Aquele havia sido um dia demasiado cansativo. Fiz votos de não haver
fila na estrada, pois todo o meu corpo suspirava por descanso. Receber
chamadas, tratar da logística da distribuição do hipermercado, ter de
aturar os colegas… Sentia-me estoirada e farta. Só que… tinha de
continuar ali, pois precisava de dinheiro para conseguir sobreviver. As
contas não se pagam sozinhas...
Cheguei a casa quase uma meia-hora depois de ter picado o ponto no
escritório. Atirei as minhas coisas para cima de um sofá, olhei para o
espelho do corredor e pensei ‘Bolas, como me sabia bem um mês ou dois de
férias.’ O Paulo ainda não devia ter chegado, ele saía do trabalho mais
tarde que eu. Atirei-me também para cima de outro sofá e comecei a
sentir o sono a invadir-me...
Um barulho acordou-me. Olhei para o meu relógio de pulso dourado, oferta
dele, e vi que tinha dormido quase duas horas. Abanei a cabeça e olhei
para o estado catastrófico em que o sofá havia deixado as minhas roupas.
Sentia o estômago a dar horas: havia passado demasiado tempo desde a
última vez que havia comido. Tirei o casaco e fui até à cozinha, peguei
numa fatia de pão e comecei a comer. Então o barulho voltou a ouvir-se:
era a campainha da porta, que desta vez tocou durante mais tempo. Gritei
um “Já vou! Já vou!” e regressei ao corredor, tentando adivinhar quem
podia ser. Até podia ser o Paulo que se tinha esquecido das chaves de
casa...
Sorrindo perante a ideia, abri a porta.
Um saco preto envolveu-me a cabeça.
E, a seguir, perdi os sentidos.
Acordei sem saber onde estava nem quanto tempo havia passado. Olhei à
volta mas não havia luz suficiente para conseguir ver onde estava. Estava deitada de barriga para baixo em cima de algo duro e que me
estava a magoar, tinha os braços presos atrás das costas, com algo a
manietá-los na zona dos pulsos e dos cotovelos, e as minhas pernas
também estavam presas com algo à volta dos tornozelos e joelhos. Tinha
algo dentro da boca – um tecido suave – que me impedia de conseguir
falar. Não era muito difícil chegar à conclusão de que havia sido
raptada… mas porquê? Nem eu nem o Paulo somos ricos, não temos dinheiro
para resgates…
Subitamente as luzes acenderam-se, cegando-me durante alguns instantes,
enquanto os meus olhos não se adequavam à nova luminosidade. Ouvi passos
à minha frente; quando consegui ver alguma coisa, reparei numa mulher,
alta e morena, vestida de negro. As suas mãos estavam nos quadris. Pela
sua altura, eu devia estar em cima de uma mesa de pernas curtas, ou algo
parecido.
- Olá, puta. – disse, com uma voz nasalada e vagamente irritante.
Parecia estar a sorrir – Finalmente encontramo-nos outra vez.
Ambicionava bastante voltar a ver-te.
Ela aproximou-se de mim e, sem aviso, a sua mão bateu-me nas nádegas.
Gemi de dor, apercebendo-me só então que estava sem as calças… e sabia
lá mais o quê. Só então pude ver a cara da minha captora e reparei que
até tinha um rosto agradável, olhos verdes numa cara redonda, um nariz
pequeno, sobrancelhas finas, maquilhagem no ponto… Ela parecia-me
vagamente familiar.
- Gosto muito de teu rabo, sua puta. Mal posso esperar para o encher de porrada.
Como?! Gemi longamente. Porque queria ela fazer isso? Porque me havia
raptado? E porque me havia chamado de puta? Comecei a ter bastante
medo...
Ela ajoelhou-se ao pé de mim, e uma das suas mãos agarrou-me no pano que
tinha na boca e tirou-o – só então vi que aquilo que me amordaçava eram
as minhas próprias cuecas!
- Porque fui raptada? O que é que eu te fiz? Eu…
A sua mão agarrou-me com força no maxilar, magoando-me. Acabei por me calar.
- Cala-te. – e cuspiu-me na cara.
- Porque…
A sua mão esbofeteou-me com violência.
- Eu disse-te para te calares, sua puta!
Lágrimas invadiram-me os olhos. Ela largou-me, deixando-me a choramingar na mesa.
- Tu és minha, escrava. – disse ela.
- Eu não sou uma escrava! – gritei, por entre lágrimas.
- Ainda.
Ia protestar, quando a vi baixar as calças e tirá-las, revelando que não
tinha cuecas por baixo! Na mão, ela segurava as minhas cuecas. Ela
abriu as pernas e colocou a minha peça de lingerie por debaixo das suas
partes baixas. Não pude suster um gemido quando a vi mijar para cima das
minhas cuecas, encharcando-as todas na sua urina. Quando acabou, sempre
sorrindo, ela voltou a aproximar-se de mim.
- Abre a boca.
A minha reacção foi a oposta. Apertei os maxilares o mais possível: nem
pensar que ela me ia meter aquilo na boca! A sua outra mão agarrou-se ao
meu nariz e apertou-mo, torceu-mo, fazendo-me desesperar por ar. Abri
os lábios mas mantive os dentes fechados, e a reacção da mulher foi
encostar as cuecas ensopadas aos meus lábios. O cheiro era insuportável e
comecei a sufocar: aguentei o máximo possível, mas tive de ceder e
abrir a boca; assim que o fiz, a sua mão largou-me o nariz e agarrou-me
no queixo, mantendo-o aberto enquanto ela me empurrava as cuecas para
dentro da boca. De seguida, não sei de onde, apareceu um rolo de fita
adesiva e com uma tira cobriu-me os lábios. Assim que senti o tecido
ensopado em urina na minha boca, encostada às minhas papilas gustativas,
tive logo um vómito. Sentia-me perfeitamente humilhada…
- Vês que quanto mais lutas pior é para ti? – riu-se ela – E para ver se aprendes, toma lá mais uma prenda.
Deu mais uns passos e colocou-se mesmo por cima da minha cabeça. Olhei
para cima, o máximo que consegui, mas tive de fechar os olhos quando o
jacto de urina me atingiu na cabeça. Ela estava a mijar na minha cabeça.
Na minha cabeça! Sentia a urina a ensopar-me o cabelo
encaracolado, a escorrer-me à cara abaixo e não consegui impedir-me de
começar a chorar violentamente… Aquela sensação de ela me estar a usar
como uma latrina humana era demasiado vergonhosa para mim.
Quando acabou de se aliviar, a minha captora deu uns passos, olhou para mim e riu-se a bom rir.
- Dorme bem, puta.
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