sábado, 26 de abril de 2014

Traída (parte 2)

continuação...

Com a sua superiora fora da divisão, a Enfermeira R aproximou-se de mim, ainda com o seu olhar impiedoso. Os seus lábios encarnados, apertados por trás da camada de látex que lhe cobria a cabeça, estavam retorcidos num esgar.
- Por favor, Enfermeira R… tenha piedade, por favor… eu… eu sou sensível, sou fraca… – gaguejei.

 
Ela deteve-me com um grunhido e um apalpão forte ao meu seio esquerdo. Dirigiu-se para uma mesinha cheia de utensílios e retirou de lá uma seringa metálica, voltando à minha beira. Gritei assim que a agulha me perfurou, e continuei a berrar ao sentir o êmbolo a ser puxado e a retirar-me algum do meu sangue – deu-me ideia que ela estava a fazer os possíveis para me magoar ainda mais… Assim que retirou a agulha da seringa, ela colocou um penso sobre a ferida que havia feito, para de seguida esvaziar o conteúdo para dentro de uma pipeta. Arrumados ambos os objectos, ela foi ao mesmo local de antes buscar outro objecto: um termómetro de vidro. Quando a vejo aproximar do meu baixo-ventre com aquela coisa, tento libertar-me, mas, para variar, sem sucesso; e quando aquele utensílio é-me introduzido no rabo, começo a chorar desalmadamente – mesmo sendo um termómetro absolutamente normal… e não reajo quando ela mais uma vez vai e vem, segurando desta vez um cateter e uma bisnaga cheia de gel. Sem se importar comigo, ela humedeceu uma ponta do cateter com o gel da bisnaga, para depois desviar os meus lábios vaginais com dois dedos e começar a inserir-me o cateter na uretra. O meu choro ficou mais forte…
Voltei a abrir os olhos assim que ouvi a Enfermeira R grunhir. Ela estava a fazer-me gestos que eu não estava a conseguir entender…
- O que… o que quer? – gemi, ainda chorosa.
A mão enluvada da Enfermeira R bateu-me na ratinha, resmungando. Eu continuava sem entender. Até que uma ideia me surgiu:
- Urinar? Quer… quer que eu urine?
Ela acenou afirmativamente. Tentei relaxar, tentando não pensar na minha situação actual, do que me estava a acontecer; eventualmente e após um par de minutos, lá consegui mijar um bocadinho. Ela então retirou o saco que havia previamente prendido à outra ponta do cateter, trocando-o por outro, vazio, e retirou-me o termómetro do ânus. Seguidamente, carregou num botão de um telecomando que estava pendurado na minha cama; poucos instantes depois, apareceu uma outra Enfermeira, também vestida de látex mas em menos quantidade – apenas uma farda, parecia. A recém-chegada pegou no saco com urina, no termómetro e na pipeta com o meu sangue que lhe foram entregues pela Enfermeira R e saiu da divisão sem dizer palavra. O que ia ela fazer com aquelas coisas?!
Entretanto, a Enfermeira R aproximou-se de mim novamente, com uma carrada de tubos e coisas nas mãos.
- P-por favor, oiça-me… – sussurrei, a minha voz quase desaparecida – Eu não sou rica, mas… mas se me deixar ir, eu dou-lhe o que quiser. Por favor, deixe-me ir embora…
Ela grunhiu, com uma caricatura estranha de um sorriso a aparecer-lhe nos lábios. Então, ela forçou-me a abrir a boca e colocou-me uma gag de anel metálica. As minhas lágrimas voltaram a correr-me à cara abaixo; e caíram com ainda mais força quando ela se acercou dos meus tornozelos, mos libertou e – apesar das minhas tentativas de me libertar – prendeu as minhas pernas aos suportes elevados que estavam de lado na cama, fazendo-me estar permanentemente de pernas abertas. 
Gemendo, abanei a cabeça, tentando fazer-lhe crer que eu não queria aquilo; todavia, a minha captora ignorou-me. Ela pegou em mais um cateter, este com um plug numa ponta, numa arrastadeira e num saco cheio de um líquido qualquer e com uma torneirinha na ponta, e pendurou-o num ferro que estava empinado ao pé da minha cama. O plug foi embebido com o gel que sobrava na bisnaga utilizada anteriormente e foi-me inserido no rabo, sem qualquer cuidado ou delicadeza, enquanto a arrastadeira me foi colocada debaixo das nádegas… e eu finalmente reconheci o procedimento: ela ia dar-me um clister! Quando a sua mão aproximou-se da torneirinha, tentei debater-me, mas não pude fazer nada para impedir que a água quente invadisse o meu ânus e progredisse pelo meu recto fora. Gritei, sentindo-me violada, mas fui silenciada quando a sua mão foi pressionada contra os meus lábios. Grunhindo, a Enfermeira retirou o plug do meu rabinho, deixando a água sair de dentro de mim e cair na arrastadeira; e colocou-mo novamente no ânus, inundando-me mais uma vez o intestino grosso com água quente. Ela estava a ser tão bruta, tão indelicada, tão rude, que eu não conseguia deixar de chorar – especialmente quando ela repetiu o processo, e repetiu, e repetiu, e repetiu…
Quando, finalmente, a Enfermeira R achou que eu estava limpa o suficiente, ela enfiou-me o plug mais uma vez, mas desta vez não abriu a torneirinha, limitando-se apenas a ter aquela coisa dentro de mim. Ela libertou-me as pernas dos suportes laterais; de seguida, agarrou no meu tornozelo esquerdo e foi-me levantando a perna até me prender o dito tornozelo perto da algema onde já estava algemado o meu pulso esquerdo. Ela procedeu da mesma forma para o meu tornozelo direito e, quando ela terminou, o meu rabo estava bem erguido no ar. Comecei logo a sentir uma dor nas costas por causa da posição desconfortável em que estava, e o meu terror continuou a aumentar ao vê-la agarrar numa garrafa de óleo ou vaselina e espalhar um bocado do produto nas suas mãos de borracha, e acabou por espalhar uma porção daquilo também sobre a minha vulva, esfregando aquilo pelos meus lábios. Aquilo não era desconfortável, mas eu sabia que algo de mau estaria para acontecer. E assim foi.
Quando as pontas dos dedos da sua mão começaram a aventurar-se pela minha ratinha dentro, soltei o maior grito de sempre. Ela ia rebentar comigo!! Olhei para ela mais uma vez, tentando vê-la por entre as lágrimas que me inundavam os olhos, e vi a sua cara dura como pedra, mas com um sorriso retorcido nos lábios. Era quase como se ela se divertisse com os meus gritos, com o meu sofrimento, com a minha dor… Ela foi empurrando a sua mão para dentro de mim, lentamente mas sem hesitações, com os nós dos seus dedos a entrarem dentro de mim, apenas parando quando o seu pulso se encostou aos meus lábios vaginais. A sua mão começou então a fazer o trajecto inverso, sentindo mais uma vez os nós dos dedos a serem pressionados contra os lábios. Todavia, a tortura não tinha acabado: ela ia continuar a penetrar-me com a sua mão, e não havia nada que eu pudesse fazer para a impedir! Com uma gargalhada abafada, a Enfermeira R empurrou a sua mão para dentro de mim mais uma vez, mais depressa, com mais força e causando-me mais dor; e, daquela vez, ela parou apenas onde lhe apeteceu, indo além do pulso, com o meu choro a ecoar por todo o quarto, para continuar os movimentos para trás e para a frente. Porquê tudo aquilo?! Ela estava a destruir-me por dentro… seria pelo que eu havia dito durante a pseudo-consulta? Todavia, eu sabia que não iria ter uma resposta… limitei-me a fechar os olhos, soluçar e rezar para que aquele pulso saísse de dentro de mim e me deixasse em paz de uma vez por todas.
Misericordiosamente, funcionou. Pouco tempo depois, a mão dela saiu de dentro de mim uma última vez – mas, para não variar, sempre de forma bruta. Senti o plug que tinha enfiado no rabo ser-me retirado; pisquei os olhos algumas vezes, tentando ver através das lágrimas, e vi que a Enfermeira R tinha nas mãos um dildo insuflável… que ela enfiou imediatamente no meu ânus. Dei mais um grito, sentindo logo de seguida aquela coisa crescer à medida que a Enfermeira dava à bomba, apenas parando quando aquilo tinha a grossura do meu braço – ou, pelo menos, era a sensação que me dava. Dando uns passos atrás para admirar o seu trabalho, ela abriu uma gaveta numa outra mesa que estava perto da minha cama e de lá retirou um hood preto, com uma espécie de bocal. Comecei a abanar a cabeça, a implorar para que ela não me metesse aquilo na cabeça – algo involuntariamente, já, pois eu sabia que não me servia de nada protestar… – mas tive de parar imediatamente quando a sua mão se enclavinhou em redor da minha garganta e ma apertou ameaçadoramente. Lutando por respirar, parei e não tive outro remédio senão deixar que ela me colocasse aquilo, vendando-me e silenciando-me ainda mais. Aquele hood era feito de cabedal, aparentemente, e não dispunha de qualquer abertura para os olhos, apenas para as narinas. O bocal, ao que parece, era insuflável: assim que a Enfermeira R puxou o fecho na parte traseira do hood, apertando-mo, começou a dar à bomba ali também, fazendo com que a minha boca (sempre aberta por causa da gag) se fosse enchendo com aquilo.
Sem visão, não conseguia ver o que a minha torturadora tinha ainda preparado para mim. Todavia, eu não podia aumentar o meu pânico ainda mais que o que ele já estava. E, de qualquer forma, era inútil… eu iria sofrer enquanto aquela mulher quisesse, e nada o iria impedir. Portanto, não reagi quando senti uma coleira de metal ser-me colocada à volta do pescoço, que (pelo que ouvi) foi imediatamente presa a uma corrente presa aos ferros superiores da cama onde estava presa; se, dantes, eu já estava desconfortável, a partir dali fiquei ainda pior.
Por alguns momentos, fui deixada em paz. Subitamente, algo foi-me enfiado, mais uma vez, pelos meus lábios vaginais – ainda magoados pelo fisting anterior – parando na minha vulva – parecia ser mais uma espécie de tubo qualquer; logo a seguir senti uma picada no pescoço, com algo a ser-me injectado por ali. Gemi; quando a agulha foi retirada, senti dois dedos passarem-me pelos meus lábios, começando a brincar com eles, com o meu clitóris. Era algo diametralmente diferente de tudo o que me havia sido feito até então, das cruéis torturas a que eu havia sido submetida… Comecei a sentir-me excitada, como nunca dantes o sentira – e mais rápido que o que alguma vez sentira! Os dedos da Enfermeira R continuaram a provocar-me e a brincarem com os meus pontos sensíveis, até eu sentir uma vontade incontrolável de me vir… e, mesmo que quisesse, eu não o conseguiria impedir! A mão daquela maldita mulher continuava a massajar-me a vulva. As pontas dos seus dedos iam entrando dentro de mim de quando em vez, o que me fez prolongar o orgasmo ainda mais. Meu Deus, o que estava ela a fazer? A tentar deixar-me sem fluidos? Apesar de todas as minhas tentativas, apesar da posição totalmente desconfortável em que me encontrava, eu não conseguia deixar de sentir o êxtase, a minha ratinha estava possuída, quase como se tivesse uma vida própria! Com que raio de produto me havia ela injectado, e que claramente estava a deixar-me louca daquela maneira? Também me interrogava para o que seria o tubo que tinha na rata, mas duvidei que fosse para coisa boa…
Quando a sua mão abandonou o meu baixo-ventre, demorei alguns dez minutos até o meu orgasmo se desvanecer – mais um efeito daquela coisa que a Enfermeira R me havia injectado – após os quais ela me tirou o tubo de dentro de mim. Ouvi os seus saltos a ecoarem pelo chão, afastando-se de mim; depois ouvi uma porta e, aparentemente, fiquei sozinha.
A minha solidão pareceu durar séculos, durante a qual apenas pude fazer duas coisas: chorar, sentindo o meu corpo ficar cada vez mais cheio de cãibras, derivado da posição em que a Enfermeira R me havia deixado; e pensar na minha situação, o que me fez chorar ainda mais. O que me iria acontecer depois de toda a tortura a que havia sido sujeita? Aquela gente nunca na vida me iria deixar ir embora depois de tudo o que me haviam feito , porque era perfeitamente óbvio que, assim que eu metesse um pé fora dali, ia à esquadra da polícia mais próxima denunciar o que se havia passado. Por isso, nem pensar que eu me iria escapar assim tão facilmente…

continua...

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