segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O fim da obsessão

continuação...

Olhei pelo olho da porta e vi uma morena que envergava um sobretudo preto. A cara era-me desconhecida, apesar de me fazer lembrar alguém conhecido… mas não me conseguia lembrar quem.
Abri a porta.
- Sim?
- Boa tarde. Eu sou Miss Anna. – disse, com um sorriso nos lábios negros. Para além dos lábios, o resto da maquilhagem era preta, também; tinha também botas pretas, e tinha as mãos enfiadas nos bolsos.
Subitamente, uma segunda rapariga apareceu a seu lado.
- E eu sou Lady Hannah.
Tive de piscar os meus olhos umas quantas vezes. Meu Deus, elas eram exactamente iguais! O mesmo tipo de cabelo, a mesma cara, a mesma maquilhagem, as mesmas roupas, até a mesma voz… tinham de ser gémeas!

 
Enquanto eu olhava para elas com admiração, elas entraram em minha casa, agarrando-me nos braços e levando-me com elas.
- O que… quem são vocês?
Nenhuma me respondeu. Em vez disso, revistaram o meu robe, retirando do bolso a chave da minha capela; destrancaram a porta e abriram-na, levando-me lá para dentro e atirando-me sem cerimónia para o chão.
- Ora, ora, ora… eu sabia que tu eras maluca, mas isto supera até as minhas mais insanas expectativas. – uma delas declarou, olhando em volta.
- Ainda bem que aqui estamos, temos de parar isto quanto antes. – a outra acrescentou.
- Do que estão vocês a falar?! – gritei, desesperada, quando senti uma bota a pisar-me a cabeça.
- Cala-te, vaca!
Uma delas ajoelhou-se perto da minha cabeça.
- Sabemos das cartas que lhe tens enviado. – e apontou para Ele – Sabemos do amor que nutres por ele… e decidimos que tinhamos de fazer alguma coisa a esse respeito.
- Que querem dizer? Quem são vocês??
A que se havia ajoelhado perto de me esfregou o seu braço – coberto por borracha – na minha barriga e enlaçou-me.
- Somos o teu pior pesadelo… e, hoje, nós vamos possuir-te, sua vaca. – sussurrou-me ao ouvido.
Então, ela libertou-me. Virei-me, de costas para o chão, e vi-as a despirem os sobretudos… e o que vi deu-me arrepios. Como já tinha referido, elas estavam vestidas exactamente da mesma maneira: coleiras pretas com tachas à volta dos seus pescoços, longas luvas de látex, bodies de cabedal que deixavam os seus seios à mostra – mostrando os seus mamilos cobertos por… qualquer coisa metálica – collants rendados e botas altas, com salto-agulha metálico. Elas pareciam extremamente pálidas, como se fossem góticas, e tinham as pálpebras e lábios pintados de negro, assim como as suas finíssimas sobrancelhas, enquanto os seus intensos e vivos olhos verdes nunca abandonavam o meu corpo. Senti mais um arrepio de medo.
Uma mão agarrou-me pelo meu cabelo louro e puxou-me até eu ficar de pé, enquanto as lágrimas me brotavam dos olhos. Então, os meus seios foram apalpados até à exaustão, enquanto as minhas nádegas sofreram o mesmo tratamento.
- Vocês não podem fazer isto! Eu…
Fui detida quando Lady Hannah, ou Miss Anna – era-me impossível distinguir as duas – me cuspiu na cara.
- Mas estás errada, vaca. Nós podemos fazer tudo o que quisermos. – disse, rasgando o meu soutien e expondo os meus seios pequenos.
- Bom, que seios tão pequenos para uma vaca tão grande…
- Realmente, Lady Hannah. – respondeu a outra mulher, Miss Anna – Acho que vou ver se as consigo fazer crescer mais um bocadinho…
Dito isto, ela começou a lamber-me os seios, e senti um piercing contra a minha pele suave. Gemi ao sentir uma mão apalpar-me o baixo ventre e penetrar a minha vulva, rasgando a minha tanga. Meu Deus, elas haviam destruído as minhas peças de lingerie favoritas… as que eu tinha para Ele.
Mais uma língua me estava a lamber – o meu pescoço, desta feita – e mais uma vez senti o frio dum piercing de metal sendo esfregado contra a minha pele.
Miss Anna mordeu o meu mamilo, fazendo-me gritar; imediatamente, uma mão tapou-me a boca.
- Cala-te, cabra! Não te serve de nada gritares, ninguém te vai ouvir… – gritou Lady Hannah, quando eu comecei a soluçar. Elas iam abusar de mim, e ninguém iria impedi-las! Então, Miss Anna largou os meus seios e desapareceu da minha visão, então os dedos de Lady Hannah continuaram a penetrar-me; ela regressou alguns instantes depois para cobrir a minha boca com fita-cola, deixando-me a sofrer silenciosamente nas garras daqueles dois demónios. Ela utilizou a mesma fita-cola nos meus pulsos, prendendo-os um ao outro.
- Antes de mais, temos uma coisinha para fazer, antes de passarmos à parte mais interessante. – declarou Lady Hannah, agarrando-me pelo pescoço e atirando-me para uma cadeira. E, enquanto ela retirava uma máquina fotográfica dum dos bolsos do seu sobretudo, Miss Anna sentou-se ao meu colo, beijando-me. Comecei a ouvir a sua gémea a fotografar-nos – fazendo os possíveis para captar a minha cara. Uns instantes depois, Miss Anna partiu em direcção à minha cozinha, enquanto Lady Hannah continuou a capturar o meu corpo nu, apesar dos meus esforços para esconder os meus seios e a minha vulva.
Quando Miss Anna reapareceu com um grande pepino nas suas mãos, quase entrei em pânico.
- Olha o que eu fui encontrar… estamos mesmo na altura certa para brincadeiras com vegetais… – ela riu-se – Afinal de contas, alguém que adora ser amarrada e amordaçada, que adora ser dominada por mulheres, que não tem problemas com o seu corpo e em ser fotografada sem roupas, de certeza que tem um fétiche com vegetais…
Protestei o máximo que consegui, apesar da fita na minha boca, e levantei-me da cadeira, mas uma mão no meu ombro fez-me regressar à cadeira.
- Senta!! – uma delas gritou.
Miss Anna prendeu as minhas pernas às pernas da cadeira com a mesma fita-cola, de forma a que ambas pudessem ver a minha ratinha. Ela ajoelhou-se à minha frente, o pepino nas suas mãos, e, sem grande complacência, forcou-o a penetrar nos meus lábios vaginais, enquanto eu gritava e gemia de dor. Elas estavam-me a violar com um pepino! Lady Hannah estava a adorar, e a sua máquina voltou a fotografar-me, enquanto a sua outra mão esfregava o seu baixo-ventre. Isto não me podia estar a acontecer, tinha de ser um pesadelo!!
Quando, finalmente, Lady Hannah se fartou de tirar fotografias, ela colocou a máquina no chão, aproximou-se de mim, retirou a fita que me prendia à cadeira e forçou-me a levantar-me, ainda com o pepino enfiado em mim.
- Agora que o nosso trabalho está feito, é altura de te transformar num brinquedo… no nosso brinquedinho. – e, enquanto uma delas agarrava no vegetal que eu tinha em mim e começava a penetrar-me com ele, sem grande delicadeza, a outra agarrou-me por trás e começou a torcer-me os mamilos, a puxá-los, quase arrancando-os do meu corpo. Gritei e debati-me, tentando, de alguma forma, aliviar a dor que estava a ser-me inflingida, ou escapar áqueles dois demónios… mas não haveria alívio para mim.
Então, senti uma mordidela no meu ombro, e gemi, amedrontada, ao ver uma gota de sangue a correr pela minha pele abaixo. Olhei para a rapariga atrás de mim, a que me havia mordido, e ela tinha uma leve mancha de sangue no canto da boca, que ela lambeu imediatamente. Apenas nessa altura reparei nos seus longos e afiados caninos.
- Até sabe como uma vaca. – murmurou, enquanto a outra mulher deu uma gargalhada – e aquela gargalhada provocou-me mais um arrepio. Toda a situação era bastante arrepiante, mesmo. Que raio de mulheres eram aquelas? Ou será que elas nem sequer eram mulheres, para começar? E, para demonstrar isso, a sua companheira lambeu o meu ombro, provando o meu sangue e acenando afirmativamente.
Os meus mamilos estavam tão doridos que eu já não os conseguia sentir. E eles continuavam a ser puxados e puxados, torturados para além da compreensão: por vezes, aquele demónio apertava-os entre os seus dedos, outras vezes limitava-se a puxá-los, e outras vezes ela deixava a sua parceira morder-lhes, ou no resto dos meus seios. Quando ela se cansou deles, ela começou a beijar os meus lábios vaginais, lambendo à volta do pepino – às vezes dando pequenas mordidelas nos meus lábios…
Subitamente, o pepino foi removido da minha ratinha, e a mulher que o segurava começou a lambê-lo, provando os fluidos que eu tinha lá deixado.
- Hmm, Anna, tu tens de provar isto… – e ela deu à sua colega o vegetal. Miss Anna agarrou-o e esfregou a sua língua perfurada pela sua superfície.
- Tens razão, isto é delicioso! Tenho de dar a mão à palmatória, minha querida, ela é uma grande vaca, de facto… – ela agarrou o meu queixo – Fala como uma vaca.
Miss Anna viu a incompreensão que invadiu a minha cara e repetiu a ordem.
- Fala como uma vaca para mim, puta. Faz ‘muu’.
Abanei a cabeça veementemente, furiosa, mas detive-me ao ser esbofeteada duas vezes.
- Fá-lo. – repetiu.
Com as lágrimas a correrem-me pela cara abaixo, acabei por obedecer e mugir o melhor que pude, apesar da fita adesiva que tinha na boca, o que pareceu agradar-lhes bastante.
- Ela é perfeita… quem me dera poder mantê-la como nosso animal de estimação. – Miss Anna declarou.
- Pois, era bom… mas ele nunca o permitiria. – foi a resposta lacónica.
- Pois, é pena.
De súbito, fui atirada ao chão, sem grande respeito pela minha integridade física: acabei por cair sobre a minha anca, magoando-a. Lady Hannah – acho eu – tinha uma faca na mão, e cortou a fita que prendia os meus pulsos. No entanto, o meu alívio foi sol de pouca dura, porque Miss Anna tinha novamente o rolo de fita adesiva nas mãos, e, desta vez, prendeu o meu pulso esquerdo ao meu tornozelo esquerdo, e a mesma coisa para o meu lado direito. Deixaram-me de barriga para baixo, com o meu rabo espetado no ar. Então, mais um pedaço de fita foi colocado sobre os meus olhos.
- É altura do grande final.
Qualquer coisa foi empurrada pelo meu rabo dentro, algo comprido e largo, magoando-me bastante. No entanto, não era o pepino, visto aquela coisa ser suave e aparentar ser sintética. Elas enfiaram-no e retiraram-no, vezes sem conta, penetrando-me analmente, rindo às gargalhadas enquanto elas penetravam, da mesma forma, a minha vulva com um objecto semelhante.
- Bem…! Parece que ela adora ser comida pelos dois lados…
Não sei porque é que ela – quem quer que ela fosse – disse aquilo, mas eu, de certeza absoluta, não estava a adorar aquilo: estava a chorar copiosamente, a sentir as minhas partes privadas como se estivessem a arder. Não sei com o que elas me estavam a penetrar, mas ela com coisas que, definitivamente, eram demasiado grandes e largas para os meus buracos… e, sabe-se lá, poderiam deixar marcas permanences.
Elas penetraram-me durante bastante tempo, aqui e ali com uma delas a gemer de prazer – elas, provavelmente, estariam a divertir-se, a penetrarem-se a elas mesmas e a mim ao mesmo tempo, sei lá. Se elas estavam à espera que eu sentisse prazer e me viesse, elas ficariam desapontadas… mas eu não acho que aquelas cabras sadistas estivessem à procura disso. Elas esbofetearam as minhas nádegas vezes sem conta, espetaram os seus saltos no meu corpo, sempre a rir-se – um riso que me fazia lembrar de vidros a partir-se.
- Acho que vou mesmo perguntar-lhe se ele nos deixa levar um animal de estimação para casa…
Estava a morrer para saber a quem elas se estariam a referir… poderia ser Ele?
- Bom, podemos sempre tentar… mas tenho a certeza de que ele vai dizer que não.
- É uma pena desperdiçar-se esta vaca… ai, amor, sabe tão bem fodê-la…
- Mesmo a sério! É disso que eu estou a falar, querida…
Então, uma pausa, e, de súbito, os dois falos saíram do meu corpo. Meu Deus, o quão doridos estavam os meus buracos… não conseguia parar de chorar. Subitamente, elas enfiaram mais um dildo, desta feita, mais fino, na minha vulva, e outro no meu rabo – ou era um dildo de duas pontas, não sei.
- Agora ouve-me bem, vaca. – uma das mulheres ajoelhou-se perto da minha cara (pelo menos deu essa sensação, pela proximidade da minha voz), enquanto eu ouvia mais clicks da máquina fotográfica – Tu vais parar com este disparate. Vais parar com a devoção a este homem, com as perseguições, com a recolha de souvenirs, com as cartas… porque, se isto continuar, tenho a certeza que algumas pessoas irão gostar de ver as fotos que o meu amor te tirou, contigo nua, com um pepino enfiado na cona, a foder com mulheres… e mais umas coisas. Entendeste?
A tremer, acenei. Se alguém me visse assim, de certeza absoluta, que perderia o meu emprego… pelo menos.
- E, para garantir que não regressas aos teus velhos costumes, nós vamos-te vigiar… e vamos levar toda esta merda daqui para fora.
Gritei. Elas iam-me levar as coisas mais preciosas que eu possuía! As coisas que me faziam lembrar d’Ele! Lutei contra a fita adesiva que me prendia os movimentos, em vão; e senti uma bota a empurrar ainda mais para dentro os dildos.
- Pára quieta, vaca! – e, assim, elas deixaram-me.
Durante largos tempos ouvi-as a saquearem a minha capela, a despojarem-me dos meus souvenirs, depois de o terem feito com a minha dignidade; então, elas saíram da minha casa, deixando-me nua, vendada, amordaçada, de pernas abertas, de rabo no ar, penetrada e humilhada no meio do chão, a chorar como uma madalena.

- Onde é que vocês andaram? – perguntou Carlos, depois de entrar na sala.
- Oh, em lado nenhum. – riu-se Ana.
O jovem levantou uma sobrancelha.
- O que é que vocês já andaram a aprontar?
As duas raparigas estavam vestidas de modo casual – de calções de ganga rasgados e tops – e pareciam tão normais como de costume. No entanto, algo não batia certo.
- Bom, se realmente queres saber… estivemos a tratar de assuntos importantes.
- Quão importantes?
- Bom… – começou Ana, mas permitiu que a sua irmã continuasse.
- Bem, digamos que aquelas malditas cartas da fanática não vão chatear mais. – e sorriu, mostrando os seus longos caninos.
- Mas que raio se passou com os teus dentes?
- Com os meus… oh. – Andreia abriu a boca e retirou os seus caninos pontiagudos, revelando uma dentição normal – É só porcelana colada aos meus caninos… dá-me um ar mais fatal.
- E vampírico, também. – acrescentou Ana, também a retirar os seus dentes falsos.
- Sabem que mais? Não quero saber o que se passou. Só de pensar nas doidices que vocês duas são capazes de aprontar juntas me dá arrepios… eu só perguntei mesmo porque fui encontrar ao pé da piscina um boneco que me retratava ao pormenor. Onde é que vocês foram buscar aquilo, ao Madame Tussauds? Nem sequer sabia que já me tinham imortalizado…
- Oh, é só um souvenir duma fã. – declarou Andreia. As duas irmãs entreolharam-se e desmancharam-se a rir.
- Ah… boa. – Carlos deu meia-volta, mas voltou-se novamente para elas – ‘pera lá, ‘pera lá… duma fã? Que é que tu tinhas dito há bocado das cartas da fanática… Mau, o boneco era dela? Vocês conheceram-na?? – Carlos coçava a cabeça, completamente perdido.
- Sim, conhecemo-la. – Ana sorriu – Não te preocupes, ela não nos chateará mais. – e, dito isto, aproximou-se do seu marido e beijou-o apaixonadamente.

(história seguinte)

1 comentário:

  1. Història com um enrede interessante, digno de uma mente brilhante, sedenta de imaginação e de desejos pecaminosos... ;)

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