sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Limpezas de hotel

Não posso dizer que goste muito do meu trabalho. Gostava de poder ter seguido algo na minha área de formação, mas esta crise fez com que tivesse de enveredar por uma vida como empregada de hotel. Se bem que “hotel” talvez seja uma denominação algo pomposa para a espelunca onde acabei por arranjar trabalho… Situado numa zona algo decrépita da cidade, aquele era uma espécie de local procurado por pessoas que precisassem de uma cama para darem umas quecas. E escusado será dizer que, no dia a seguir, o estado em que muitos deles deixavam os quartos era de molde a provocar dores de cabeça às desgraçadas que tinham de os limpar e deixar prontos para os próximos clientes – com a agravante de uma dessas desgraçadas ser eu.


Naquele dia, mal entrei no quarto 125 – que estava na lista dos quartos que tinham de ser limpos – tive logo vontade de dar um pontapé no carrinho com os produtos e mandar aquela gente toda à merda. Camas desfeitas, bebidas entornadas, líquidos e pós estranhos espalhados pelo chão, lençóis sujos, alguns rasgados, candeeiros partidos… Digo-o com toda a vontadinha: se encontrasse à frente algum dos cabrões que passara a noite naquele quarto, partia-lhe o pau da esfregona nas costas!
- Ai que cambada de filhos da puta, se os apanho à frente… – disse, em voz alta, para o Universo.
Foi então que fui surpreendida por um gemido abafado. O quarto tinha duas camas de solteiro, e aquele som parecia vir de entre as duas. Fui até ali e deparei-me com um cu espetado no ar na minha direcção. Aquele cu pertencia a um corpo que estava ajoelhado no chão, de mãos e pés amarrados tudo junto com uma corda de nylon – e pela cor das extremidades, a corda devia estar bem apertada. Percebi que era um homem, não por lhe ter visto a cara, mas sim por ter reparado que, entre as pernas, havia um pedacito de carne que também estava apertado com cordas de nylon, estando bem encarnado. As nádegas estavam também algo púrpura, vá-se lá saber porquê. Ajoelhei-me perto da cabeça dele, encostada contra o chão, com uma espécie de cabelo que nem era loiro nem branco e já não via água há alguns dias, e vi que tinha uma bola de borracha na boca, o nariz e as orelhas cravadas de tubos e brincos…
- Então mas que vem a ser isto? Que está aqui a fazer?
Como resposta, apenas obtive uns gemidos. Pensei em libertá-lo, depois em chamar o meu chefe… mas acabei por não fazer nada. É que, para lá do sítio onde ele estava ajoelhado, no chão, estavam uma série de coisas: tábuas de madeira, umas réguas com aspecto pesado… e uma pila de plástico com tiras de cabedal.
Porque parei eu nesse instante? Porque a minha vontade de bater em alguém regressou, tendo ali aquelas coisas todas… levantei-me, peguei na minha chave-mestra e com ela fechei a porta do quarto à chave, depois olhando para aquele ser patético.
- Vocês, seus filhos da puta, deviam levar todos um amasso de porrada! – disse-lhe, elegendo-o a ele como o alvo das minhas frustrações – Trabalho todos os dias para limpar a merda que vocês fazem, para no dia seguinte encontrar os quartos na mesma ou piores!
Enquanto falava, dirigia-me ao molho de coisas que alguma alma havia deixado ali à minha disposição; pensando por onde começar, peguei numa espécie de colher de acrílico cuja parte mais larga era do tamanho da palma da minha mão. Experimentei a batê-la em mim mesma e vi que era “pesadota”… o ideal. Não pude deixar de erguer os olhos e agradecer silenciosamente à força do Universo que proporcionara aquela situação.
- Trabalhassem vocês aqui, seus merdas, vocês logo viam o que era bom para a tosse! – e desferi uma pancada contra as suas nádegas. O urro que ele soltou provavelmente ouviu-se em todo o piso, mas não me importei: soube-me bem, fez-me sentir melhor com o mundo.
- Todos os dias é a mesma merda, trabalho, trabalho, farto-me de trabalhar, e para todos os dias ser esta merda, encontrar tudo fora do lugar, tudo um nojo… ninguém vos deu criação, seus porcos?!
Enquanto gritava para aquele estafermo, ia-lhe batendo nas nádegas com a colher, sempre com força e sempre a ecoar por todo o quarto o som da colher contra a sua carne que começava a ruborizar-se. Os seus berros, por estranho que pareça, faziam-me sentir mais relaxada…
Aquele ser que estava no chão amarrado como um paio, a guinchar como um porco sempre que eu lhe batia, naquele momento personificava os hóspedes daquela espelunca que, dia após dias, me enchiam de trabalho até mais não. Apetecia-me magoá-lo até ao limite, causar-lhe o máximo de dor possível, a dor que eu sentia todos os dias ao limpar a imundície provocada por outros como ele…
Comecei a sentir-me cansada daquela colher. As suas nádegas estavam já ligeiramente encarnadas, e eu ainda tinha tanta coisa para experimentar. Parei, e pareceu-me vê-lo suspirar de alívio.
- Escusas de te sentir aliviado, temos ainda muita coisa para experimentar! – disse-lhe, cuspindo-lhe no cabelo sebento.
A minha mão agarrou uma caninha fina de madeira que ali estava, com um aspecto algo frágil. Olhei para ela com ar descrente. “Isto faz cá algum dano?” pensei cá para comigo. Encolhi os ombros e dei-lhe com ela nas nádegas… e quase me assustei com o berro que ele deu, mesmo bem amordaçado como estava. Experimentei a dar-lhe mais algumas e começou a aparecer uma faixa bem mais encarnada na sua carne.
- Bem, esta caninha está a surpreender-me… – e dei uma gargalhada enquanto continuava a fustigar-lhe o traseiro indefeso. Ali continuei a divertir-me durante mais algum tempo, sempre a dar ora numa nádega ora noutra, começando a ouvi-lo soluçar.
- Ah agora já choras, cabrão de merda?! Mas esta noite quando te andavas a divertir a partir o quarto todo não choraste tu, n’é?! – ajoelhei-me perto da sua cabeça e sussurrei-lhe ao ouvido, dando-lhe uma mordidela na orelha depois.
Aproveitando estar de joelhos, aproveitei e fi-lo deitar-se de costas para o chão, não sem antes lhe dar um grande apalpão nas nádegas e lhe passar as unhas pela carne ferida. As minhas mãos depois acercaram-se dos seus mamilos – onde, obviamente, lá estava presente um piercing – puxando-os e torcendo-os (e, confesso, tentando conter a vontade que tinha de lhe arrancar aquelas argolas à força). Ele gemeu mas nem quis saber. Ainda tive vontade de lhe passar a boca pelos mamilos e dar-lhe uma trincadela… mas, se o cabelo estava assim tão sujo, o corpo não estaria melhor, por isso tirei daí a ideia. Em vez disso voltei a torcer-lhe os mamilos e ajoelhei-me perto das suas pernas forçosamente abertas, olhando para a linda coisa que ele tinha entre as pernas. Em tempos talvez tivesse sido uma pila, mas estava tão torcida e presa com cordas que parecia um pedacinho de carne sem eira nem beira. Bati-lhe com a mão.
- Bela merda que tu tens aqui, hein?! – gritei-lhe – Não deve servir para muita coisa, não, com este jeitinho todo…
Melhor ou pior, lá consegui agarrar-lhe no órgão e começar a masturbá-lo: queria ver se seria possível aquele caralho ficar ainda mais cheio de dores. Assim que ele começou a crescer, tive a minha resposta, ao ouvi-lo bramir e debater-se. Sorri e larguei-o logo, satisfeita. Nem pensar em dar-lhe prazer, ora essa! Comecei, em vez disso, a dar-lhe chapadas de mão aberta na pila. Sorri ao ver a pila dele ficar cada vez mais arroxeada.
Voltei a virá-lo de costas – e rabo – para o ar e peguei numa espécie de chicote que ali estava, curto mas com uma carrada de pontas. Ainda experimentei usar aquilo nas costas e nádegas do bicho, mas a minha prática não era muita; acabei por não o ver estrebuchar muito com aquilo. Mudei de ideias e voltei a pegar na colher de acrílico, mas desta vez comecei a dar-lhe o máximo de balanço que consegui. Assim que aquele objecto embateu na pele ferida das suas nádegas, ele soltou um berro quase inumano.
- É para não pensares que te estou a poupar, cabrão! – e continuei – Isso que estás a sentir agora não é nada comparado com as dores que sinto no corpo após limpar a porcaria que vocês fazem nos quartos, cambada de animais!
Subitamente, ouvi alguém a bater à porta:
- Patrícia, está tudo bem aí dentro?
Sobressaltei-me: talvez me tivesse excedido, pois agora tinha ali alguma colega a chatear-me… entreabri a porta e relaxei que vi que era apenas Joana, uma das minhas melhores amigas ali dentro, com quem eu costumava confidenciar os meus problemas. Depois de uma rápida reflexão, deixei-a entrar no quarto e contei-lhe tudo.
Quando ela viu o gajo amarrado e o estado em que ele ali estava, não pôde deixar de se rir.
- Bolas, Patrícia, tu não abusas nem nada! Mas… – ela aproximou-se dele, lentamente, para depois lhe dar uma chapada nas nádegas – verdade seja dita, este filho da puta merece todas as que levar, não é verdade?
- Só se perdem as que caírem no chão. – respondi eu, dando-lhe novamente com a colher de acrílico e sorrindo por Joana alinhar na tortura do gajo.
A mão de Joana então agarrou na pila dele – ou, melhor dizendo, no paiozito dele.
- Então isto é a ferramentazinha dele? Ai que anedota!
- Pois é, e eu tenho ali algo bem maior. Uma pila a sério. – fui até aos brinquedos e agarrei num dildo que ali estava, com tiras de cabedal para prender à cintura, de dimensões razoáveis, e mostrei-o à minha colega – Nada a ver com isso, de facto.
- Se tu tivesses uma pila desse tamanho não estavas nessa situação, pois não, filho da puta? – provocou Joana, dobrando-se na direcção da “vítima” – Apenas aí estás porque foste descartado, abandonado, a gaja que passou a noite contigo cagou de alto para ti porque não tens pila de jeito, não é?
Enquanto Joana continuava a provoca-lo, decidi prender aquela pila artificial à cintura e preparar-me para foder o desgraçado.
- Joaninha, sabes que mais? Vou fodê-lo. – disse, alto e bom som, para que ele ouvisse.
Ela olhou para mim e sorriu.
- Vais, querida? Acho que é algo que ele não merece… devia era levar porrada até ficar roxo, depois deixá-lo aqui até outra pessoa o encontrar e o usar como quiser…
- É mesmo isso que eu quero fazer: usá-lo. Quero rebentar com ele! – declarei, aproximando-me do rabo dele e ajoelhando-me.
Joana sentou-se em cima das costas e dos braços amarrados dele, e com as mãos desviou-lhe as nádegas semi-arroxeadas, expondo ainda mais o seu ânus. Encostei a ponta do meu strap-on ao seu esfíncter e comecei a provocá-lo, enfiando e tirando apenas uns milímetros do dildo. Até que agarrei-lhe bem nos quadris, com força, quase enterrando as pontas dos dedos na sua carne, e comecei a enfiar-lhe a pila artificial no cu, indo até ao fim, sem parar, sem hesitar. Ele grunhia e estrebuchava à medida que o violava, mas não me compadeci: eu estava mesmo determinada em magoá-lo!
- Olha para isso, Patrícia… não achas que estás a ir muito devagar? O filho da puta assim não gosta…
- Já lhe dou morangos, descansa. – e sorri.
Comecei a sair de dentro dele, para logo a seguir voltar a enfiar-lhe o dildo, com mais força, enquanto a minha amiga estava a arranhar-lhe as nádegas com as unhas. Depois, ela agarrou numa régua de madeira que eu ainda não havia utilizado e com ela começou a vergastar as costas do bicho com uma mão, enquanto a outra continuava a arranhar-lhe a carne ferida.
- Hás-de chorar, cabrão! – rosnou Joana – Se estes filhos da puta soubessem o que nós passamos por causa deles, sempre a termos de limpar a merda que eles cagaram…
- Já lhe disse isso mesmo, linda, mas acho que ele ainda não captou bem a mensagem. – respondi, enquanto continuava a foder-lhe o cu acelerando cada vez mais, com vontade de o deixar a sangrar… ou, pelo menos, de o deixar com um andar novo.
Estivemos naquilo durante uns bons cinco minutos, comigo a penetrá-lo analmente e com Joana a dar-lhe pancada nas costas e nádegas. Só tinha pena de aquele strap-on não ter nada que me desse prazer, mas já o estar a magoar aquele cabrão já me satisfazia quanto bastasse. Eventualmente, quando me senti farta, tirei o dildo do seu cu, tentando fazê-lo o mais devagar possível.
Olhei para o relógio. Já havia perdido demasiado tempo com aquele lixo humano e ainda tinha metade dos quartos para limpar. Fiz um sinal a Joana para que o deixasse finalmente em paz, que tínhamos de voltar ao trabalho.
- E o que fazemos a isto? – respondeu ela, apontando para os utensílios… e para o gajo.
Encolhi os ombros.
- Fica aí. Depois logo aviso a recepção… ou então não fazemos nada e digo depois que me esqueci de limpar o quarto, que li mal a lista, ou sei lá. Depois penso em algo.
- És doida, Patrícia… – riu-se a minha amiga. Dei uma gargalhada enquanto voltava a colocar os utensílios onde os havia encontrado, limpando tudo o que havia utilizado.
- E quanto a ti, filho da puta… – disse, agarrando no cabelo do outro bicho – Espero que nunca mais me voltes a aparecer à frente, caso contrário… faço-te muito pior.
Ouvi-o grunhir, mas nem liguei. Larguei-o, peguei nas minhas coisas e saí daquele quarto, trancando a porta detrás de mim e voltando aos meus afazeres.

Quando acabei a limpeza, tarde e a más horas, como sempre, passei pela recepção, para deixar lá as chaves dos quartos antes de ver se ia comer alguma coisa. O empregado que lá estava olhou para mim com cara de caso.
- Patrícia, – perguntou ele – chegaste a arrumar o quarto 125?
- Erm… não, porquê? – respondi, sentindo-me gelar.
Pareceu-me tê-lo visto mais aliviado.
- Ainda bem, é que esse quarto não era para limpar, deram-te a lista errada…
- Como assim?
- O casal que se hospedou nesse quarto não fez ainda o check-out, mas houve alguém que o meteu na lista dos desocupados e a limpar… ainda bem que não foste lá fazer nada, então.
- Pois… ainda bem. – disse, engolindo em seco – Esse casal era como? Só por curiosidade…
- Ele era baixinho, loiro, com aspecto de drogado ou sei lá, e ela um mulherão, mais alta que tu, morena e de porte majestoso… porque perguntas?
- Nada, curiosidade, já disse. – e virei costas.
Era capaz de ter um pequenino problema.

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