terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A tortura de Tiago

Sábado à noite é sempre uma boa altura para a diversão.
Pelo menos era essa a minha moral, assim que entrei no bar. Na minha mente, apenas um pensamento: meter-me com o máximo possível de raparigas, com vista a uma boa noite de sexo. E quem sabe… até podia ter realmente sorte e trazer duas raparigas até minha casa. Assim que essa ideia me surgiu na mente, sorri; aproximei-me do barman e pedi-lhe um vodka Martini. Após receber a minha bebida, virei-me de costas para o balcão e comecei a inspeccionar o ambiente.

 
Havia algumas miúdas a dançarem, sozinhas ou em grupo, mas algo velhas para mim, outras estavam acompanhadas dos respectivos, mas também havia algumas raparigas interessantes sozinhas, sentadas nas poucas cadeiras ou bancos que aquele bar possuía. Acabei por escolher uma loira que estava no outro lado do estabelecimento sentada a uma mesa, sozinha, com um copo quase vazio à sua frente. Envergava um vestido vermelho, curtinho, um cinto preto e um par de sandálias de salto alto, com a sua carteira a seu lado. Assim que me aproximei dela, ela olhou para mim e reparei nos seus olhos verdes, no seu cabelo ondulado pelos ombros que emolduravam a sua cara oval na perfeição, nos seus lábios carnudos.  Não sei porquê, mas senti uma aura de superioridade a emanar dela…
- Olá. – cumprimentei – Posso-te oferecer uma bebida?
Ela olhou para mim, parecendo-me inspeccionar de alto a baixo. Então, ela anuiu, dizendo-me para lhe arranjar um Bloody Mary. Deixei o meu copo em cima da mesa, quase como que a marcar posição, e fui de novo ao balcão para ir buscar a bebida que ela havia pedido. Quando regressei, sentei-me na cadeira em frente da dela, enquanto ela fechava a sua carteira, e bebi mais um golo do meu vodka Martini.
- Então, vens cá muitas vezes? – comecei.
Ela encolheu os ombros:
- De vez em quando, quando me sinto sozinha.
- Isso acontece muitas vezes? Sentires-te sozinha?
- Algumas vezes – respondeu com um sorriso.
- Sou o Tiago.
- Lena. – acenou – Estás sozinho?
- Sissenhora.
Ela pareceu sorrir.
- Como é que um tipo bonito como tu está sozinho num sítio destes?
- Bem… – sorri – apenas ando aqui a fazer o mesmo que tu, ao que parece: divertindo-me, tentando encontrar alguém com quem falar…
- Parece-me que já encontraste. – e deu uma gargalhada – Então, Tiago, o que fazes na vida?
- Sou mecânico. E tu?
- Eu, erm… trabalho numa agência de cosméticos.
- A sério? Que é que lá fazes?
Em fez de responder, ela olhou para o relógio dourado que tinha no pulso esquerdo.
- Merda… – só então olhou para mim – Queres vir comigo para a minha casa?
Abanei a cabeça. É certo que eu estava ali com vista a ter uma noite de “calor”, mas deparar-me com uma rapariga tão directa nessa intenção apanhou-me de surpresa. Ela reparou na minha reacção.
- Que se passa, Tiago? Não te agrada a proposta?
- Erm, bom, claro que sim. – respondi, com um sorriso idiota na cara – Não estou é habituado a raparigas como tu, tão directas…
- Eu tenho sempre o que quero, meu querido, – sorriu, enquanto a sua mão acariciava o meu antebraço – e, neste momento, eu quero-te a ti. Vamos? – e indicou a saída.
Levantei-me e, como um cavalheiro, fui pagar a sua conta em conjunto com a minha, à medida que sentia o meu pénis enrijecer com a perspectiva de uma noite de arromba. Quando a vi levantar-se, notei que Lena tinha um belo par de mamas – e possivelmente sem soutien, visto conseguir ver as saliências provocadas pelos mamilos no seu vestido – e um rabinho jeitoso. Enquanto a minha mente continuava fixa no que poderia acontecer dali em diante, dei o meu braço a Lena e saímos dali, em direcção ao carro.
Subitamente, assim que agarrei o manípulo da porta do carro, comecei a sentir-me tonto e com a cabeça leve. A minha visão começou a embaciar-se e eu agarrei a cabeça, tentando fazer com que o mundo parasse de girar.
- Tiago, estás bem? – ouvi alguém perguntar, Lena com toda a certeza, mas naquela altura já não conseguia perceber nada. Não sei o que respondi – e se respondi – pois logo a seguir caí no chão, sem sentidos.

Alguma vez acordaram com a sensação de que estavam a dormir? Foi precisamente essa a sensação que tive quando voltei a mim, abri os olhos e me tentei mexer, porque não o consegui fazer: as minhas mãos pareciam estar presas por algo, e os meus pés também. Tentei pedir ajuda, mas algo colado à minha boca impediu-me. Todavia, o meu gemido foi seguido de passos, e segundos depois tinha uma figura escura à minha frente.
- Merda, já acordaste?!
Aquela voz parecia-me tão familiar… olhei uma segunda vez para a figura, assim que ela se virou para ir buscar algo de uma mesa. Lena! Estava vestida como uma espécie de enfermeira, de uniforme preto e botas pelos joelhos, e estava naquele momento a aproximar-se de mim com uma seringa na mão. Tentei escapar-lhe, dando cambalhotas pelo chão à medida que tentava libertar os pulsos. Felizmente, a corda que os prendia estava algo larga, e consegui soltar os braços antes de chegar à parede. Tentei meter a mão no bolso das calças, onde tinha a minha navalha butterfly… mas a minha mão acabou unicamente por tocar na minha própria pele. Eu estava nu! Acabei por ter de agarrar nas mãos de Lena para impedir que ela espetasse em mim aquela seringa. Consegui dar-lhe uma bofetada e, assim que ela caiu no chão, abanando a cabeça, agarrei nas cordas que me prendiam os tornozelos e sorri ao reparar que ela não era muito hábil com cordas: demorei menos de meio minuto a soltar os tornozelos. Olhei para trás, vendo Lena a levantar-se, com uma careta de ódio e a correr na minha direcção, enquanto eu tirei a fita da boca, olhei em meu redor e tirei-me pela primeira porta que encontrei.
Dei por mim num corredor claro com portas à esquerda e direita. Havia carrinhos metálicos espalhados, com tubos, instrumentos médicos… e algo que aparentava ser brinquedos sexuais. Mas não tive tempo de confirmar, estava a correr o mais depressa que conseguia, ouvindo a voz de Lena atrás de mim a gritar:
- Paciente à solta! Corredor central!
Calhei a olhar para trás e via-a a correr atrás de mim, com algumas cabeças a surgirem por portas abertas, e mais algumas pessoas estavam a juntar-se à perseguição – aparentemente, todas enfermeiras! Voltei a olhar em frente e comecei a sentir-me cansado… aquele corredor parecia não ter fim. Onde raio estava eu? Quem eram aquelas mulheres? O que estavam elas a fazer vestidas daquela maneira, assumindo que os seus pacientes estavam na mesma situação – trazidos contra a sua vontade? O que me queriam fazer? Comecei a amaldiçoar a minha ideia de diversão ao sábado à noite…
Elas estavam a gritar bastante atrás de mim, a atirar-me coisas, e eu estava a olhar para trás, constatando horrorizado que elas se estavam a aproximar… subitamente, ao passar por uma porta, surgiu um pé a meia-altura que me fez tropeçar e cair. Despachei-me a levantar, tentando fugir, mas fui agarrado por alguém e novamente atirado ao chão. Gritei-lhes para me deixarem em paz, debatendo-me contra as suas tentativas de me subjugarem, mas eu estava em manifesta inferioridade numérica; e assim que senti uma seringa ser-me espetada no pescoço, sabia que estava tudo acabado: comecei a sentir-me fraco, e, antes de voltar a perder a consciência, ouvi uma voz a gritar:
- Quero esse Paciente numa camisa-de-força JÁ!! E dêem-lhe uma camisa demasiado pequena para ele...

- Acorda!!!
Não sei se foi o berro de Lena que me acordou, ou o balde de água gelada que ela me despejou em cima. Todavia, sei que gritei assim que o líquido gelado tocou na minha pele. Assim que ela atirou o balde para longe, abanei a cabeça e reparei na minha situação: estava dentro de uma camisa-de-força que, de facto, era demasiado pequena para o meu corpo largo, os meus tornozelos, desta vez, estavam algemados, e eu tinha uma bola de borracha na boca.
- Oh, oh, Tiago, és uma carga de trabalhos… – a raiva estava bem evidente na voz dela.
Então, ouviu-se bater à porta.
- Sim, o que é? – respondeu Lena.
Surgiu pela porta uma outra enfermeira, uma morena de olhos pequenos, vestida da mesma forma de Lena apesar da sua farda e botas serem brancas, e de ter collants brancas nas pernas.
- A Enfermeira-Chefe deu-me a tarefa de te auxiliar na preparação do Paciente. – declarou a recém-chegada.
- Não preciso de ajuda nenhuma. – retorquiu Lena.
- Depois da confusão criada pelo Paciente há bocadinho, ela não quer deixar nada ao acaso. Por favor, continua o que ias fazer.
Pude ver Lena a tremer de raiva, mas acabou por desanuviar um bocadinho assim que me agarrou no braço.
- Nessa caso, ajuda-me a metê-lo na cama.
A outra enfermeira, identificada como Enfermeira F, assim fez, e acabaram por me colocar em cima de uma espécie de mesa cirúrgica que eu ainda não tinha visto. Enquanto F me segurava, apertando sobre o meu peito tiras de cabedal presas à cama, Lena foi buscar uma taça e um pincel de barbear. Os meus tornozelos foram desalgemados e presos aos suportes da cama, com Lena a desapertar a tira de cabedal que passava pelo meu baixo-ventre – e me estava a magoar como tudo. O meu alívio durou pouco tempo, pois, após colocar luvas de látex, Lena pegou no pincel, mergulhou-o na taça e passou-o pelos meus pêlos púbicos, deixando-os embebidos em espuma branca. Comecei a tremer de medo, especialmente quando a Enfermeira F agarrou na minha pila para que Lena passasse o pincel pela sua base…
- Hmm, precisas tanto de um desbaste, meu Paciente… – Lena sorriu, largando o pincel noutra mesa, de onde ela retirou uma lâmina de barbear. Gemi e estrebuchei, tentando sair dali.
- Se fosse a ti não fazia isso, – ouvi a voz nasalada da Enfermeira F – dizem que os cortes nessa zona podem ser dolorosos. – e riu-se.
Pensei melhor e parei de me mexer – até passei a respirar o mais lentamente possível – e deixei Lena fazer o seu trabalho, temendo qualquer corte nos meus genitais. Por mais de uma vez julguei que a mão de F na minha pila me fizesse ficar excitado e ter um espasmo na direcção da lâmina… mas, uns dez minutos depois, ela tirou a lâmina da minha pele, batendo na minha coxa.
- Pronto, suave como o rabinho de um bebé. – Lena aproximou o seu nariz do meu baixo-ventre e cheirou – E cheira bem, para variar.
- Bom trabalho, querida. – disse a Enfermeira F, acariciando o braço da companheira.
Ela sorriu, para depois ir buscar um frasco transparente e aproximou-o da minha pila.
- Não lhe vais meter o cateter antes? – perguntou a Enfermeira F.
- Depois, minha querida. Isto é para a amostra de esperma.
A sua outra mão agarrou no meu pénis e começou a masturbá-lo veementemente. O sentimento da borracha de encontro à pele suave da minha pila excitou-me um pouco, apesar de continuar a sentir-me aterrorizado com a minha presente situação. Ela pousou o copo em cima da cama e começou a acariciar-me os testículos também, enquanto eu gemia, com a minha pila a ficar razoavelmente mais dura…
- Meu caro, aconselhava-te a despachares-te, não nasci para bater punhetas, sabes… – ordenou Lena, com uma cara de enfado.
Como não quis saber o que ela me faria caso eu me demorasse, comecei a imaginar todo o tipo de coisas que me excitavam, fétiches, enfim, tudo o que me pudesse ajudar a atingir o orgasmo. Um par ou dois de minutos depois, com um grunhido, lá acabei por me vir na mão de Lena, enquanto ela lá me colocou a cabeça da pila dentro do frasco, recolhendo o meu sémen; quando ficou satisfeita, largou-me, fechou o frasco e trocou de luvas.
Então, a Enfermeira F aproximou-se com um tubo de borracha fininho e uma outra seringa, esta sem agulha e cheia de um líquido qualquer: carregou no êmbolo com a ponta da seringa em cima de uma das extremidades do tubo, embebendo-o naquela mistela. Lena agarrou subitamente na minha pila, F aproximou-se de mim… e eu comecei a gritar o mais que pude ao sentir o tubo ser-me enfiado pela cabeça do pénis.
- Santo Deus! – resmungou a Enfermeira F – Ainda bem que estás amordaçado, senão estavas a causar-me uma dor de cabeça!
Não há palavras que descrevam com exactidão a dor que eu estava a sentir. Era demasiado… não sei como não desmaiei. Quando F parou de me enfiar o tubo, ela foi buscar outro frasco, idêntico ao de antes, desta vez colocando a outra extremidade daquele cateter dentro dele.
- Mija. – ordenou Lena.
Como raio queriam elas que eu mijasse depois de me terem enfiado aquele tubo à força pela uretra?! Abanei a cabeça; se tivesse a boca livre, iria mandá-las para a puta que as pariu e dir-lhes-ia exactamente quanta dor elas me haviam causado.
- Não? Bom, não te aconselho a resistir, porque a alternativa é aqui a minha colega pegar na sua seringa e ir buscar um bocado de urina directamente à fonte... – e ela começou a aproximar-se de mim, começando a sussurrar – e acredita em mim: tu não a queres a mexer em agulhas perto de ti. Acabas por ficar com mais buracos do que os que precisas. Se visses a sua colecção de piercings
Engolindo em seco, com medo da ideia de ser picado mais uma vez, fiz esforço, tentando esquecer as dores, e eventualmente lá saiu um pouco de urina.
- Boa! – gritou Lena.
- Ah, foda-se. – protestou F, largando a seringa – Odeio quando eles cooperam.
Enquanto Lena ia até à porta com os dois frascos na mão, a Enfermeira F prendeu um saco à outra ponta do cateter, de forma a recolher a minha urina. E, até ao regresso da colega, entreteve-se a fazer-me cócegas nos pés.
Após o regresso de Lena, ela agarrou num saco e tubo de borracha que estavam num cabide de metal ao lado da cama – um cabide que eu ainda não tinha visto. Ela abriu o saco, aproximou-se de um lavatório e encheu-o com água.
- Hora de limpeza, hein? – perguntou a Enfermeira F.
- Pois, aposto contigo que este rapaz está a precisar de uma lavagem profunda. – gozou Lena, fechando o saco. Apenas nessa altura eu reparei na outra extremidade do tubo, com um plug…
Olhei para o tecto quando os dedos da Enfermeira F expuseram o meu ânus, o que permitiu a Lena enfiar o plug no meu rabo, ignorando os meus grunhidos. Quando ela se sentiu satisfeita, ela rodou uma torneirinha na tampa do saco…e comecei a gemer e a debater-me ao sentir os meus intestinos serem invadidos com água quente.
- Hmm, ele está a adorar, não está? – a enfermeira morena estava a divertir-se a espetar o dedo nos meus testículos.
- Eu diria que sim. – respondeu Lena, apesar de estar a abanar a cabeça – Deixa as bolas dele em paz e vai buscar o balde.
A contragosto, a Enfermeira F obedeceu, indo buscar um balde e colocando-o por baixo do meu baixo-ventre, dando alguns passos para trás. Assim que Lena retirou o plug do meu rabo, tive um arrepio ao sentir a água quente a sair do meu corpo; a sua colega olhou para dentro do balde e fez uma careta.
- Ugh, só merda… acho que tens de limpá-lo outra vez.
Sem responder, Lena voltou a colocar o plug no meu rabo, abrindo a torneira e enchendo-me novamente com água, apesar dos meus fracos protestos. Ela repetiu o procedimento outra vez, e outra vez, e outra vez, até que a água que saía de dentro de mim estava tão clarinha como quando entrou. Então, ela tirou o tubo e o saco, e enquanto ia buscar outra coisa qualquer, a Enfermeira F divertia-se com o meu cateter, puxando-o e empurrando-o ligeiramente, apenas com a ideia de me causar dor. Deus, que havia eu feito para merecer tal castigo?
Subitamente, senti as mãos da Enfermeira F a agarrarem-me nos genitais e algo a ser-me amarrado em volta deles, horrivelmente apertado. Apareceram-me lágrimas nos olhos à medida que senti um nível de dor que nunca dantes julgara possível…
- Oh, ele definitivamente está a gostar disto. – riu-se a Enfermeira F.
- Eu sei que está, minha querida. – Lena aprovou, dando um beijo nos meus testículos (que, imaginei eu, estariam a ficar arroxeados com a falta de sangue).
- E agora?
- Podes começar a bater-lhe, enquanto eu preparo uma coisa que arranjei recentemente.
Quando a Enfermeira F começou a agredir as minhas nádegas com uma chibata, pensei que a dor me iria fazer desmaiar. Porque me estavam elas a torturar tanto? Teriam elas alguma coisa contra os homens e me estivessem a usar como vítima? A única coisa que eu queria era ter sexo… mas agora estava preso a uma cama, algures, sendo torturado por duas sádicas dementes aparentemente sem motivo. Já havia desistido de protestar: não valia a pena. Agora simplesmente gemia com cada pancada, com cada tortura que me era infligida. Mas, dentro de mim, sentia que tudo aquilo devia ter uma lógica, uma finalidade, um significado, por mais retorcido ou ilógico que fosse.
Surpreendentemente, o espancamento não durou muito tempo: cerca de cinco minutos, mais meia-hora, menos meia-hora. Sentia o meu traseiro em brasa, e as lágrimas escorriam livremente pela minha cara. Mas não havia tempo para descansar: parecia que aquelas cabras não descansavam! Sem qualquer aviso, algo foi-me introduzido no rabo; estranhamente, pareceu-me um simples pedacinho de borracha. Quando levantei a cabeça, olhando para a mão de Lena, vi que ela tinha uma mangueira presa a uma espécie de balão… e deixei cair a cabeça para trás quando ela começou a encher aquele balão com água e o fechou, com o meu rabo sendo invadido por aquela coisa: não sabia o quão comprido era, mas eu sentia-o bem dentro de mim, enquanto tinha uns dois, talvez três centímetros de grossura.
- Uh, o que é isso? – inquiriu a Enfermeira F.
- Oh, uma ideia que uma das nossas colegas me deu, para testar num Paciente.
- Parece-me um balão.
- De certa forma, é. Mas não interessa. – Lena deu uma bofetada na minha coxa – Então, querido, sentes-te bem?
Abanei a minha cabeça veementemente: estava a sentir-me tão violado, tão… sinceramente já me começavam a faltar palavras para descrever o que eu sentia naquela altura. Mas, claro está, Lena interpretou a minha reacção à sua maneira.
- Sabia que estavas a adorar. Agora, acho que é alturas de te deixarmos, temos outros Pacientes a necessitarem da nossa atenção, não é verdade?
- Confere.
A Enfermeira F verificou as minhas amarras, confirmando que eu estava bem preso, deu-me um beijo na bochecha enquanto deu mais um empurrão no cateter e saiu do quarto, sendo seguido por Lena. Antes de fechar a porta, elas fecharam as luzes, deixando-me às escuras… e a contorcer-me de dor.

Não sei quanto tempo demoraram elas a vir: horas, talvez. Durante essas horas tentei libertar-me, sair daquela camisa-de-força, mas sem sucesso. Os meus órgãos sexuais estavam a doer-me horrivelmente, como se alguém os tivesse mastigado e a seguir cuspido de volta, e o meu rabo parecia inchado e preenchido… era uma sensação horrível.
A porta finalmente abriu-se, com as duas megeras a entrarem. Lena tinha uma prancha na mão.
- Bom, Tiaguinho, – declarou ela, sorrindo – o resultado dos teus testes já chegaram… e, infelizmente, chumbaste.
Tentei olhar para ela. Chumbei? Em quê?
- Como não serves para os nossos propósitos, vamos ter de nos ver livres de ti… mas isso não significa que não nos possamos divertir contigo antes. – e ela sorriu como uma colegial.
A Enfermeira F aproximou-se de mim, aproximando-se do meu baixo-ventre, com algo pequeno nas mãos – só mais tarde é que descobri que era um alfinete. Com ele, ela rebentou o balão que eu tinha no rabo… e o meu ânus explodiu. Ou, pelo menos, foi a sensação que tive. Doeu como tudo… mas a minha área genital estava toda assim. E a água que escorria dentro de mim não ajudava.
Lena aproximou-se de mim também, com uma chibata nas mãos; sorrindo, ela começou a fustigar novamente as minhas nádegas, enquanto a colega voltava a masturbar-me.
- Ele está tão a ficar pronto, minha querida L…
- Eu sei. Apenas mais um par de chibatadas, e paro.
Eventualmente, Lena parou de me agredir, e a Enfermeira F agarrou as tiras de cabedal da minha mordaça. Assim que a bola saiu da minha boca, olhei para a loira.
- Lena, porque me estás a fazer isto?!
Ela sorriu sarcasticamente.
- O meu nome não é Lena. 
Enquanto eu abria a boca de espanto, a companheira colocou-me uma outra mordaça na boca, em que, em vez de uma bola de borracha, tinha um anel; eu encarei Lena – ou quem quer ela que fosse – mas ela continuou silenciosa, optando antes por prender um strap-on à cintura.
- Apesar de os laboratórios te terem rejeitado como possível escravo, ainda temos de verificar as tuas cavidades… mesmo que seja só para nosso deleite. – disse ela, enquanto se aproximava do meu baixo-ventre, para depois começar a entrar no meu ânus. Não foi tão desagradável como aquela espécie de balão que elas dantes experimentaram, mas ainda assim foi algo doloroso, especialmente quando ela começou a penetrar-me com mais velocidade. Ao mesmo tempo, a Enfermeira F, também de strap-on à cintura, começou a penetrar-me a boca. Ouvi ambas a rirem-se à medida que me iam violando, dando-me chapadas na cara, nas nádegas, nas coxas, insultando-me, chamando-me ‘puta’, ‘maricas’ e ‘paneleiro’, vendo a minha pila a inchar e pulsar apesar dos cordões que estavam amarrados à sua volta. Lena – ir-lhe-ei sempre chamar assim – agarrou nos meus genitais e apertou-os com força na palma da sua mão, sorrindo ainda mais ao ver a minha cara de dor.
- É a minha vez de lhe comer o rabo. – declarou a Enfermeira F, subitamente.
- Ah, deixa-me comê-lo mais um bocadinho… sabe tão bem estar a arrombar este buraquinho tão apertado!
- Mais certo nunca ter sido usado. – riu-se, para depois continuar a usar a minha boca. 
Alguns minutos depois, elas pararam, mas não trocaram de lugar como eu estava à espera. Fiquei à espera do que elas iriam aprontar a seguir… quando os meus genitais foram libertos, as amarras que me prendiam à cama foram soltas e a minha camisa-de-força me foi tirada. Podia e devia ter tentado fugir, mas estava sem forças, sem energia para nada, tudo me doía, e acabei por não me mexer. Ainda assim, Lena agarrou-me nos pulsos; entretanto, a Enfermeira F tinha na sua mão um rolo de plástico transparente e começou a embrulhar os meus pés juntos, para depois passar às minhas pernas. Bolas, ela trabalhava depressa…
- O-o que m-me vão… – comecei a perguntar, mas não cheguei ao final.
- Vamos mumificar-te, totó. – respondeu Lena, enquanto a sua companheira me continuava a embrulhar.
- Mu-mumificar-me?!
- Claro, não te podemos ter a revelar ao mundo quem somos ou o que fazemos aqui… por isso vamos ter de te prender definitivamente.
- Mas… mas… eu não vou dizer a ninguém, prometo! – por aquela altura, já as minhas mãos estavam presas junto ao meu corpo – Eu faço tudo para que me deixem ir! – acrescentei, quase a chorar.
- Nada feito, maricas. – riu-se a Enfermeira F, cobrindo a minha cara com a película, acabando o seu trabalho. Dois furinhos foram feitos para que eu não sufocasse, enquanto eu me debatia, infrutiferamente, para me libertar. Entrei em pânico, e só me acalmei, largo tempo depois, quando senti uma picadela no braço.

Quando voltei a mim, senti-me como se tivesse passado a noite toda na borga: tinha uma dor de cabeça horrível, para além da minha boca saber a papel de música. Abanei a cabeça e olhei em volta: estava em minha casa, deitado na minha cama. Pensei no que me havia acontecido. Será caso que tudo aquilo não teria passado de um pesadelo? Estava com o meu pijama, portanto dava ideia que aquilo realmente passara-se tudo na minha cabeça… Levantei-me, coçando a barriga – era impressão minha, ou estava mais pequena que o que me lembrava? – e fui até à casa-de-banho, para fazer as necessidades e lavar-me. Sentei-me na sanita e libertei a bexiga, com um suspiro de alívio…
Por acaso, calhei a passar os olhos pelo espelho da casa de banho, e pareceu-me ter avistado uma rapariga; abanei a cabeça, levantei-me e olhei novamente… e entrei em pânico, porque estava a olhar para mim, mas não me via a mim!! Em vez disso, a imagem reflectida pelo espelho era a de uma rapariga, com a mesma altura que eu, com a mesma cor de cabelo mas com este mais comprido, com seios razoáveis e um traseiro jeitoso, mas com menos barriga que a que eu tinha; mexi o braço em frente do espelho, e quase berrei de desespero ao ver o reflexo a imitar o gesto. Pisquei os olhos, belisquei-me, tentando sair de mais aquele pesadelo, mas aquilo era real… eu era uma rapariga!! Mas como?! Tirei o pijama e olhei para os meus seios, perfeitamente desenhados, depois para a minha zona púbica, sem pénis mas com uma vulva depilada – e uma vulva perfeita, também. Involuntariamente, toquei no meu rabo e os meus dedos recuaram ao sentir algo estranho ali. Agarrei naquilo e acabei por retirar do meu ânus um plug preto e brilhante.
Olhei para a coisa que tinha na mão. O que raio significava tudo aquilo?! Vasculhei a minha casa de alto a baixo, tentando encontrar algo, uma nota, qualquer coisa que fizesse sentido e me permitisse perceber o que se havia passado. Depois de ter olhado ao relógio e reparado que, desde que entrara no bar, haviam passado dez dias, o meu olhar parou na porta da rua e num papel que lá estava colado.
Desesperadamente, arranquei o papel da porta e comecei a ler:
Obviamente não te poderíamos deixar trancado para sempre numa cave qualquer: não temos orçamento para isso. Mas precisamos de garantir o teu silêncio. E que melhor forma de fazer com que não fales sobre nós do que mudar-te o sexo? Afinal de contas, ninguém acreditará em ti se começares a falar de duas mulheres pérfidas que te raptaram e torturavam e te transformaram em mulher num edifício estranho… Confesso que adoraria poder ver a tua cara assim que constatasses o que te fizemos, ver a tua careta.
Diverte-te com a tua nova vida, Tiago… ou Tânia, ou qual for o nome que escolhas daqui para diante.
L
Assim que acabei de ler a nota, amarrotei-a e atirei-a contra a parede, deixando-me cair de joelhos a chorar.

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