terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pornocracia chinesa

Rui corria pela rua fora, tentando chegar ao trabalho o mais depressa possível. O autocarro havia-se atrasado demasiado, as ruas estavam cheias de carros, estava-se em plena hora de ponta – em suma, as leis de Murphy estavam em vigor. Assim, ele acabou por se apear umas paragens antes do previsto para fazer o resto do caminho a correr; não se tratava só de tentar ser pontual, outra chegada fora de horas poderia significar despedimento.
Ele estava com tanta pressa que nem reparou nas duas raparigas orientais, encostadas à parede numa esquina para uma travessa uns quantos metros à sua frente, perto do trabalho de Rui. Quando ele se preparava para passar por elas, uma das raparigas chamou-o e perguntou-lhe, num português bastante aceitável, se sabia o caminho dali para o aeroporto.
- Peço imensa desculpa, estou cheio de pressa… – começou ele.
- Por favor, é urgente. – continuou ela.
Rui agarrou-a gentilmente pelo braço, tentando desviá-la do caminho: faltavam poucos minutos para as 9h. Foi então que a outra rapariga, após olhar em volta, agarrou-o pelo braço com uma força insuspeita e arrastou-o para a travessa, forçando-o a estar imóvel; a outra rapariga, a que havia falado, agarrou num paninho branco, aparentemente encharcado em algo, e encostou-o à cara de Rui. Assim que ele sentiu o aroma de clorofórmio, ficou inconsciente.


Rui acordou, horas depois, num sítio completamente diferente. Abanou a cabeça, tentando sacudir os efeitos daquela coisa com que o haviam adormecido, e, instantes depois, verificou que se encontrava praticamente nu em cima de uma cama, apenas de boxers, amarrado de pés e mãos aos postes da mesma.
Conseguia ouvir vozes numa sala contígua – provavelmente as vozes das raparigas que o haviam raptado – falando em chinês. Aparentava ser uma conversa casual. Suor frio começou a escorrer pela testa dele, ao pensar no que se iria ali passar. Porque teria ele sido raptado por duas mulheres e preso a uma cama semi-nu? Para ser para pedirem resgate, não fazia sentido, até porque ele não era rico nem tinha família… Começou então a ouvir passos e, imediatamente a seguir, elas entraram naquela divisão.
Pareciam duas bonecas, daquelas que se estão habituadas a ver nos filmes, com o seu cabelo liso escuro a enquadrar as suas caras maquilhadas. Naquele momento vestiam roupas diferentes das que envergavam na esquina. A primeira a entrar no quarto, a que o havia chamado, trazia um casaco vermelho bem curtinho – tão curto que mal lhe cobria os seios – mas de mangas compridas, uma mini-saia encarnada e sapatos de salto alto preto com um salto bastante generoso. Tinha uma espécie de coleira à volta do pescoço. A outra rapariga envergava um tradicional vestido chinês, com a diferença de ser bastante mais curto e de evidenciar mais as suas pernas tonificadas; nos pés tinha uns sapatos semelhantes aos da companheira. Sentou-se num sofá perto da cama, de pernas cruzadas, enquanto a primeira rapariga se sentou na borda da cama, perto do abdómen de Rui.
- Olá, querido. Peço imensa desculpa por tudo isto, mas… tem que ser necessário. Nós gostámos de ti e não temos tempo para muita conversação. – disse, parecendo ter alguma sinceridade no que dizia.
- Quem são vocês? Porque estou aqui?
Ela olhou para a companheira, que se limitou a assentir. Claramente, a outra era a chefe.
- O meu nome é May Chiang, e esta é, uhm… a minha companheira, Lin Pei.
- Mas…
- Acledito que tenhas pelguntas. – Lin Pei falou finalmente, evidenciando que o seu português estava bastantes furos abaixo que o da sua acompanhante – Mas tu não sabelás tudo. Nós temos plofissão, tu seles divelsão.
- O quê?! – Rui engoliu em seco.
- Selmos matadolas. Tivemos tlabalho dia antes, quelemos descansal. – adicionou Lin.
- Matadol… matadoras… Assassinas?! Mas…
Foi então que Rui se lembrou das notícias do dia anterior, do assassinato de um alto dignatário que estava presente numa conferência da NATO. Do que se recordava, o seu corpo havia sido encontrado, nu, preso à cama tal como ele, com um tiro mesmo no centro da cabeça e uma marca de lábios em cada bochecha. As autoridades estavam sideradas pois nenhum ADN ou qualquer vestígio forense havia sido recuperado.
- Oh… oh meu Deus… vocês mataram aquele emissário…
- Nós somos assassinas, meu querido. – respondeu May, sem hesitar. Então levantou-se e dirigiu-se em direcção de Lin, sentando-se ao seu colo e abraçando-a – E amantes.
O olhar de Rui arregalou-se quando viu as duas mulheres a beijarem-se, durante um longo tempo.
- E nós convidamos outlas pessoas pala blincal connosco. – Lin declarou assim que os seus lábios se separaram.
- Mesmo quando elas não querem vir. – May acrescentou.
- E eu… – começou Rui.
- Tu seles convidado. Mas nós não quelel espelal. Nós telmos de viajal hoje. – e voltaram a beijar-se.
- Por favor… – balbuciou Rui, enquanto as duas raparigas se levantavam do sofá – eu tenho de ir, estou atrasado para o trabalho, é importante…
- Silêncio. – comandou Lin, encostando uma faca de lâmina larga aos lábios de Rui – Tu seles meu. Minhas coisas não falal sem eu dizel que podem falal.
Ele estava aterrorizado. Aquele dia não podia piorar muito mais…
Lin foi passando a lâmina pelo corpo de Rui, passando o bico da faca pela pele do rapaz. Quando chegou ao baixo-ventre, ela agarrou na peça de vestuário e, sem cerimónia, rasgou-a com a faca, deixando-o nu.
- Belo colpo. – declarou Lin, olhando para a companheira.
- É verdade… eu posso tocar nele? – perguntou May, com uma centelha de desejo no olhar.
Lin assentiu, e logo as mãos de May começaram a passar pelo corpo de Rui, acariciando-lhe os mamilos e apertando-os entre as suas unhas compridas, enquanto Lin agarrou no cabelo de Rui e beijou-lhe os lábios, enquanto uma das suas mãos se aproximava das suas partes baixas. Ele sentia-se confrangido por estar naquela posição, preso a uma cama com duas mulheres a seduzirem-no – o que é uma fantasia de todo o homem, só que ele ainda estava aterrorizado por saber que as duas mulheres eram assassinas e que, muito provavelmente, depois daquilo o iriam matar…
A mão de Lin chegou ao órgão de Rui, seguida da sua cabeça, e a rapariga começou a beijar-lhe a pila, sentindo-o crescer sob os seus lábios. May passou a beijar a boca dele, provando-lhe os lábios e enfiando a língua toda dentro dele, enquanto lhe continuava a apertar os mamilos.
- Hmm, ele é bem apetitoso, minha amada. – May disse, em chinês, entre dois beijos.
- Foi bem escolhido, este. – respondeu Lin – Está aterrorizado e é saboroso. Devias de lhe sentir o pau…
- É bom?
- É jeitosinho. Deve dar para algumas molas.
Então, Lin levantou-se, afastou a amante para o lado e sentou-se em cima da cabeça de Rui, dizendo:
- Agola, tu beijal minha coisinha.
Rui não pôde fazer nada ao sentir a rata daquela mulher encostada à sua cara: apesar de os beijos dela na sua pila terem sido bastante agradáveis, ele não os disfrutara na realidade porque não deixava de pensar que elas o iam liquidar no final… ainda assim, começou a passar a língua pelos lábios vaginais da sua raptora, sentindo as lágrimas aparecerem-lhe nos olhos. May sentou-se no peito dele e abraçou a companheira e abraçou-a; as duas raparigas trocaram mais um beijo enquanto ele continuava a dar prazer oral a Lin.
- Oh, May… – Lin comentou, em chinês – Devias sentir a língua deste cabrão, é fantástica!
- Nem imagino, minha amada… tenho tanta inveja tua…
- Devíamos fodê-lo sem demora.
- Mas, minha vida, devíamos disfrutá-lo com vagar… ele parece ter tanto potencial…
- Não podemos perder muito tempo… tens razão, May, mas nããããããããããããããããããããããã…! – Lin foi interrompida por um orgasmo, tão súbito e forte que as suas mãos enclavinharam-se com força nos braços de May. A sua rata, imediatamente húmida logo após as primeiras lambidelas de Rui, escorria directamente para a cara dele.
- Bebel tudo! – gritou ela – E lambe mais! 
Ele não pôde fazer nada mais senão obedecer, sempre a beijar, a lamber e a penetrar a vulva de Lin, enquanto sentia o peso das duas raparigas em cima de si e se sentia terrivelmente desconfortável. “Por favor, meu Deus, ajuda-me…” rezou, mas ele sabia que naquele momento ninguém o podia ajudar…
Então, Lin levantou-se, sendo seguida por May. Elas olharam para o rapaz preso à cama, depois uma para a outra.
- Despe-te. – ordenou Lin.
- Sim, minha amada.
May tirou o seu casaco e a sua saia, para depois ajudar Lin com o seu vestido. Ambas as mulheres estavam nuas e miravam Rui com ar sádico.
- O-o que me vão fazer? – perguntou ele, ainda húmido da rata de Lin.
- Tu iles sabel a seguil. – respondeu Lin, agarrando novamente na faca.
- Por favor, não faças nada… – pediu May… embora não se soubesse para quem falava.
Lin começou por cortar as cordas que prendiam Rui à cama; de seguida, e com a ajuda de May, começou a amarrar-lhe os braços atrás das costas, primeiramente os pulsos, depois os cotovelos, para depois lhe passarem cordas em redor do tronco e dos braços, apertando-lhos contra as costas. Rui estava a sentir-se bastante desconfortável, mas estava a tentar não dar parte de fraco; tentou agitar-se, tentando dificultar ao máximo a tarefa àquelas mulheres demoníacas, mas sem êxito. De seguida, May tirou um pau comprido do chão e atou os tornozelos de Rui a ambas as pontas, impedindo-o de conseguir fechar as pernas.
- Mas… mas que me vão fazer? Por favor, deixem-me ir! – gritou ele, cada vez mais em pânico – Não vos fiz nada de mal!!
- Tu falales demais. Temos de fazel algo. – disse Lin, pegando num rolo de fota adesiva e com ele selando os lábios dele. De seguida, deixaram-no tombar em cima da cama, de barriga para o ar.
Gemendo, Rui não pôde fazer nada mais senão olhar enquanto as duas chinesas pegavam num saco de onde tiraram molas de roupa de madeira e as espalharam por cima da cama. A mão de Lin começou a massajar o pénis de Rui, enquanto agarrava numa mola. Demorou algum tempo até obter reacção, tendo em conta o terror que ele estava a sentir, mas eventualmente, e depois de algumas carícias por parte de May, o órgão começou a crescer e a entesar. Assim que ela achou que estava com tamanho suficiente, ela meteu-o todo na boca, humedecendo-o; de seguida, colocou-lhe a mola a meio do pénis, apanhando-lhe só a pele. O berro que Rui soltou ouvir-se-ia em todo o prédio – ou lá onde eles estivessem – não fosse a fita adesiva que lhe selava a boca. A chinesa agarrou em mais uma mola, que colocou acima da primeira, e continuou naquilo até o pénis de Rui estar coberto de molas.
- Eu posso ter molas em mim também? Na minha cona? Por favor, minha amada? – May implorava.
Lin olhou para ela; então, assim que a amante abriu as pernas e se colocou de quatro em cima da cama, colocou-lhe quatro em cada lado da vulva. Lin rebolou os olhos, respirando de forma entrecortada.
- O-obri-obrigado… obri-gado… minha… minha ama-amada… – então, ela olhou para Rui – Tu… tu não sa-abes a sorte que… que tens… tens… tens mais molas… molas que eu… a minha amada deve… deve mesmo… mesmo gostar de ti… – e a sua mão passou pelo braço de Rui.
Este, ao invés, não se sentia nada sortudo. O seu pénis doía-lhe como nunca antes – nem mesmo aquando das futeboladas que costumava jogar e da inevitável bola nas “jóias de família” sentira algo assim – e ele tinha a impressão que aquilo seria apenas o início.
- Queres também nas mamas? – Lin perguntou, na sua língua nativa, olhando para May.
- Sim… sim, amada… adoraria… muito…
Assim, Lin colocou-lhe uma mola mesmo no mamilo, mais uma meia-dúzia no seio, e o procedimento foi repetido no outro peito. Então, ela olhou para Rui. Novamente com um sorriso terrível, ela pegou em mais molas e começou a cravá-las no peito dele. Pegou também num conjunto de dez ou doze, unidas por uma corda de nylon, e colocou-as, uma por uma, num dos lados da barriga dele, para colocar outra dúzia delas do outro. Então, sem qualquer aviso, Lin pegou na ponta das cordas e puxou, arrancando todas aquelas molas de uma só vez. Rui voltou a gritar o máximo que a fita lho permitiu.
- Sor… sortudo… eu queria… queria isso, amada… – continuou a gemer May.
Rui estava quase à beira da inconsciência. Estava a ser torturado apenas por prazer, sem qualquer ponta de piedade, e tendo a seu lado uma rapariga masoquista que sentia prazer onde ele unicamente conseguia encontrar dor. As lágrimas escorriam-lhe livremente à cara abaixo, misturadas com suor.
Quando Lin acabou, May aproximou-se de Rui e beijou-o, devagar, deliciando-se com cada momento, lambendo-lhe a fita, as lágrimas, o suor, enquanto Lin se aproximava do traseiro da amante, com o cinto de cabedal das calças de Rui na mão, e começou a utilizá-lo para agredir violentamente as nádegas de May.
- Ela… ela ama-me também… muito, querido… – May solucou, enquanto acariciava a cara de Rui, beijando-lhe os lábios tapados – E… e eu também… te amo muito…
Lin não parou de fustigar o rabo de May até a sua cor atingir tonalidades encarnadas, nalguns pontos mais além. E, a cada impacto, a rapariga ficava cada vez mais próxima do seu orgasmo. Assim que se sentiu satisfeita, Lin largou o cinto, agarrou-lhe nas ancas e começou a penetrar-lhe o ânus com o polegar.
- Ohhh, oh, amada, por favor, continua… – May estava à beira do êxtase – Fode-me mais, minha amada, fode-me mais…
Instantes depois, May explodia, o seu orgasmo a chegar com força. Num ápice, colocou-se em cima de Rui, quase se sentando sobre o seu peito, encharcando-o com a sua essência.
Enquanto isso, Lin regressou ao saco e pegou no seu maior strap-on, com um dildo para seu próprio deleite, apertando-o à volta da cintura e colocando-lhe um preservativo. Assim que May se levantou, Lin deu-lhe uma palmada nas nádegas já magoadas, puxou Rui para a beira da cama, fazendo-o virar-se e ficar debruçado, de peito em cima da cama e joelhos no chão. Rui estava em pânico… e mais em pânico ficou quando sentiu a mão da chinesa a humedecer-lhe o recto, a passar-lhe vaselina pelo esfíncter e a enfiar-lhe um dedo dentro do rabo.
- Oh, tu… és um sortudo… – May sussurrou, quase deitada na cama, com a sua cabeça ao lado da de Rui – A minha amada vai-te foder primeiro que a mim… Eu tenho tanta inveja tua…
Foi interrompida quando Lin a agarrou pelos cabelos e a puxou para fora da cama, fazendo-a gemer.
- Tu iles lambel meu cu. 
- Sim, minha amada.
Rui fechou os olhos à espera do inevitável, ao sentir as mãos de Lin agarrarem-no pelos quadris; então, lentamente, lentamente, a ponta do dildo começou a entrar dentro do seu ânus. Lin avançou devagar, enquanto, atrás dela, May havia-se ajoelhado e lambia agora o rego do cu da sua amada. Rui começou a chorar ao sentir o dildo começar a aumentar de velocidade, não muito, mas de forma a notar-se: Lin sentia-se excitada com a pila de borracha que tinha dentro de si e com a língua de May a beijar-lhe as nádegas e a beijar-lhe o seu próprio ânus.
- Fode-me com ela, May! Fode-me com a tua língua!
Assim que a língua da rapariga lhe passou pelo esfíncter, Lin começou a perder o controlo e começou a acelerar a velocidade e a força com que penetrava o posterior de Rui, quase rebentando com ele. Rui já começava a perder a voz, depois de tantos gritos… e se, no final de tudo, a voz fosse a única coisa que ele tivesse perdido, já se poderia considerar feliz.
May mexia nas molas que tinha na rata à medida que ela própria penetrava Lin e lhe acariciava as nádegas. Sentia-se cada vez mais próxima de outro orgasmo, só de estar a tratar do rabo da sua companheira e de sentir a dor provocada pelas molas que tinha no corpo… e, algumas lambidelas depois, atingiu o clímax. Lin, ela própria cada vez mais próxima também de se vir novamente, sentiu a língua de May abandonar-lhe o corpo; num ápice, uma das suas mãos agarrou no cabelo da companheira, gritando em chinês:
- Não pares! Continua a lamber-me!
Após recuperar o fôlego, May continuou a sua tarefa, enquanto Rui continuava a chorar como uma madalena. Aquele som era música para os ouvidos de Lin, e isso fez com que ela acabasse por atingir o orgasmo. May abandonou o rabo de Lin e aproximou-se do strap-on, beijando-lhe as bolas.
- Quere-lo, não o queres? – perguntou Lin.
- Muito, minha amada.
- Põe-te de quatro ao lado dele.
May obedeceu, enquanto Lin saía lentamente de dentro do rabo de Rui, deixando-o, ainda a chorar, debruçado com o peito em cima da cama, ainda com muitas das molas presas ao peito. Lin tirou o preservativo usado do strap-on, colocou outro e aproximou-se de May, que havia fechado os olhos; agarrou-a pelas ancas, tal como fizera a Rui, e enfiou-lhe a pila de borracha com vigor ânus acima. May suspirou e sorriu, abrindo os olhos e virando-se para o rapaz.
- É… é… oooh… é tão bom, não é?
Rui pura e simplesmente não conseguia acreditar: ele não percebia como é que alguém conseguiria gostar de tanta dor. O seu esfíncter estava em fogo, e ele quase não conseguia sentir a pila, para além das dores excruciantes nos braços, ombros e peito. Ele perguntava-se quando acabaria aquele pesadelo, quando acabariam com ele. Entretanto, ele apenas podia observar enquanto Lin continuava a penetrar analmente May, com muito mais violência do que o fizera com Rui. E apesar disso, May estava a sorrir, a ter prazer e a gritar por mais!
- Oooh, meu amor, por favor não pares… estás a ir tão fundo, sabe tão bem… – May quase gritava – Oooh, sim, sim, meu amor, por favor, fode-me, fode-me toda, viola-me…
Não demorou muito até ambas partilharem um orgasmo.

Demoraram perto de quinze minutos até vestirem as mesmas roupas com que Rui as havia encontrado – camisolas de lã e jeans normalíssimos – tirarem as molas do corpo de Rui e guardado todas as suas coisas, os seus brinquedos – até as suas armas. O seu vôo seria daí a três horas, e elas ainda teriam de efectuar o check-in. Com os sacos à porta, ambas as raparigas retornaram atenções para Rui, aparentemente esquecido por elas. Estava agora amarrado de pés e mãos em cima da cama, ainda de fita na boca. Ele não se atrevera a mexer um milímetro nos minutos anteriores, esperando que pura e simplesmente elas se esquecessem dele e o deixassem ir – infelizmente não teve sorte.
- O que queres fazer com ele? – perguntou May a medo, em chinês.
- Não podemos deixar testemunhas.
- Por favor, minha amada, este não… ao menos deixa-me levá-lo para nossa casa, deixa-me metê-lo num dos nossos sacos de viagem…
- Não podemos.
May agarrou no braço da sua companheira, olhando-lhe bem fundo nos olhos.
- Minha amada, minha vida, por favor… nós matamos toda a gente com quem nos envolvemos, por favor, deixa este seguir a sua vida… tu gostaste dele, trataste-o melhor que a mim, ele merece alguma coisa…
Mesmo se as raparigas estivessem a falar em português, Rui não entenderia nada do que elas diziam. O seu cérebro estava demasiado torturado para funcionar como é suposto, o seu corpo demasiado massacrado para lhe dar descanso, os seus olhos demasiado desfocados para conseguir aperceber-se do que elas estavam a fazer. Ele conseguia ver que May estava a agarrar no braço de Lin, que elas estavam a discutir por causa de algo. Então elas pareceram chegar a um consenso, pois aproximaram-se da cama. Então, May falou:
- Bom, querido, é aqui que os nossos caminhos se separam. – ela baixou os olhos, parecendo triste – E, bom…
- O teu caminho acaba hoje. – acrescentou Lin, com um saco preto, de pano, na mão.
- Lamento imenso… – May parecia quase estar a chorar – Eu tentei salvar-te, eu gosto mesmo muito de ti… mas ela é a cabeça, ela é a chefe… e eu obedeço.
A rapariga oriental aproximou-se dele e beijou-lhe a fita que lhe cobria os lábios, para depois agarrar no saco preto e cobrir com ele a cabeça de Rui.
- Adeus, querido. – disse May, saindo de cima da cama.
Rui já suspeitava que seria assim que as coisas iriam acabar a partir do momento que aquelas duas assassinas se haviam apresentado. Mas, mesmo sabendo de antemão, não conseguiu deixar de chorar silenciosamente, enquanto se despedia mentalmente da sua família. Ele ouviu uma pistola a ser engatilhada, e preparou-se mentalmente para o disparo.
Passaram-se cinco segundos, depois mais cinco, e Rui começou a perguntar-se porque seria…
BANG!
Passou-se um segundo, dois, três, cinco, dez, e Rui começou a aperceber-se que algo não estava bem. Ele não havia sentido nada e o som daquele disparo fora diferente de todos os que ele alguma vez ouvira… assemelhava-se mais a…
… a uma porta a ser fechada com força.
Mesmo com um saco de pano a tapar-lhe a cabeça, mesmo com a boca fechada hermeticamente com fita adesiva, Rui começou a rir-se histericamente.

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