quarta-feira, 2 de junho de 2010

O interrogatório

Estava assustada. Não conseguia ver nada, o sítio onde eu havia sido fechada não possuía iluminação decente. Podia sentir a humidade daquele sítio na minha pele, e isso fez-me arrepiar. Ou seria por causa do medo?
Umas horas antes, depois de sair de casa para ir às compras no mercado, senti uns braços fortes rodearem-me e um pano húmido ser encostado à minha cara. Tentando debater-me contra o estranho que me prendia, perdi a consciência, e havia acordado naquele lugar escuro, com os meus pulsos acorrentados por cima da cabeça. E, por muito que eu olhasse ao redor, não conseguia descortinar o que se estava a passar, ou quem me havia raptado.

 
Então, ouvi uma porta de metal a ser aberta, e alguém a entrar, aproximando-se de mim, com passos lentos. Aquela pessoa parou algo afastada de mim.
- O-olá? – chamei, assustada – Es-está aí a-alguém?
Subitamente, um foco de luz acendeu-se, incidindo directamente nos meus olhos. Praticamente cega, quase chorei de dor: aquela luz magoava os meus olhos, extremamente sensíveis depois de tantas horas na escuridão.
- Silêncio!
O grito ecoou pela divisão. Pareceu vir de lado nenhum e de todo o lado, simultaneamente, e fez-me sentir ainda mais aterrorizada. Ainda para mais, era impossível perceber se o mesmo viera dum homem ou de uma mulher.
Os passos voltaram a ouvir-se, e desta vez pararam perto de mim; e imediatamente a seguir, senti uma mão a puxar-me o cabelo.
- Você não faz a menor ideia porque foi trazida até aqui, pois não? – ouvi um homem a gritar perto do meu ouvido. Parecia ter uma pronúncia bastante definida… eslavo, ou russo, talvez.
- N-não, senhor… – gaguejei, sentido suor frio a escorrer-me pela cara abaixo. Os meus olhos haviam-se ajustado à nova luz; porém, como a mesma estava apontada directamente aos meus olhos, continuava a não conseguir ver nada.
Então, outra mão apalpou-me brutalmente o meu rabo.
- Está aqui por ser suspeita de actividades subversivas. – e as duas mãos abandonaram o meu corpo, enquanto os passos se voltavam a ouvir.
Comecei a chorar quando, finalmente, ficou confirmado o meu pior medo. É que, nos meses anteriores, eu havia-me envolvido com um grupo de rebeldes, que estavam empenhados em tentar livrar o nosso país do jugo ditatorial que oprimia o nosso país. Havíamos tido algumas vitórias, mas também perdêramos bastantes camaradas, mortos em batalhas, ou capturados aquando de protestos, ou mesmo após revistas pela cidade. E, depois do meu namorado da altura ter sido capturado, torturado e executado pela polícia do estado, passei a viver com medo de me acontecer o mesmo. Até àquela tarde, quando decidi ir às compras…
- Qual é o seu nome? – perguntou a mesma voz de antes.
Abri a boca para responder, mas apenas à terceira tentativa consegui fazer-me ouvir:
- Galina… Galina Ivanova.
- Naturalidade?
Humedeci os meus lábios, tentando de alguma forma acalmar-me, ao mesmo tempo que sentia as algemas em redor dos meus pulsos a enterrarem-se ainda mais na minha pele. Eventualmente, respondi.
- Data de nascimento? – aquela voz impessoal não se detinha pelas minhas hesitações nas respostas.
- Uhm… 12 de A-Agosto de… 1958…
- Muito bem.
De súbito, senti uma mão agarrar na minha blusa e a rasgá-la, revelando os meus seios cobertos por um soutien de seda rosa.
- O que…! O que estão a fazer? – gritei… e senti o sangue na boca ao ser brutalmente esbofeteada.
- Silêncio! Apenas estás autorizada a falar para responderes às nossas perguntas! – gritou o soldado que me agredira.
Chorando, a cuspir sangue no chão, levantei o olhar novamente, olhando para a sombra que se encontrava perto de mim.
- Sra. Ivanova, como já lhe dissemos, temos provas de que a senhora está envolvida em actividades subversivas contra o regime. Para além disso, o seu antigo colega Boris Malafeev, durante o seu interrogatório, mencionou a sua presença durante alguns dos ataques terroristas. O que nós pretendemos é simples. Confesse os seus crimes, quem está por detrás dos mesmos e a localização do quartel-general da resistência, e será libertada e perdoada. Caso contrário… teremos de tomar medidas mais severas.
Não consegui dizer nada – o meu terror havia degenerado num estado de quasi-pânico.
- Sra. Ivanova, temos maneiras de a fazer falar, e fomos autorizados a utilizar todas as armas ao nosso alcance para fazê-la falar, assim como aos seus colegas. Por isso, faça-nos um favor, e diga-nos o que queremos saber.
Aquela última frase fora dita com um tom quase gentil, mas eu sabia que não poderia confiar nas suas promessas vazias, depois deles terem morto tantos amigos meus – alguns deles inocentes… Eventualmente, lá consegui responder.
- Eu… eu não sei ao… ao que se referem… – sussurrei, ainda com lágrimas a correrem-me pela cara abaixo – Sou apenas uma dona-de-casa…
- Mentiras. – a voz rugiu – Igor, podes avançar.
A figura perto de mim moveu-se… e, antes que eu pudesse reagir, arrancou-me o soutien do corpo, expondo o meu peito aos meus captores. Enquanto eu chorava de vergonha, senti algo a apertar-me os mamilos. Tratava-se de um par de molas metálicas, de onde saíam fios eléctricos. A coisa não tinha bom aspecto…
- Ela está pronta, meu Major. – o soldado anunciou.
Então… gritei o mais que pude quando os meus mamilos foram invadidos por um choque eléctrico de proporções brutais, que de seguida alastrou para o resto do meu corpo. A dor era absolutamente excruciante…
- Então, Sra. Ivanova, aproveitou para refrescar a memória? – a voz neutral perguntou, quando o choque eléctrico parou – e quase imaginei a pessoa por detrás daquele microfone a sorrir…
- P-por favor… E-eu estou a dizer a verdade, não tenho relações com a resistência…
O segundo choque conseguiu ser ainda mais brutal que o primeiro: mais forte e mais prolongado. Toda eu tremia, ao sentir um nível de dor que nunca julgara ser possível existir.
Quando, misericordiosamente, a corrente foi cortada, quase caí no chão, sendo apenas detida pelas minhas algemas.
- Toda a gente tem um ponto de ruptura, Sra. Ivanova, e nós chegaremos ao seu, não importa quanto tempo leve. Vai confessar?
Apesar de estar a sofrer terrivelmente, sentia que tinha de proteger os meus camaradas. Assim, tentei pôr-me de pé.
- E-eu acho que vocês têm a Galina Ivanova errada… Não conheço nenhum Boris Malafeev, nunca estive envolvida em qualquer actividade contra vocês… por favor, vocês têm de acreditar em mim! – tentei soar o mais inocente possível. Infelizmente, ninguém acreditou em mim.
O terceiro choque foi tão forte que me fez perder os sentidos.

Quando recuperei os sentidos, estava numa posição completamente diferente: estava deitada no chão, com as mãos firmemente amarradas atrás das costas, com mais cordas a prenderem-me os braços junto ao corpo, apertando os meus seios, e um laço bem apertado à volta do pescoço. O meu tornozelo esquerdo havia sido atado ao meu joelho direito, e vice-versa, e a minha saia, cuecas e sapatos haviam desaparecido.
A luz havia mudado também, com algumas luzes brancas no tecto, libertando uma luz algo difusa. Essa iluminação permitiu-me vislumbrar os dois soldados que estavam em sentido à minha frente, de metralhadora ao ombro.
A custo, consegui ver os meus mamilos: ainda tinham as molas a apertá-los, e os fios delas, podia ver agora, estavam ligados a uma caixa escura com botões. Haviam mais três fios, e dois deles pareciam dirigir-se para o meu baixo-ventre. E, agora que pensava nisso, parecia-me sentir algo dentro da minha vagina e do meu rabo.
- Bom dia, Sra. Ivanova. – ouvi uma voz feminina - Estava a ver que nunca mais irias acordar.
Tentei olhar na direcção daquela voz, e os meus olhos vislumbraram uma mulher num uniforme verde. Parecia ter uma cara agradável, com olhos acinzentados, um nariz pequeno e lábios estreitos. À medida que se aproximou de mim, pude ver o seu longo cabelo escuro preso num rabo-de-cavalo, e que as suas longas pernas estavam envoltas em nylon.
- Então, Sra. Ivanova, já vi que não estás com muita vontade de falar connosco, pois não? – ela disse, com um sorriso nos lábios. Ela tinha uma voz agradável… e entristeceu-me pensar em como uma rapariga de bom aspecto e educada como aquela, podia estar envolvida com aqueles selvagens que me haviam capturado.
- Eu n-não sei que poderei dizer, Madame… – gaguejei – Eu estou inocente!
- Eu sei que sim. – a mulher (ou rapariga, pois não aparentava ser muito mais velha que eu) declarou, com genuína preocupação estampada no seu olhar. Ela parou perto da minha cabeça, e ajoelhou-se perto dela. A sua mão tocou na pele do meu rosto e acariciou-me a cara.
- Oh, onde estão as minhas maneiras… esqueci-me completamente de me apresentar, mais aos meus homens. Estes dois, – e apontou para os soldados – um dos quais tu já conheces, são o Igor e o Mihkail. Eu sou a Major Irina Zhukova.
“Irina Zhukova”. Quando essas duas palavras deixaram a sua boca, senti mais um ataque de pânico. Aquela mulher tinha a reputação de ser uma das interrogadoras mais duras dos Serviços Secretos da polícia do estado. Os poucos membros do nosso grupo que haviam sobrevivido aos seus interrogatórios haviam dito que ela era malévola e sem escrúpulos – apesar de parecer sempre educada e amigável – conseguindo mesmo chegar ao ponto de cortar membros para conseguir confissões.
Ela deve ter reparado nalguma reacção na minha cara, porque se apressou logo a acrescentar:
- Bem, pela tua reacção, minha querida, vejo que já deves ter ouvido falar de mim… Tudo rumores e calúnias, asseguro-te. Na verdade, eu sou bastante sociável.
Os dois soldados riram-se.
- O… o que quer de mim? – gritei.
- Oh, minha querida Galina… importas-te se te tratar por ‘Galina’? – Irina continuou, com um tom sedutor, enquanto a sua mão me tocou no rosto – É um nome bonito…
Fiquei paralisada de terror. Uma das pessoas mais impiedosas do país, com maior fama de carniceira, estava a tocar-me na face, a afagar-me a pele, quase como se fôssemos amantes… e para confirmar aquele sentimento, ela sentou-se em cima de mim, comigo entre as suas pernas, e as nossas faces muito próximas.
- P-por favor, Senhora… o-o que deseja de mim? – repeti.
- O que eu quero, Galina? – Irina riu-se – Bom, para ser honesta, aqueles homens ali – e apontou para os soldados – deixaram-me bastante claro que querem saber em que acções subversivas estiveste envolvida, quem estava lá contigo, e onde se situa o vosso quartel-general. E eu não quero desobedecer às ordens dos nossos bem-amados soldados… por isso, Galina, vais-me dizer?
O seu tom de voz era bastante calmo, amigável, até, e eu começava a perceber o porquê dela ser uma das melhores interrogadoras da Secreta. E, se não se prestasse atenção às suas palavras, poder-se-ia pensar que ela era uma pessoa bastante bondosa e querida – o que era uma tremenda mentira.
- Mas… mas a senhora disse que acreditava em mim!
- Bom, eu acredito, mas eles não. – e, mais uma vez, Irina apontou para os soldados – E, infelizmente, eu confio mais neles do que em ti… Portanto, Galina, vais-me dizer o que eles querem saber?
Fechei os olhos, começando a chorar.
- E-eu não sei n-nada!!
A mulher suspirou, desapontada.
- Galina, Galina, Galina… colocas-me numa situação muito delicada. É que eu não te quero magoar, de todo… mas os soldados querem respostas, e querem-nas rapidamente. Para além do mais, eles acham que tu não tens sido honesta. E, por isso, eles ordenaram-me para te magoar, caso não queiras falar. Consegues entender-me, Galina? Eles querem magoar-te muito, caso não queiras confessar.
Ainda a chorar, abanei a cabeça.
- Sou inocente…
Irina levantou-se.
- Eu tentei, Galina. A sério, dei o meu melhor. O que acontecer daqui para diante… está fora do meu controlo. – declarou, com uma resignação aparente na voz. A sua mão agarrou algo perto da caixa eléctrica e mostrou-me uma peça de borracha qualquer, que me enfiou na boca, impedindo-me de falar.
Depois, a sua mão aproximou-se da caixa… e eu contorci-me de dor ao sentir nova descarga eléctrica a percorrer o meu corpo. Era impossível determinar qual tinha sido o ponto de entrada…
O choque parou quando eu senti que o meu coração estava prestes a explodir. Não me conseguia mexer, e os meus ouvidos ainda estavam a zunir, ao passo que o meu coração batia descontroladamente.
- Então, Galina, que dizes? Acabamos com isto?
Acenei, recomeçando a chorar.
- Então diz-me o que fizeste e com quem. Por favor, Galina… – a mão de Irina passou pelo meu cabelo, e, depois disso, retirou-me a mordaça.
- N-não p-posso! N-não esta-ava l-lá! – a minha língua tropeçava em todas as palavras que eu dizia.
Ela abanou a cabeça. Depois, a sua cabeça virou-se para os soldados.
- Ela não pode levar mais choques, senão arriscamo-nos a matá-la. Tirem-lhe os fios.
- Mas… – Mikhail começou a objectar.
- Fá-lo, soldado. – Irina reforçou a palavra ‘soldado’.
- Sim, meu Major.
O soldado aproximou-se de mim e começou a remover as molas e as coisas que tinha dentro de mim. Ele foi algo bruto, e magoou-me algumas vezes… claramente, não tinham respeito pelos prisioneiros. Quando acabou, levantou-se, e encarou Irina.
- E agora, meu Major?
- Vai ao meu gabinete e traz a mala verde que lá deixei.
- Sim, meu Major. – virou-se e saiu, deixando-nos sozinhas, com Igor.
Entretanto, Irina aproximou-se de mim novamente e ajoelhou-se perto de mim.
- Galina, querida… ainda não é tarde demais para falares comigo. Diz-me o que quero saber – digo, o que a polícia quer saber – e estás fora daqui. Tão simples como isso. Prometo-te.
Tantas promessas em vão… eu desejava ter pensado numa boa resposta, mas os choques eléctricos haviam minado o meu espírito. Em vez disso, apenas disse:
- Vá p’ró Inferno.
Irina não pareceu desagradada: ao invés, o seu rosto reflectia pena.
- Lamento realmente ouvir-te tão magoada, minha querida Galina…
Mikhail reapareceu, trazendo consigo uma mala esverdeada, de couro, que ele prontamente entregou à interrogadora. De lá, ela retirou uma seringa e um frasquinho que continha um líquido verde.
- Obrigado, Mikhail. – agradeceu Irina, enquanto enchia a seringa com aquele líquido.
- O-o que é isso? – perguntei, a tremer, quando ela me injectou aquele líquido verde no braço.
- Logo vais ver.
Colocou a seringa vazia perto do meu braço, e voltou a remexer na mala, retirando coisas e deixando-as perto de mim. Molas, fita adesiva, um par de ratoeiras… ver aqueles objectos deixou-me em pânico. O que planeava ela fazer?
O seu propósito foi claro, momentos depois, quando ela começou a colocar aquelas molas nos meus seios. A dor que sentia era intensíssima… mas já havia sentido pior. Porém, não consegui suster um berro dolorido quando senti uma ratoeira a prender-me um dos meus lábios vaginais e a ser colada à minha perna por intermédio da fita adesiva… e o mesmo se passou com o outro lábio. Estava perfeitamente exposta para aqueles estranhos… que estaria nos seus planos?
- Galina… importas-te se falarmos um bocadinho? – Irina perguntou, momentos depois, num tom alegre.
Encolhi os ombros, tentando não dar parte de fraca.
- Gostas de homens?
Olhei para ela, estupefacta. Que raio de pergunta era aquela?
- Não é muito educado calares-te depois de alguém te fazer uma pergunta… – ela abanou o dedo indicador à minha frente, desaprovadoramente.
- Uh… Sim, senhora, gosto. – estranhamente, por aquela altura, as molas e as ratoeiras não me estavam a causar muita dor…
- Oh, credo, chama-me ‘Irina’. – riu-se – O que achas do Igor? – e a sua mão apontou para o soldado que ainda não havia mexido um músculo desde que eu havia acordado no chão.
- Eh, bom… – gaguejei, sem saber o que dizer – ele é bonito. – o que era verdade, porque Igor era alto, louro, tinha um físico invejável, uns olhos azuis lindíssimos e um rosto bastante agradável.
- Nem sabes, sequer, metade da missa. – Irina sorriu – Igor, baixa as calças e mostra-lhe a tua ferramenta.
Sob o meu olhar espantado, Igor bateu uma continência, colocou a espingarda no chão, desapertou o cinto e baixou as calças e a roupa interior… revelando o maior pénis que eu alguma vez vira. Tinha alguns 25 cm de comprimento – mais ou menos – e era inacreditavelmente largo!
- Sabes, minha querida, – continuou Irina – eu gosto de ti. Bastante, para ser honesta. E eu gostava de te dar algo que possas gostar, para compensar daquela questão dos choques… e aqui o Igor vai ter um papel bastante fundamental na nossa relação, a partir de agora. Portanto, vou deixar-te gozar o seu belo órgão.
Solucei, aflita. Eu não o podia acolher em mim, ele era demasiado grande para a minha vulva!
- Mas… mas… ele é demasiado largo para mim, Senhora! – gemi.
- Irina! – corrigiu-me ela – Não digas disparates, vais adorá-lo. – levantou-se e virou-se para o seu soldado – Toma-a.
- Com prazer, meu Major.
Tentei recuar, proteger-me, mas as cordas que me prendiam estavam demasiado apertadas: não me deixavam mover minimamente. Ele ajoelhou-se em frente às minhas pernas abertas, o seu órgão massivo bem erecto, a aproximar-se da minha ratinha completamente desprotegida e aberta…
Igor não foi bruto – o seu pénis entrou em mim lentamente – mas, ainda assim, senti-me muito pouco à vontade. As primeiras vezes que o senti a avançar em mim foram estupidamente dolorosas, juntando às ratoeiras que mantinham os meus lábios bem abertos, e senti as lágrimas a inundarem-me os olhos. Mas, à medida que as investidas aumentavam de velocidade, comecei a deixar de sentir qualquer espécie de dor, sendo a mesma substituída por prazer… Abri os olhos e vi o rosto de Irina a milímetros do meu.
- Oh, Galina, é bom, não é? – sorriu maldosamente – Para ser honesta, não consigo passar um dia sem o montar pelo menos uma vez.
Os meus gemidos e suspiros foram subitamente calados quando ela cobriu os meus lábios com os seus, quando a sua língua invadiu a minha boca, quando ela me beijou. Tentei lutar contra ela, mas ela segurou firmemente na minha cabeça, até que eu não tive outra opção senão render-me e aceitar o seu beijo. Então, comecei a sentir um orgasmo enorme em formação. Mas como seria possível?! Estava a ser praticamente violada, a ser beijada por uma mulher – e, apesar disso, estava a sentir um prazer enorme em estar ali, a saborear aquele enorme órgão a penetrar-me e os lábios duma das piores mulheres do país! Só podia estar relacionado com aquela injecção…
- Oh, Galina, - Irina sussurrou, entre beijos – eu sabia que serias uma mulher muito saborosa…
Igor continuava a penetrar-me, e tudo aquilo era delicioso: esperei pelo inevitável orgasmo… mas este não aconteceu, apesar de tentar bastante. Tentei uma e outra vez, e nunca tive alívio. O que se estava a passar?! Irina deve ter visto a confusão no meu rosto, porque os seus beijos cessaram.
- Estás confusa, não estás? Estás a pensar em como é possível estares a ser penetrada pela pila enorme do Igor, estás tão perto de te vir, sem o conseguires fazer, certo?
Acenei veementemente.
- Bom, lembras-te daquela injecção de há pouco? É uma droga bastante interessante, fruto de bastantes investigações. Potencia as capacidades de uma pessoa – tanto homem como mulher – se sentir excitada com qualquer coisa (mesmo uma grande dose de dor), mas sem permitir que essa mesma pessoa consiga atingir o êxtase. Por outras palavras, sentes-te muito mais depressa com vontade de te vires, mas sem a possibilidade de o fazeres. A tua única hipótese de, heh, alívio, é um outro frasquinho que também está dentro da minha mala, que contém o antídoto. O problema, Galina… é que só to vou injectar quando me disseres o que quero ouvir: a localização da vossa sede, nomes doutros colegas teus envolvidos nas mesmas actividades que tu, e os vossos planos futuros. Então, Galina, que te parece?
Não conseguia acreditar no paleio daquela mulher. O produto que ela mencionava não podia existir, não podia!
- Mad… Irina, p-por favor… não sei o que lhe dizer, n-não posso dizer o que não sei… – gemi, enquanto continuava a tentar atingir o orgasmo. Em vão.
Irina abanou a cabeça.
- Igor, pára.
- Sim, meu Major – ele respondeu, como um bom soldado, enquanto retirava o seu órgão de dentro de mim. Comecei a tremer de excitação ao senti-lo sair de dentro de mim, e quase que implorei para que ele me continuasse a comer… mas detive-me a tempo, e abanei a cabeça. O que se estava a passar comigo?! Então, Irina tirou o soldado do caminho e ajoelhou-se à frente das minhas pernas abertas e da minha vulva totalmente exposta. Segurava na sua mão uma pena.
- Vamos ver se te consigo ajudar a não vir. – anunciou ela, brincando com a pena – Ah, e Igor… sabes o que fazer.
- Sim, meu Major.
Igor, o soldado, ajoelhou-se atrás de Irina, levantou-lhe a saia e baixou-lhe as cuecas; a seguir, a interrogadora soltou um gemido fraco e fez uma careta quando Igor entrou nela.
- Ele é tão saboroso após a primeira inserção, não é? Depois ainda se admiram porque o tenho eu comigo…
A pena aproximou-se dos meus lábios seguros pelo arame da ratoeira, e começou a passear por eles – e imediatamente, senti-me de novo à beira do êxtase… mas não o conseguia atingir! Era quase como se estivesse a tentar passar por cima duma parede, e o meu pé estivesse sempre a escorregar-me… e aquela pena estava a ajudar-me a escorregar ainda mais vezes.
- Ooooh, Igor, sim, não pares!! – Irina gritou, olhando para o seu soldado, depois encarou-me – Então, Galina, pronta a dizer-me qualquer coisa?
- NÃÃÃÃÃO!!! – gritei, cheia de raiva, após mais uma tentativa falhada para atingir o meu clímax – e estava a chegar ao ponto em que a minha vagina começava a doer, principalmente por não conseguir ter o orgasmo.
Ela não respondeu; em vez disso, a sua pena passou a entrar um pouquinho na minha vagina, enquanto eu comecei a bater com a cabeça contra o chão. Era de loucos, sentir aquela pena ser esfregada pelas minhas paredes vaginais, enviando ainda mais boas vibrações pelo meu corpo – e trazendo-me cada vez mais perto do desespero.
Então, um polegar carregou e penetrou o meu esfíncter anal. Gritei, surpresa, magoada… e excitada. Continuei a bater com a cabeça no chão, impotente para me conseguir libertar, impotente para conseguir libertar aquele gigantesco orgasmo que queria tanto sair – e já começava a alucinar, a ver manchas pretas no tecto…
- Oh, meu Deus… – Irina gritou, também, quando, ao contrário de mim, ela não teve problemas em atingir o orgasmo. Ela enfiou-me outro dedo no ânus, e eu pensei que ia morrer logo ali. Conseguia sentir o sangue a ser bombeado pelo meu corpo a uma velocidade supersónica, a dor no meu baixo-ventre, a pena a fazer o seu trabalho, a pulsação na minha ratinha, e eu sabia que, caso não atingisse o êxtase nos momentos seguintes, eu ia explodir, ou algo do género.
- Galina, por favor, por tudo o te seja mais querido, diz que sim, diz que confessas, e eu dou-te o que mais queres e desejas. Por favor, minha querida… não consegues ver que não tens outra solução?
Ela tinha razão, e eu sabia-o: havia chegado ao meu ponto de rotura. Não conseguia aguentar mais daquilo, e eu faria qualquer coisa para fazer aquela tortura parar – até mesmo trair os meus colegas. Assim, a chorar, gritei:
- SIIIIIIM!!! SIM!! SIM!! POR FAVOR!!!
Ela levantou-se – após fazer com que Igor saísse de dentro dela – agarrou na mala esverdeada e retirou de lá a seringa e outro frasquinho, desta feita com um líquido de cor azul. Irina encheu a seringa e injectou-me no mesmo braço de antes. E, momentos depois…
O efeito daquela injecção em mim foi como o das águas duma barragem após o muro ter sido destruído. Quase perdi o resto da minha sanidade mental, com as minhas glândulas adrenais a gerarem adrenalina suficiente para eu ter uma overdose, com a minha rata a ser completamente possuída pela dor de expelir uma quantidade enorme de fluidos… os meus sentidos haviam sido dominados pelo que se passava entre as minhas pernas: todo o meu ‘eu’ estava centrado na minha rata, no alívio, no orgasmo que Irina me havia proporcionado.
Não sei quanto tempo durou aquele super-orgasmo, mas foi bastante tempo. E, quando, finalmente, consegui recuperar o controlo do meu corpo, vi Irina, Igor – já vestido – e Mikhail a olharem para mim, comigo a seus pés.
- Então, Galina, estás satisfeita? – perguntou Irina.
Fiz que sim com a cabeça, envergonhada.
- Sim, Irina, estou…
Ela sorriu.
- Óptimo.
Vi-a mexer de novo na seringa, pegando novamente no frasco de líquido esverdeado; para meu horror, ela encheu a seringa novamente.
- Isso quer dizer que podemos recomeçar. – acrescentou ela com um sorriso nada amigável.
- Mas… mas… eu disse que confessava! – gritei, entrando novamente em pânico.
- Pois disseste. Mas nada como ter realmente a certeza… e, de qualquer modo, a noite ainda é uma criança, e nenhum de nós tem mais nada para fazer…
Não consegui suster um soluço quando a agulha penetrou novamente o meu braço.

Quando a noite acabou, estava quase morta: Irina havia-me praticamente drenado de todos os meus fluidos – para além de ter arrancado de mim todos os nomes dos meus colegas da resistência.

1 comentário:

  1. Hà muito que não lia os teus fabulosos textos e confesso que jà estava com saudades de os ler...
    Este é de facto inédito, diferente... é interessante até onde vai a tua imaginação ;)
    Gostei Querido :*

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