas, correntes, amarras de qualquer espécie à vista.
- Nada de cordas hoje, querida. – respondeu Ele. Como faria aquilo? Seria caso que o meu Dono conseguiria ler a minha mente?! – Todavia, creio que Me esqueci de tirar os Meus boxers… trata disso, se não te importas. – acrescentou Ele, com um sorriso.
Baixei as minhas mãos para agarrar na referida peça de vestuário, mas Ele agarrou-me pelos pulsos.
- Nada de mãos… usa a boquinha.
Ergui-me, começando a recuar no Seu corpo, colocando os meus pulsos atrás das costas – fingindo que os tinha presos. Então agachei-me, agarrando nos Seus boxers com os meus incisivos, e puxei-os para baixo, revelando os pêlos púbicos do meu Senhor, seguido dos Seus testículos e do Seu pescoço… e, finalmente, a Sua cabecinha surgiu, quase me atingindo na cara. Sem pensar duas vezes, larguei os Seus boxers e atirei-me ao Seu órgão, engolindo-o. Ele gemeu.
- Credo, Isabel… – senti a Sua mão na minha cabeça, afagando-me.
Uma das minhas mãos agarrou no Seu pescoço e começou a masturbá-l’O, à medida que eu continuava a lamber e beijar a Sua cabeça, sentindo a minha ratinha tremer de excitação.
- Senhor, por favor… – sussurrei, enquanto a minha mão continuava massajar o Seu membro – posso receber o Seu precioso sémen na minha boca?
- Não, Isabel. – respondeu Ele, com a voz estrangulada – Vais recebê-los na tua cara.
- Oh… sim, Senhor, como… como o Senhor desejar. – sorri, com a minha boca a regressar ao Seu órgão.
Continuei com a minha tarefa, sentindo a Sua pila crescer cada vez mais. Sentia uma vontade irresistível de enfiar os meus dedos na minha ratinha, mas aguentei-me, achando que me saberia melhor se viesse sem ajuda – e, acima de tudo, o que importava era o orgasmo do Senhor, não o meu. Entre beijos, deixei alguma da minha saliva escorrer até à Sua cabeça, para ajudar à lubrificação enquanto eu continuava a masturbá-l’O.
Quando O ouvi soltar um grunhido, tirei o Seu órgão da minha boca; instantes depois, senti as primeiras gotas de sémen a atingirem-me na cara. Enquanto a minha face se ia enchendo com a Sua essência, eu pensava em como a minha vida não podia ficar melhor…
- Foda-se, Isabel, estás a ficar perita nisto… – comentou Ele – Deve ter sido o orgasmo mais rápido que já tive.
- O-obrigado, Senhor. – sorri, sentindo os seus fluidos a escorrerem-me à cara abaixo. Nunca me cansava daquela sensação… e, eventualmente, acabei por meter o Seu órgão na boca enquanto o orgasmo ainda durava – desobedecendo à Sua ordem indirecta de não ter esperma na boca; todavia, o meu Dono não se importou. Os Seus olhos estavam fechados e um sorriso de prazer iluminava-Lhe o rosto. Então, Ele olhou para baixo, na minha direcção, ainda sorrindo.
- Isabel, Eu lembro-me de te ter dito que não queria ver-te com leitinho na boca…
- Peço desculpa, Senhor, mas…
- Nada de “mas”, querida. – Ele interrompeu-me. Ele tentou fazer uma cara séria, mas acabou por desistir – Deixa lá; vai-te lavar e depois vem para a cama.
- Sim, Senhor… – levantei-me da cama, lambendo os lábios e dirigindo-me para a casa-de-banho algo acanhada. Lavei a minha cara e peito, recordando o quão feliz e preenchida me sentira assim que o meu Senhor se viera na minha cara… adorava ser a Sua cabra, a Sua puta.
Sorrindo, fechei a torneira, limpei-me e voltei para a cama.

(história seguinte)

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